Dica da Semana: “O Show de Truman”
Mais de 20 anos depois, as questões levantadas pelo filme que marcou a carreira de Jim Carrey permanecem mais vivas do que nunca
Em 1998 era lançado o filme “O Show de Truman”, uma ficção científica sobre um mundo distópico onde uma pessoa, sem conhecimento, vive em um mundo fictício e tem toda a sua vida televisionada. Dirigido por Peter Weir (“Sociedade dos Poetas Mortos”) e protagonizado de forma brilhante por Jim Carrey, o filme foi um grande marco na carreira do ator pois, em sua primeira oportunidade de trabalhar com produções mais dramáticas, ficou evidente para o mercado cinematográfico sua versatilidade e capacidade interpretativa. Disponível no Google Play Filmes, no Youtube e no Now, “O Show de Truman” convida o espectador a refletir sobre temas bastante contemporâneos, como os limites da privacidade e o papel dos reality shows, que se encontram mais em alta do que nunca.
O filme conta a história de Truman Burbank, um homem que tem toda a sua vida transmitida ao vivo em um canal de televisão que passa 24 horas por dia, sem pausas para comerciais (já que as publicidades são realizadas pelo próprio dos personagens no dia a dia). Por 30 anos, o protagonista acha que leva uma vida normal e pacata como corretor de seguros quando, na verdade, é personagem de um reallity show sobre a sua própria vida, criado e apresentado por Christof. É justamente esse desconhecimento de sua condição que torna o show tão único, pois é, literalmente, a experiência de um show da vida real.
Tudo se passa na ilha de Seahaven, que na verdade é uma cúpula dentro do maior estúdio cinematográfico do mundo. Com cerca de 5 mil câmeras espalhadas pela cidade, toda a estrutura foi montada para capturar todos os momentos da vida de Truman, que nunca saiu de sua cidade. Sempre que o protagonista tivesse algum desejo de conhecer outros lugares, eventos o desencorajavam de levar a cabo essa ideia. Porém, após conhecer Lauren (Natascha McElhone), uma mulher misteriosa, Truman começa a prestar atenção a pequenas coisas e questionar a realidade ao seu redor, incluindo sua esposa e amigos de infância. Questionamentos que colocam em xeque não apenas a existência do programa, como também a sua própria.
Link para o trailer de “O Show de Truman”: https://youtu.be/SwmSqsFC5mE
Para todas as idades
Nova adesão coreana da Netflix retrata a terceira idade com outros olhos
Como um todo, o mundo vive um período de envelhecimento populacional, em que a redução no número de crianças por casal e o crescente aumento na expectativa de vida acabaram por inaugurar um processo de inversão da pirâmide etária. No entanto, até hoje a terceira idade é encarada de forma pejorativa, como um período de muitos problemas e poucas liberdades. Dessa forma, o drama coreano “Dear My Friends”, que chega dia primeiro de junho na Netflix, vêm com o intuito de mostrar que é possível ser ativo e desfrutar da velhice com qualidade, principalmente quando os amigos estão por perto.
A história é contada pela visão de Park Wan (Go Hyun-jung) uma escritora de trinta anos que trabalha como tradutora de japonês e, para superar o término com seu grande amor, começa a sair com um homem casado. No entanto, quando a situação chega aos ouvidos de sua mãe, a relação entre as duas, que já era tensa, se torna ainda mais complicada. Assim, com o intuito de apaziguar os ânimos, Park Wan decide finalmente ceder ao desejo Jang Nan-hee (Go Doo-shim) e transformar a história da mãe e seus sete amigos em um livro. Dessa forma, o telespectador é apresentado a um energético grupo de idosos que, cada qual com sua narrativa, retratam
Apesar da audiência de “Dear My Friends” ter sido ofuscada pelo fenômeno “Goblin”, a séria foi a mais premiada na Coréia em 2016. Talvez o principal motivo para esse sucesso com as críticas seja abordagem realista com que os problemas como a proximidade com a morte, o medo de abandono, o choque entre gerações e a violência doméstica são abordados ao longo da série. Além disso, busca mostrar como amizades verdadeiras são importantes para uma vida longeva e instigante.
No mundo da Lua
A nova série da Netflix, “Space Force” conta com os criadores de “The Office” para montar mais uma comédia afiada
Com estreia marcada para o dia 29 de maio, “Space Force” é a nova série original da Netflix, na verdade uma grande sátira dos investimentos do atual presidente norte americano Donald Trump em criar um braço do exército para defesa espacial. Criada pela dupla Greg Daniels e Steve Carell (que também protagoniza a série), ambos são responsáveis pelo enorme sucesso do sitcom "The Office", que esteve no ar durante nove temporadas (de 2005 a 2013).
O objetivo do programa é criar uma nova área das Forças Armadas especificamente voltada para fortalecer a presença norte-americana no espaço, pois o presidente se preocupa com o fato de que a internet do país - e por consequência o Twitter - passe por satélites vulneráveis. Assim, o general Mark Naird, mesmo não sabendo nada de ciência, é designado para comandar uma operação de militarização e colonização do espaço. Porém, Mark tem uma intenção diferente do presidente: explorar o espaço e retornar à Lua. Junto ao militar, a equipe também conta com o cientista (John Malkovich), que tem o grande desafio de fazer a ciência prevalecer sobre os achismos incoerentes e sem base científica de Mark.
Apesar da sua falta de conhecimento na área, como admitido pelo próprio militar, Mark pode ter um comportamento meio rústico, mas não é um completo idiota. O personagem leva seu trabalho a sério, só não é muito bom nele. Como característico dos trabalhos de Greg Daniels a série também conta com uma rede de personagens secundários que, com suas próprias histórias e conflitos, ajudam a compor o enredo de “Space Force”. A série usa a comédia para tratar de temas sérios - como orçamentos bilionários, guerras informacionais, idiotices políticas, entre outros - de forma agradável, prometendo divertir seus espectadores.
Link para o trailer de “Space Force”: https://youtu.be/Au7rXMuzYQQ