Economia

R$ 6,5 trilhões

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Agropecuária puxa resultado
positivo do PIB em 2017

Agropecuária puxa resultado
positivo do PIB em 2017

AGÊNCIA BRASIL

01/03/2018 - 20h01
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Com o melhor resultado anual da série histórica, iniciada em 1996, o setor agropecuário cresceu 13% no ano passado e foi responsável por 70% do crescimento de 1% no Produto Interno Bruto (PIB).

A soma total da produção das riquezas nacionais em 2017 ficou em R$ 6,559 trilhões. Os dados foram divulgados hoje (1º), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com os resultados das Contas Nacionais Trimestrais, o que inclui o fechamento do ano.

Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis, o resultado da agropecuária foi puxado pelo recorde das safras de milho, com crescimento de 55,2% no ano, e de soja, com aumento de 19,4% na produção em 2017, na comparação com 2016.

“São duas culturas muito importantes na lavoura brasileira", disse a economista. Ela explicou que, do percentual de crescimento do PIB (1%), a maior parte (0,7%) deve-se à agropecuária e parte dos 3% restantes ao setor de serviços, que tem grande peso na economia. O resultado foi também influenciado pelo crescimento em termos reais dos impostos líquidos e subsídios, puxado pelo crescimento em volume, em termos reais, do Imposto de Produtos Industrializados (IPI).

De acordo com Rebeca, a arrecadação de impostos também foi beneficiada pelo crescimento da agropecuária e da indústria de transformação no ano, bem como o aumento nas importações. O Imposto de Importação fechou o ano com crescimento de 7,9% e o IPI subiu 4,1%.

Apesar de a indústria ter fechado o ano sem registrar crescimento, com peso grande da construção, que teve queda de 5%, Rebeca ressaltou que outros setores tiveram crescimento. “Olhando a indústria por dentro, a gente vê que quem puxou para baixo foi a construção; as outras três atividades da indústria tiveram crescimento, principalmente as indústrias extrativas [crescimento de 4,3%], puxadas pelo petróleo e minério de ferro, tanto na parte da indústria de transformação [+1,7%] quanto na de eletricidade, gás, água e esgoto [+0,9%]”.

BAIXO INVESTIMENTO E ALTA NO CONSUMO

Pelo quarto ano seguido, a taxa de investimento fechou o ano com queda, chegando ao menor nível da série histórica, iniciada em 1996. A taxa ficou em 15,6% do PIB, depois de fechar 2016 em 16,1%. Segundo a ecnomista, o aumento no quarto trimestre do ano não foi suficiente para reverter a trajetória de queda.

“A taxa de investimento estava em uma trajetória de queda há 14 trimestres, na taxa interanual, ou seja, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Então, depois de 14 trimestres seguidos de queda, no quarto trimestre de 2017 houve crescimento, e isso foi uma reversão bastante importante que pudemos visualizar na economia brasileira no quarto trimestre, influenciado positivamente pela produção nacional e a importação de bens de capital, já que a construção, apesar de ter uma queda menor, ainda continua no terreno negativo”, acrescentou.

Rebeca citou como destaque positivo o consumo das famílias, com peso de mais de 60% na economia. “Depois de dois anos de queda, como tinha acontecido com o PIB, o consumo das famílias reverteu as duas quedas e passou a ter um crescimento também de 1% no ano, influenciado pela melhora dos indicadores no mercado de trabalho. O disponível de renda do trabalho na mão das pessoas, em termos reais, cresceu no ano, e então elas puderam traduzir isso em aumento no consumo das famílias e também no aumento da taxa de poupança.

A economista destacou também como fatores que influenciaram no aumento do consumo das famílias a inflação em baixa, que passou de 8,7% em 2016 para 3,4% em 2017; a taxa de juros menor, que caiu de 14% para 10%; e o crédito para pessoa física, que recuperou 2,6% no ano passado.

Quarto trimestre

No quarto trimestre, o comportamento da economia foi diferente da média do ano passado, já que a safra agrícola é mais concentrada nos três primeiros trimestres, bem como a indústria, principalmente a de transformação, se recuperou com a produção de máquinas e equipamentos. “Isso ajudou no comportamento do investimento no quarto trimestre e também na produção de bens de consumo duráveis, com a parte da indústria automotiva”, acrescentou.

Para a economista, o grande destaque positivo do quarto trimestre foram os investimentos. "Apesar de a gente ter tido um recorde de baixa da taxa de investimento no ano de 2017, no quarto trimestre, essa taxa já apresentou um crescimento em relação ao quarto de 2016, puxada pela produção de bens de capital e importação de bens de capital, já que a construção continuou tendo desempenho negativo, mas um desempenho negativo menor. No ano, a construção continuou sendo o destaque negativo da economia”.

RECUPERAÇÃO LENTA

Rebeca destacou que, com o resultado positivo do PIB, depois de dois anos seguidos de queda acentuada, o país retoma o nível econômico de 2011, ainda longe do período pré-crise, em 2014. “O PIB cresceu 1% no ano de 2017, depois de duas quedas seguidas, nos anos de 2015 e 2016, de 3,5%. Foi uma recuperação parcial, e atingimos o nível de antes da crise. No começo de 2017, estávamos no nível mais ou menos de 2010 e agora conseguimos recuperar até o primeiro semestre de 2011.”

A Formação Bruta de Capital Fixo caiu 1,8% no ano, puxada pelo desempenho negativo da construção. O setor externo fechou com aumento de 5,2% na exportação de bens e serviços e de 5% na importação.

Na análise do PIB per capita, ou seja, a divisão do valor total pela população, houve crescimento de 0,2%, chegando ao valor de R$31.587. Em 2015, o índice tinha das de 4,3%  e, em 2016, 4,2%.

Na poupança, houve recuperação, com a taxa fechando em 14,8% do PIB, após quatro anos de queda. Em 2016, a taxa de poupança chegou ao segundo nível mais baixo da série histórica, iniciada em 2000, com 13,9%. O recorde de baixa foi em 2001, quando a poupança ficou em 13,6%. E a maior taxa de poupança ocorreu em 2008, com 19,2%.

Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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