Economia

MATO GROSSO DO SUL

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Azambuja projeta crescimento "chinês" de 8,8% para Mato Grosso do Sul

Governador lança nesta sexta-feira, pacote com R$ 4,2 bilhões em investimentos

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O governo de Mato Grosso do Sul lançará nesta sexta-feira programa de investimentos de R$ 4,28 bilhões para os próximos três anos, em que estão previstas ações em todas as áreas, da infraestrutura à educação. Para poder realizar este investimento, que será anunciado com muita pompa no início da noite, no Pavilhão Albano Franco, em Campo Grande, Reinaldo Azambuja (PSDB) fez questão de frisar os remédios amargos que o governo teve de submeter à população do Estado, e as dificuldades que enfrentou e continua enfrentando no cenário econômico nacional. “Aqueles que tomaram atitudes, sobreviveram. Os que não tomaram atitudes, sucumbiram”, afirmou.

Ao lembrar dos remédios amargos, e agradecer a tolerância e a compreensão por suportar difíceis medidas que a crise lhe impôs, Azambuja ainda lembrou que os desafios ainda continuam. “O crescrimento de 1,1 % (Produto Interno da Economia Brasileira em 2019) é um crescimento baixo”, disse. As medidas impopulares tomadas pelo governo de Mato Grosso do Sul desde o ano passado, o primeiro ano do segundo mandato do governador, possibilitarão aumentar o investimento, conforme ele mesmo explica.  Para este ano, se o Brasil crescer 2,5%, o Azambuja projeta um aumento de 8,8% da atividade econômica no Estado.

Entre os remédios amargos citados por Azambuja estão a adesão do Estado à Reforma da Previdência, em que a idade mínima dos servidores que pretendem se aposentar foi elevada, e a contribuição previdenciária, do servidor e também a patronal, majorada. Também houve o aumento da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina, de 25% para 30%, para compensar a queda de arrecadação com a importação de gás natural, e a redução do ICMS sobre o etanol de 25% para 20%, o que não resultou em grande queda no preço do combustível.  

Outra medida aprovada no ano passado, e que ajudará no pacote de investimentos é o aumento das alíquotas do Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul (Fundersul). O ato deve resultar em maior arrecadação, e na ampliação da capacidade de investimento. Praticamente todas as obras de infraestrutura deste pacote bilionário, denominado "Governo Presente", virão deste fundo.  

O Correio do Estado entrevistou o governador Reinaldo Azambuja.

Assista os vídeos da entrevista e leia os resumos abaixo: 

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GOVERNO PRESENTE

Sobre o programa governo presente, Azambuja lembrou que para chegar ao pacote que será lançado nesta sexta-feira, no ano passado foi a todas as regiões do Estado perguntar as prioridades das 79 cidades.  

Entre as medidas previstas estão a implantação de 1 mil quilômetros de novas rodovias, recapeamento de outros 950 quilômetros de asfalto (600 quilômetros de rodovias o restante nas zonas urbanas) e 142 novas pontes de concreto.  

Também serão realizadas reformas em hospitais, como o Regional, em Campo Grande; a construção de um centro de reabilitação, no espaço do Hospital Regional, além da compra de equipamentos. Também haverá investimentos em hospitais de todas as regiões do Estado, como a construção dos hospitais regionais de Dourados e Três Lagoas, além da reforma da Santa Casa de Corumbá e a ampliação do Hospital Regional de Ponta Porã.  

Na área da educação serão adquiridos notebooks, expansão das reformas de escolas em tempo integral: atualmente são 64 e a meta ampliar o número para 180 até 2022. Em regiões quentes, como o Pantanal e Norte, as escolas serão climatizadas. Em Dourados, muitas escolas receberão o sistema de videomonitoramento. No Sul do Estado, onde há muitos assentamentos, novos ônibus escolares serão adquiridos. Em Campo Grande, está programada a aquisição de laboratórios móveis. 

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ECONOMIA

O governador também lembrou da importância que o investimento público tem para fomentar a economia, e lembrou de medidas austeras do governo federal, que provocaram dificuldades em setores como o da construção civil, como a paralisação dos investimentos no programa habitacional Minha Casa Minha Vida. “Provocou um desemprego grande no setor habitacional”, comentou. “Estes R$ 4,2 bilhões, do governo presente, ajudam a fomentar a economia”, explicou.

Azambuja também demonstrou otimismo, pelo menos com Mato Grosso do Sul, para este ano. Ao considerar muito baixo o desempenho da economia brasileira no ano passado (cresceu 1,1%), o governador afirmou que o Estado crescerá neste ano. “Se o Brasil crescer 2,5%, a projeção é que Mato Grosso do Sul cresça 8,8%.

