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Pesquisa da UFMG vai comparar
efeitos de medicamentos para HIV

Pesquisa da UFMG vai comparar
efeitos de medicamentos para HIV

AGÊNCIA BRASIL

06/05/2018 - 23h00
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Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão recrutando participantes para um estudo que pretende comparar dois medicamentos considerados equivalentes para a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), um que atualmente precisa ser importado e outro já produzido no Brasil. Poderão se voluntariar quem se enquadre nos grupos considerados chave: homens que fazem sexo com outros homens e pessoas trans com pelo menos 18 anos.

Os interessados devem buscar o Centro de Referência em Doenças Infecciosas e Parasitárias Orestes Diniz, no centro de Belo Horizonte. Haverá uma triagem e serão selecionadas ao final 200 pessoas. Metade delas fará uso de um dos medicamentos e a outra metade do outro. Os participantes não saberão qual a versão estarão tomando. O acompanhamento se dará ao longo de 12 meses.

A PrEP é uma pílula antirretroviral que forma uma barreira química e impede a infecção por HIV. Seu uso deve ocorrer diariamente e depende de prescrição e acompanhamento médico. Se tomado corretamente conforme as orientações, sua proteção pode alcançar percentual próximo a 100%. Especialistas recomendam  que o método deve ser combinado com outras medidas, incluindo o uso de preservativos, que protege contra as demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

O Brasil foi pioneiro na América Latina ao adotá-lo como política de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) distribui desde o fim do ano passado o medicamento para grupos específicos considerados chave no combate à Aids. Entre eles, estão homens que fazem sexo com homens, gays, pessoas trans, profissionais do sexo e casais em que um membro é soropositivo e o outro não é.

A marca mais difundida no mercado internacional é o medicamento Truvada, da empresa norte-americana Gilead. Trata-se de uma associação dos fármacos Emtricitabina e Tenofovir distribuída pelo SUS. Embora essa combinação ainda não seja produzida no Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, anunciou recentemente um acordo  visando sua fabricação.

Por outro lado, alguns laboratórios nacionais produzem um medicamento que já foi apontado como equivalente pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Trata-se da associação entre Lamivudina e Tenofovir. No Brasil, porém, a combinação desses dois fármacos não é usada para a PrEP, o que poderá ocorrer com o aprofundamento dos estudos. Por outro lado, ela é geralmente prescrita para mães grávidas soropositivas, pois atua para impedir a transmissão do vírus ao bebê.

Também é indicado no tratamento da Aids para pacientes em geral e ainda como Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), que consiste no uso da medicação em até 72 horas após situação em que exista risco de infecção.

"Existem trabalhos internacionais que mostram que o Tenefovir sozinho funciona tão bem quanto associado à Emtricitabina ou à Lamivudina", conta infectologista e professor da UFMG, Dirceu Grego, coordenador do estudo. Ele explica, porém, que a pesquisa da UFMG se classifica como estudo clínico de fase 2, que avaliará a segurança e aceitabilidade da medicação. A eficácia é analisada com mais detalhamento na fase 3, que envolve um número maior de pessoas, embora algumas sinalizações já possam ser observadas na fase 2.

A pesquisa da UFMG conta o financiamento do Ministério da Saúde e poderá dar segurança para que o governo brasileiro, no futuro, opte por usar como PrEP o medicamento baseado na associação entre Lamivudina e Tenefovir, que já conta com versões nacionais. Mesmo que o custo das duas pílulas seja semelhante, já que a indústria estrangeira tem condições de baixar o preço e enfrentar a concorrência nacional, Dirceu Greco considera que há algumas vantagens quando se compra o medicamento do país.

"A indústria brasileira paga impostos no Brasil, gera emprego e renda, os trabalhadores que são pagos moram no país. Então existe esse argumento. Talvez não se economize tanto no custo do medicamento, mas ao estimular a indústria nacional há vários efeitos secundários na economia nacional. Mas pode acontecer da indústria internacional baixar significativamente o preço. Aí não tem jeito. Provavelmente, o governo vai comprar lá fora", avalia o infectologista.

Outra consequência de uma comprovação segura da equivalência das duas associações, segundo ele, seria o impacto mundial. Em sua visão, se o governo brasileiro optar um dia por usar a associação de Lamivudina e Tenefovir e mostrar na prática essa equivalência, outros países que não têm a produção do medicamento terão novos elementos para negociar um preço melhor junto à indústria internacional.

COMPORTAMENTO

O estudo também pretende observar aspectos vinculados ao comportamento e ao contexto sociocultural. O objetivo é produzir conhecimento a partir da realidade local, subsidiando a estruturação de políticas públicas e de campanhas em saúde.

Em alguns países, por exemplo, pesquisas mostraram que as pessoas não passaram a usar menos camisinha por usarem PrEP. Para Dirceu Grego, a pílula traz vantagens, mas deve ser encarada como um método a mais e não como método alternativo. Ele reconhece, porém, que algumas pessoas podem negociar riscos e decidir usá-la em substituição ao preservativo.

"A prevenção ao HIV, teoricamente, é simples: se todos usassem preservativo, não haveria mais transmissão nem do HIV e nem das demais DSTs. Mas na prática não é assim. Se fosse, já teríamos colocado fim à epidemia. Mas a sexualidade não é algo mecânico. A tomada de decisão sobre o risco é algo complexo que envolve, entre diversos fatores, diferenças sociais, questões de acesso, aspectos culturais de um país machista como o nosso. Numa relação heterossexual, geralmente quem mais influi na decisão sobre usar um método de barreira é o homem", diz o infectologista.

Para ele, há também aspectos de ordem psicológica e discussões complexas, entre elas qual a definição de prazer sexual.

Os pesquisadores da UFMG se propõem ainda a monitorar os efeitos colaterais e os eventos adversos e saber se, nesse aspecto, há diferença entre os dois medicamentos. Irão medir também a qualidade de vida dos voluntários e observar, por exemplo, o desenvolvimento de ansiedade e estresse decorrente do esforço e do compromisso diário de se tomar a pílula.

"Tomar um medicamento diariamente não é algo trivial. Como uma pessoa que não possui HIV vai lidar com a situação de levar na carteira ou na bolsa um frasco de comprimidos contra o vírus?" questiona Dirceu Grego. A dificuldade de garantir adesão constante ao preservativo também pode se repetir com a pílula, o que é outra preocupação, sobretudo porque é essencial a disciplina do uso diário do medicamento.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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