Quando Cris resolveu abrir um delivery de risotos em Campo Grande, não imaginou que a pandemia do novo coronavírus seria um dos desafios do negócio.
“Eu inaugurei no dia 12 de março, logo em seguida estourou a pandemia em Campo Grande. Foi inesperado, mas mantive os planos”, explica Cristiane Almeida, 48 anos.
Formada em administração, Cris sempre gostou de ter o próprio negócio e trabalhou durante anos em um restaurante no exterior. Quando voltou para Campo Grande, em 2012 decidiu abrir uma clínica de depilação, mas teve os planos alterados quando foi diagnosticada com um câncer na tireoide e na coluna cervical. “No final de 2015 eu recebi o primeiro diagnóstico. No ano seguinte, precisei fazer umas cirurgias, foi quando descobrimos que o câncer era maligno. Fiz tratamento no Hospital de Câncer de Barretos, com radioiodoterapia, que é um comprimido que contém radiação. Precisei ficar em isolamento, graças a Deus, tudo ocorreu bem e o câncer regrediu completamente”, explica.
Com o tratamento para o câncer, Cris não conseguiu seguir com a clínica de depilação, mas não desistiu de ter o próprio negócio. Com a experiência como gerente de restaurantes e o auxílio de um amigo chef de cozinha, ela decidiu elaborar as receitas e montar os Risotinhos da Cris, um delivery só de risotos em Campo Grande. “É uma fase nova na minha vida, que eu retorno ao trabalho. Quando você faz o acompanhamento do câncer é muito difícil ter um trabalho de carteira registrada, ter essa oportunidade. Essa foi a forma que eu encontrei de sustentar eu e meu filho e que eu pudesse fazer de casa”, ressalta.
Cris tem três filhos. “São dois meninos e uma menina. Os outros são adultos, sendo que só o pequeno de 7 anos, mora comigo”, conta. No cardápio do Risottinhos da Cris há seis opções de pratos principais e três sobremesas. “Foquei no delivery, então estou nas principais plataformas para pedir comida em casa, além de ter parceria com uma plataforma de entregas. Graças a Deus está dando certo, cada semana é uma vitória”, frisa. Cris é a responsável por todo o processo. “Faço compra, os risotos, atende de quarta a domingo, no almoço e no jantar”, indica. Informações sobre o risoto podem ser adquiridas por meio do instagram @risottinhosdacris
TRADIÇÃO
Neste caminho de encontrar na alimentação uma saída para a crise, o casal Fernanda Carvalho Domingues de Oliveira, 34 anos e José Antônio Fernandes de Oliveira, 51 anos, recorreram às origens.
Com o marido recém demitido de um hotel em Campo Grande, Fernanda teve a ideia de comercializar a receita tradicional da família dele: o bacalhau à brás. “Antes de tudo começar a fechar por causa da pandemia, o hotel dispensou o pessoal e ele estava entre os cortes da empresa. Eu trabalho ainda, sou professora de inglês, mas fiquei preocupada porque junto com o emprego dele, foi o nosso plano de saúde”, explica Fernanda.
Foi quando ela teve a ideia de reproduzir a receita que aprendeu com a sogra portuguesa. “A gente começou a vender só para os amigos. Eu sempre fui de levar muita comida para o trabalho. Sempre levava uma caponata, que não tem nada de português, mas eu gostava. As pessoas elogiavam muito e me incentivavam a vender. Por enquanto, estamos entregando o bacalhau e um caldo verde”, ressalta.
Para conciliar os dois empregos, Fernanda é a responsável por cozinhar, mas é José que organiza toda a cozinha antes do preparo, como a compra de ingredientes, além da entrega após finalizado. “Quando tenho alguma dúvida, eu ligo para a minha sogra. Ela mora no Porto, em Portugal e sempre me ajuda”, indica.
O negócio familiar apesar de pequeno começou a dar os primeiros frutos.
O bacalhau é vendido em porções de 350 gramas, que dependendo da pessoa, pode render para 1 ou 2 pessoas. “Pedimos que o bacalhau seja encomendado pelo menos um pouco antes do horário do almoço ou jantar, porque o preparo é mais delicado”, frisa.
Informações sobre o bacalhau pelo perfil do Instagram @deli.dafer ou no telefone (67) 99855-7868.