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Transmissão de zika por pernilongo pode
explicar incidência em algumas regiões

Transmissão de zika por pernilongo pode
explicar incidência em algumas regiões

AGÊNCIA BRASIL

09/08/2017 - 18h53
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A descoberta feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco, de que o pernilongo é capaz de transmitir o vírus Zika, pode ajudar a compreender porque a epidemia foi mais grave em algumas regiões do país, ou porque há mais casos de microcefalia em bebês de mulheres de baixa renda.

Isso porque o Culex, nome científico do gênero do mosquito, se reproduz em água extremamente poluída, comum onde não há saneamento básico. Mas, para isso, os pesquisadores afirmam que ainda é preciso estabelecer qual a importância do inseto como vetor da doença.

No artigo publicado hoje (9) em uma revista científica do grupo Nature, os pesquisadores descrevem a descoberta de pernilongos infectados na natureza e a comprovação de que o Zika se reproduz dentro dos mosquitos, chegando à glândula salivar dos insetos.

O vírus também está presente na saliva extraída dos espécimes, tanto os infectados em laboratório como os contaminados em ambiente natural.

O próximo passo é estudar características biológicas do Culex. Questões ambientais como a temperatura e umidade do local também são levadas em conta, segundo a pesquisadora da Fiocruz Constância Ayres.

“Precisamos entender qual o papel dele na transmissão, se ele é um vetor secundário, se é primário ou se não tem importância nenhuma. Isso vai depender de outros aspectos biológicos que são característicos dessa espécie, como a longevidade, a abundância em campo, a preferência de se alimentar com o ser humano. A gente precisa investigar isso dentro do contexto urbano onde está a epidemia e comparar essas características com a espécie que é hoje considerada o principal vetor, que é o Aedes aegypti”, disse a pesquisadora.

Caso o pernilongo seja estabelecido como vetor importante, esse fato pode explicar a ocorrência de mais casos na região Nordeste, por exemplo, ou a relação de áreas sem esgotamento sanitário com a quantidade de infecções.

Ayres recorda que foi no Nordeste que surgiram os primeiros casos de microcefalia causados pela zika. Então, o fato da população de outras regiões já saberem sobre o perigo, e fazerem a prevenção, influencia essa disparidade, mas a falta de saneamento básico pode ter ligação.

“De fato, aqui temos condições precárias que permitem a reprodução do vírus de forma muito intensa. A coleta do lixo, esgoto a céu aberto, inúmeros canais no Recife, que favorecem a replicação do mosquito”, afirma. “O Culex representa nossa falta de estrutura de saneamento básico. Isso é evidente em toda a cidade e favorece a distribuição do mosquito”.

De população mais numerosa que o Aedes aegypti, o Culex poderia ser mais difícil de se controlar à primeira vista. Mas, para a pesquisadora, ocorre justamente o contrário.

“A quantidade de criadouros do Aedes é infinita. Pode ser uma tampinha, um pneu, uma calha, piscina, caixa d'agua, então é impossível mapear todos os ambientes. E ele prefere água limpa. Mas o Culex prefere água extremamente poluída, que são os canais, esgotos, fossa. Você consegue mapear e tratar”, afirma.

PESQUISA

Para chegar à conclusão que o pernilongo é capaz de transmitir zika, primeiro foi analisada em laboratório a competência vetorial do inseto, ou seja, se o Culex (o pernilongo) poderia ter o vírus, ao alimentar os espécimes com sangue infectado. Isso foi conquistado em mais de 200 mosquitos.

Na próxima etapa, foram colhidas amostras de mosquitos em áreas da Região Metropolitana do Recife, com registro da doença.

A coleta foi realizada nos primeiros meses de 2016. 270 grupos, chamados pools, de 10 mosquitos cada, foram analisados. Em três desses pools, foram identificados pernilongos infectados.

Em duas dessas amostras, os insetos não estavam alimentados, ou seja, não tinham sangue sendo digerido, o que poderia causar uma falsa impressão de que o próprio mosquito estivesse infectado, quando, na verdade, o hospedeiro é que teria zika. A presença do vírus no organismo dos Culex foi confirmada.

Pela primeira vez no mundo, os pesquisadores conseguiram fotografar o vírus se reproduzindo dentro da glândula salivar dos pernilongos.

Foi realizada também uma comparação com o Aedes aegypti. A carga viral que o mosquito da dengue carrega na saliva é a mesma do Culex.

No entanto, a taxa de infecção natural do pernilongo é duas vezes menor que a do Aedes, embora o Culex seja mais numeroso (a população é 20 vezes maior que a do Aedes na área estudada).

Os resultados dizem respeito aos espécimes coletados em uma área delimitada, mas, segundo a pesquisadora Constância Ayres, pode se considerar a descoberta como nacional, já que, em um estudo que será submetido à publicação, em breve, feito em parceria com a Secretaria de Saúde de Vitória, no Espírito Santo, também foram encontradas amostras positivas do vírus Zika em mosquitos Culex.

MAPEAMENTO GENÉTICO

No estudo também foi feito o sequenciamento genético do vírus encontrado no Culex. Isso significa que o conjunto de genes que formam o vírus Zika foi identificado, o que ajuda na criação de vacinas e nos diagnósticos da doença, de acordo com os pesquisadores.