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INFRAESTRUTURA

Azambuja também falou das negociações com o governo federal para ampliar os investimentos no Estado na área de logística. “Não temos ferrovias (em atividade) e usamos muito pouco as hidrovias”, afirmou.

A inauguração de terminal privado de cargas em Porto Murtinho, deixa o governador otimista: “Serão três terminais, contando com o terminal público”.  

Sobre os trilhos da antiga ferrovia Noroeste do Brasil, a Malha Oeste, e o impasse envolvendo a CCR MSVia, concessionária da BR-163, Azambuja lembrou do pedido que fez ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. “É preciso tomar uma atitude. Se vão relicitar, que lancem o edital”, afirmou o governador, que teceu muitos elogios a Tarcísio, que classificou como “muito focado”. 

SEGURANÇA E FRONTEIRA

Ao ser perguntado sobre a escalada da violência na região de fronteira, o governador voltou a lembrar que o governo federal “está muito distante da área de fronteira”. Ele também lembrou que em um passado recente, foi mal compreendido quando falou em fechar a fronteira: “Fechar a fronteiras não é por muro, construir barreiras, assim quer o Trump (Donald Trump, presidente dos Estados Unidos). É pelo policiamento, pela inteligência, ações conjuntas”, explicou.  

O governador fez questão de lembrar que as qualidades positivas da fronteira devem prevalecer. “O cidadão da fronteira é um cidadão de bem: trabalhador, honesto”, afirmou.  

 

POLÍTICA

No plano político, Azambuja também lembrou que no PSDB, embora tenha mais da metade dos prefeitos do Estado (46 ao todo) mantém a conversa com os partidos aliados, e cita, ao elencar várias legendas, o PSD em primeiro lugar. O governador também elogiou as novas regras, que proíbem coligações nas eleições proporcionais: “Vai diminuir o número de partidos no Brasil”, disse. 

SERVIÇO PÚBLICO

Prefeitura de Campo Grande fatura R$ 100 milhões com leilão da folha

Bradesco venceu Santander e Caixa e vai continuar administrando a folha de servidores do município de Campo Grande

28/03/2024 09h00

Banco Bradesco continuará sendo o responsável pela folha de pagamento dos servidores da capital Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O banco Bradesco vai continuar com a gestão da folha de pagamento dos servidores de Campo Grande por mais cinco anos. A instituição bancária arrematou o pregão presencial organizado pela Prefeitura da Capital com um lance de R$ 100.200.000,00. 

A hasta pública foi realizada nesta terça-feira (26) e contou com a presença de três dos grandes bancos brasileiros: Bradesco, que já detém a folha de pagamento do município de Campo Grande, Santander e Caixa Econômica Federal. 

Conforme a Superintendência de Administração e Finanças da Prefeitura de Campo Grande informou ao Correio do Estado houve 406 lanças na disputa do pregão presencial.

Ao final da hasta pública, Bradesco e Santander duelaram nas propostas, sendo que o banco que já faz os pagamentos aos servidores dos municípios venceu com a maior proposta. 

O contrato, que ainda não foi assinado, é de cinco anos de vigência, prorrogável por mais outros dez (cinco anos de cada vez) sem a necessidade de se promover uma nova licitação. O novo valor, contudo, deverá ser negociado antes da renovação do contrato. 

No vínculo ainda vigente só era possível prorrogar por mais 1 ano, sendo que este período já havia sido extrapolado e, ultimamente Bradesco e prefeitura de Campo Grande mantinham um vínculo temporário, no qual o banco com sede na cidade de Osasco (SP) paga em torno de R$ 1,1 milhão para continuar administrando a folha de pagamento. 

Consultoria

Mas nem todo o valor arrecadado vai para os cofres do município. Contrato firmado com a empresa de consultoria Instituto Brasileiro de Tecnologia, Empreendedorismo e Gestão (BR TEC), prevê que 13% do ágio será dos consultores. 

O ágio é todo o valor contratual que exceder os R$ 1,1 milhão por mês em um período de cinco anos (60 meses): R$ 66 milhões.

Pelas informações do pregão realizado na terça-feira, a BR TEC ficará com aproximadamente R$ 5,74 milhões do total pago pelo Bradesco pela folha de pagamento. 

Dos R$ 4,2 milhões em empréstimos mensais concedidos aos servidores públicos, o Bradesco responde por R$ 2,25 milhões.

Apesar de o contrato com o banco ser por apenas 60 meses, os empréstimos consignados podem ser concedidos por até 120 meses, conforme estipula decreto municipal de 2021. 

Histórico

Desde março do ano passado a administração municipal tenta leiloar a folha de pagamento. Na primeira pedida, o valor mínimo foi de R$ 102 milhões.

