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Empresa analisa até 5.000 exames
por dia com inteligência artificial

Empresa analisa até 5.000 exames
por dia com inteligência artificial

FILIPE OLIVEIRA, FOLHAPRESS

30/12/2017 - 17h03
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A start-up Portal Telemedicina vem usando inteligência artificial para levar laudos de especialistas a regiões remotas com agilidade.

A empresa, que começou a funcionar em 2013, desenvolveu tecnologia que extrai informações de equipamentos médicos variados e as envia para outros aparelhos, como computadores, tablets e smartphones.

Com isso, um enfermeiro ou clínico-geral pode realizar exames e enviá-los para médicos especialistas que dedicam parte de seu tempo a fazer laudos para a companhia.

O economista Rafael Figueroa, 31, cofundador da empresa, diz que os médicos conseguem analisar até 100 exames por hora. Em dias de pico, a companhia analisa até 5.000 exames.

A empresa conta com serviços regulares de 25 médicos, parte contratada e parte que realiza o trabalho de modo autônomo, em algumas horas por dia. Também pode chamar outros 100 em dias de demanda maior, diz. "A média de tempo para um paciente receber um laudo no Brasil é de 60 dias. Devolvemos os nossos em minutos", afirma.

A análise à distância também permite que médicos de centros de referência, como Incor e Albert Einstein, em São Paulo, façam laudos exames de pacientes de cidades com menos acesso à saúde, segundo Figueroa.

O alto volume de análises é feito com apoio de inteligência artificial desenvolvida pela companhia, a partir de plataforma do Google chamada TensorFlow.

O sistema analisa um banco de dados com milhões de exames já diagnosticados e, percebendo semelhanças entre o que já foi analisado e os novos exames, aponta qual o provável diagnóstico.

Figueroa afirma que a inteligência permite a priorização dos casos mais urgentes. Assim que o sistema percebe algo que parece ser mais grave, sobe o exame na fila dos que serão avaliados por médicos, para que o paciente receba uma resposta logo.

Entre os exames que recebem laudos dos especialistas da companhia estão eletrocardiograma, eletroencefalograma, ressonância magnética, raio-x e mamografia. A tecnologia é usada por 200 clínicas em 100 cidades de 18 estados pelo Brasil.

PARCERIAS

Neste mês, Figueroa participou de viagem empresarial para a França promovida pelo programa Start Out Brasil, que tem entre seus parceiros o Ministério do Desenvolvimento e a Apex (agência ligada a pasta que promove a internacionalização de empresas brasileiras).

Figueroa afirma que a empresa busca oportunidades para estabelecer um centro de pesquisa no país, devido ao papel de destaque da França no campo da neurologia.

Ele conta já ter fechado acordo com o Hospital Saint Joseph Paris para que médicos de lá possam ser acionados em caso de dúvidas a respeito de um resultado de exame. Especialistas de lá também poderão ser chamados caso seja a preferência do cliente.

A start-up também deverá ter parcerias com o governo de São Paulo. Foi a vencedora do Pitch Gov.SP deste ano, programa que busca parceiros de tecnologia para o governo em áreas variadas.

No Estado, o foco do trabalho da start-up não será a telemedicina , ao menos neste momento. Figueroa explica que usará a experiência da empresa em convergência de sistemas (algo que foi importante para extrair informações de equipamentos médicos) para integrar sistemas variados usados na saúde pública paulista.

Um objetivo do empreendedor é criar um aplicativo para cidadãos em que será possível armazenar histórico médico e exames realizados, diz.

No início deste ano, a empresa foi para San Francisco (EUA) participar do programa de aceleração do Google para start-ups de países emergentes Launchpad Accelerator. Lá, teve acesso a apoio de executivos da empresa e de outras companhias de destaque no setor de tecnologia.

A empresa tem atualmente 30 funcionários. Figueroa conta ter 40 vagas em aberto. Foram investidos até agora R$ 6,5 milhões no projeto, incluindo recursos de órgãos como Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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