Anteriormente, Fiocruz Pernambuco descobriu que o vírus é semelhante, em estudo publicado no ano passado, retirado de uma amostra humana. Mesmo assim, há diferenças.

De acordo com o coordenador da equipe que fez o sequenciamento do genoma, Gabriel Wallau, as diferenças são esperadas porque o vírus Zika tem uma capacidade de mutação alta.

O que a comunidade científica quer responder é o que essas diferenças significam, e se uma variação específica do vírus pode ser responsável pela infecção mais severa, que causa microcefalia e outras malformações descritas como Síndrome Congênita do Zika.

“Essa é uma pergunta de ouro, principalmente por causa da dificuldade de se obter amostras a partir de crianças que tem microcefalia. Se tivesse facilidade, conseguiríamos sequenciar o genoma e saber se há alguma diferença específica que está circulando e causando a microcefalia”, disse.

Outra questão, é se o vírus Zika sofreu alguma adaptação para se replicar dentro do pernilongo. “A gente ainda não sabe. A partir do sequenciamento, conseguimos ter algumas ideias, mas ainda precisamos de mais dados para realmente avaliar.”

Tecnologia

Apple libera iOS 17.4 com atualização de camada extra de proteção contra roubos

Foram incluídas na atualização novos emojis, upgrades de ferramentas de áudio e uma nova camada de segurança

06/03/2024 22h00

Tecnologia Unsplash

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A Apple liberou nesta terça-feira, 5, uma nova atualização do iOS, sistema operacional do iPhone. Na nova versão - iOS 17.4 - usuários da Europa poderão baixar aplicativos fora da App Store, uma medida em resposta às decisões da União Europeia contra acusações de monopólio da empresa. Por aqui, novidades como novos emojis, upgrades de ferramentas de áudio e uma nova camada de segurança para o caso de roubo do aparelho foram incluídas na atualização.

Nessa nova versão, seis novos emojis foram adicionados na biblioteca: uma carinha acenando positivamente, uma acenando negativamente, uma fênix, uma fatia de limão, um cogumelo marrom e uma corrente quebrada. No aplicativo de podcasts, os episódios publicados agora terão transcrição em texto e a aba principal agora se chama "início".

Uma das atualizações mais importantes desta versão é a opção de adicionar uma camada de proteção de dados ao celular em todas as localizações - antes, quando foi lançada a ferramenta de Proteção de Dispositivo Roubado, era possível apenas ativar o recurso para localizações não cadastradas no aparelho.

Além disso, o iOS 17.4 também vai permitir que o usuário acompanhe o ciclo de carga da bateria. Nas configurações, será possível ver quando a saúde da bateria estiver acima de 80%, com uma indicação que nomeia esse valor como normal. A empresa afirma que o iPhone pode ter cerca de 1000 ciclos de carregamento com a bateria em bom estado.

Dois dias após ser multada em US$ 2 bilhões pela União Europeia, a Apple incluiu a opção de fazer sideload, ou seja, downloads de aplicativos sem passar pela loja oficial da marca. Todos os aplicativos disponíveis na App Store atualmente pagam cerca de 30% da arrecadação para a Apple, como uma espécie de taxa de hospedagem. A UE julgou a prática como monopólio e ordenou que a empresa tornasse possível o download fora da loja.

Veja como instalar

Para atualizar o sistema operacional é preciso acessar as configurações do iPhone, clicar em "geral" e depois em "atualização de software". Esse menu vai indicar a nova versão disponível e dar a opção de fazer o update no momento ou durante a madrugada.
 

Mudança

WhatsApp lança formatação de listas, citação e elementos de programação; veja como usar

Os recursos já estão disponíveis no Brasil e no restante do mundo

21/02/2024 14h00

As opções de formatação disponíveis anteriormente persistem. Divulgação

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O WhatsApp anunciou nesta quarta-feira (21) o lançamento de novas opções de formatação de mensagens.
Agora, é possível editar listas simples e numeradas, citações e adicionar elementos gráficos a partir de códigos de programação. Os recursos já estão disponíveis no Brasil e no restante do mundo.

"Além de ajudar a economizar tempo, as funções também ajudam os usuários a se comunicarem de maneira mais eficaz", diz a empresa.

Para criar uma lista, o usuário deve digitar um hífen (-) seguido de um espaço antes do texto.

As listas numeradas são iniciadas a partir da digitação de um numeral (1, 2, etc.) seguido por um ponto e espaço. A cada vez que o usuário pula uma linha, o marcador aumenta de forma automática.

A citação de bloco para destacar um texto-chave é acionado pelo sinal de maior (>) seguido de um espaço.

O código embutido, frequentemente usado por desenvolvedores para compartilhar trechos de códigos ou comandos, é adicionado a partir de uma filipeta (') antes do texto.

As opções de formatação disponíveis anteriormente persistem. São estas: negrito, itálico, tachado e monoespaçado.

Os comandos funcionam em Android, iOS (sistema operacional de iPhones), Web e Mac desktop. Os administradores de Canais no WhatsApp também poderão usar essas opções.
 

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