Mas logo em seguida a exigência caiu para R$ 99 milhões. Mas como nenhum banco apresentou proposta, a valor foi reduzido para R$ 84 milhões.

Mesmo assim, não houve interessado e por conta disso a exigência foi reduzida para R$ 79,8 milhões.

Estado

Em dezembro do ano passado, o Governo estadual renovou, por mais cinco anos, o contrato para que o Banco do Brasil administre  a folha dos 86,2 mil servidores estaduais, que é da ordem R$ 463 milhões. 

O banco aceitou pagar R$ 224 milhões. Deste montante 55% foram pago à vista pela instituição (R$ 123,2 milhões) ao Estado e o restante pago por meio de parcelas. Ou seja, a administração estadual está recebendo o equivalente a R$ 43,25 mensais por servidor. 

Caso a administração municipal consiga resultado parecido, o faturamento chegará à casa dos R$ 98 milhões, já que são 37,7 mil servidores.

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PREÇOS

Almoço de Páscoa pode ficar até 36% mais caro neste ano

Dentre os tipos de peixes mais consumidos, bacalhau e filé de tilápia se destacam com maiores aumentos na comparação com 2023; preço do azeite de oliva também apresentou alta expressiva

28/03/2024 08h30

Pescado está mais caro neste ano em Campo Grande, mas mesmo assim, na peixaria do Mercadão o movimento era grande Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Item muito consumido na Semana Santa, período que antecede a Páscoa, o preço do pescado em Marto Grosso do Sul apresenta alta de até 36%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Famoso, o bacalhau custava em média R$79,93 em 2023, enquanto neste ano chega a R$108,90.

Ou produto muito consumido durante o período festivo é o azeite de oliva, produto que apresenta variação de 11,63%. Na comparação entre cinco supermercados de Campo Grande, a embalagem da marca Galo de 500 mililitro teve o menor preço encontrado a R$42,99 ante ao maior com preço a R$47,99.

Como justificativa para a alta dos produtos o economista Eduardo Matos destaca que o período da sexta-feira santa, no Brasil, país majoritariamente cristão, é marcado pela alta demanda de pescados devido a tradição religiosa que pede o consumo desse item em detrimento de outras proteínas de origem animal.

“Há um efeito sazonal no preço desse tipo de alimento, ou seja, há uma larga demanda por peixes nesse momento específico do ano e os produtores e comerciantes enxergam a oportunidade de obter uma margem de lucro maior, por esse motivo elevam o preço”, avalia o economista.

Em resumo, Matos, pontua que se trata de uma relação econômica básica entre oferta e demanda, em que um aumento de demanda causa um aumento nos preços.

Por outro lado o mestre em economia Lucas Milael destaca que neste ano a elevação dos preçõs poderia ser ainda maior, porém alguns fatores balancearam o cenário de alta.

“Em 2024, uma das variáveis que contribuíram para mitigar os impactos nos preços do bacalhau e de outros peixes importados foi a diminuição da taxa de câmbio”, detalha.

Conforme pequisa realizada pelo Sebrae e o Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MS), em Mato Grosso do Sul, entre os itens obrigatórios para o almoço que antecede a Páscoa está o pescado.

Entre as opções preferidas para o consumo, está o pacu, com 44,3% dos entrevistados optando pela espécie de água doce, seguido pelo filé de tilápia, com 32,7%, pintado (23,5%) e clássico bacalhau com 10% de preferência.

Dados da Fecomércio, indicam ainda que dentre as atividades que desempenham um papel relevante para o período está o consumo de pescado, tendo em vista que 65,9% dos entrevistados, afirmam que o peixe não pode faltar na compra para a comemoração das festividades da Semana Santa que são concluídas no domingo de Páscoa.

PREÇOS

De acordo com pesquisa realizada pelo Correio do Estado, em cinco peixarias o filé de tilápia pode ser encontrado com preço médio de R$47,94, valor que ao ser comprado com o ano passado obteve uma variação de 9,55%, ao levar em conta os mesmos cinco estabelecimentos.

Para o bacalhau, os valores praticados em três das principais peixarias de Campo Grande, neste ano, teve o maior preço praticado a R$135, enquanto o menor R$89,90, resultando em uma diferença de R$45,10.

A posta de pintado teve média de R$ 41,56 o quilo, variação de 2,12% na comparação com 2023. A Costelinha de pacu custa em média R$ 28,12 por quilo  aumento porcentual de 5,87% quando comparado ao ano anterior.

Corte nobre, o salmão pode ser encontrado a R$89,54, levando em conta quatro peixarias. No comparativo com 2023, o aumento foi de 3,25%.

338 milhões de reais

A movimentação econômica da Páscoa em 2024 tem estimativa de atingir R$338,92 milhões em Mato Grosso do Sul, de acordo com o Sebrae.

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