Em funcionamento desde o fim de junho, o serviço de call center para cobrança de dívidas com a Prefeitura de Campo Grande já recuperou R$ 771,1 mil referentes às contas de contribuintes em situação de inadimplência. O atendimento busca renegociar débitos no Programa de Recuperação Fiscal (Refis) do ano passado e parcelas atrasadas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Em 27 dias úteis de operação, cerca de 2,9 mil parcelas de impostos em atraso foram regularizadas. Os dados são da Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento (Sefin).
Segundo avaliação do secretário da Sefin, Pedro Pedrossian Neto, os resultados ainda são “modestos”, mas ainda existe grande potencial de crescimento. “Esperamos que, até o fim do ano, consigamos superar esses R$ 771 mil e receber, em média, R$ 3 milhões por mês”, afirma. Segundo estimativa do secretário, o serviço de cobrança vem realizando cerca de 1,5 mil ligações por dia e, desse total, cerca de 400 a 500 contribuintes são encontrados no local. Até sexta-feira, foram 14,2 mil contribuintes contatados, média de 527 por dia. A maioria dos atendimentos ocorreu em julho, que teve uma produtividade superior. “Mas isso é apenas porque tivemos menos dias de trabalho em junho”, ressalta o secretário.
E, para continuar melhorando a produtividade, a Sefin planeja expandir sua base de dados, atualizando as informações cadastrais dos contribuintes da Capital. “Hoje, para cada ligação que fazemos temos de fazer mais outros cinco telefonemas até achar o número correto da pessoa”, explica. “Estamos fazendo contratações com empresas, entre elas a Águas Guariroba e a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, que é detentora do Boa Vista/SCPC, para melhorar a produtividade e o êxito da cobrança”, destacou Pedrossian Neto.
RESPEITO
Atualmente, segundo dados da Sefin, o valor da dívida ativa do município de Campo Grande está estimado em R$ 2 bilhões, sendo R$ 800 milhões referentes somente ao IPTU.
“A prefeitura não pode mais ser passiva [em relação às dívidas]. É preciso cobrar, mas de uma forma que respeite a sensibilidade do contribuinte”, pontua o secretário. “Até mesmo porque estamos tratando de um tributo, não é um produto ou uma mercadoria. Nós temos a visão de que estamos oferecendo um serviço para o contribuinte, apresentando uma oportunidade [para renegociar e quitar suas dívidas]”.
COMO FUNCIONA
Nesta primeira etapa, o serviço de call center está priorizando dívidas recentes; depois, serão cobrados débitos mais antigos. O operador entra em contato com os contribuintes inadimplentes e informa a dívida, sob pena de voltar ao débito original. Neste caso, a pessoa pode perder 90% dos descontos nos juros e na correção monetária que foi objeto dos Refis (programas de recuperação de débitos).
O secretário enfatiza que o objetivo é evitar que os contribuintes sejam colocados na dívida ativa. A negativação é a última instância, mas pode ser adotada no último trimestre de 2018, por meio de parceria a ser firmada com os cartórios. (Colaborou Daniella Arruda)