Nos últimos 20 anos, Mato Grosso do Sul realizou 3.593 trasplantes de órgãos, o que dá uma média de 179 transplantes por ano. Balanço foi divulgado pela Central de Transplantes do Estado, no Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado nesta sexta-feira (27). Por conta da data, no mês ocorre o Setembro Verde, com objetivo de promover a conscientização para a importância da doação de órgãos em todo País.
Conforme dados da Central de Transplante, de agosto de 1999 até hoje, foram realizados no Estado 2.873 transplantes de córnea, 654 de rim, 52 de osso, e 14 de coração no Estadp. Só neste ano, até o mês de agosto, foram captados, 86 órgãos de 34 doadores.
Coordenadora da Central de Transplantes, Claire Miozzo, afirmou que um grande entrave para o aumento no número de doações é a negativa da família, que chega a 55%. Justificativas são não conhecer a vontade da pessoa falecida e o momento de dor aliado a desinformação.
“O mais importante é conversar com a família sobre a sua vontade de ser um doador. A doação de órgãos é o maior ato de amor que alguém pode fazer pelo próximo. É uma decisão importante que as famílias tomam. De um lado existe a dor, e de outro existe a esperança de vida”, disse Claire.
Em Mato Grosso do Sul, 324 pessoas aguardam na fila por um transplante de órgãos, sendo 210 por um transplante de córnea e 114 por rins. Em todo o Brasil, são 30 mil pessoas na fila.
No Estado, procedimentos médicos de captação e transplantes são realizados nas cidades de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Hospitais com atendimentos público e privado realizam transplantes de córneas, coração, ossos e rins. Dentro do Estado, o transporte é feito em parceria da Casa Militar do Governo do Estado.
Quando o órgão não pode ser transplantado no Estado, por motivos de incompatibilidade, a Central Estadual oferece o organismo para a Central Nacional de Transplante (CNT), que fica em Brasília (DF) e define qual paciente será beneficiado.
Órgãos captados em MS já foram destinados para as cinco regiões do Brasil e, nos casos de viagens interestaduais, outros parceiros entram em ação, como a Força Aérea Brasileira (FAB), casas militares de outros estados ou empresas aéreas de voos comerciais. A agilidade do transporte dos órgãos captados é fundamental, uma vez que existe o tempo de isquemia, que é o período de vida de cada órgão fora do corpo humano.
DOAÇÃO
O Brasil é referência mundial na área de transplantes, sendo o 2º maior transplantador do mundo, ficando atrás apenas dos EUA, em números absolutos. Cerca de 96% dos procedimentos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente são 14 doadores por milhão de habitantes, quando a média ideal, seria 15 por milhão de habitantes.
Existem dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, que possibilita qualquer pessoa a doar, um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão, desde que o ato não prejudique sua saúde. O segundo tipo é o doador falecido, que ocorre quando há morte encefálica, e a família autoriza a doação que pode salvar cerca de oito vidas, considerando que nesses casos, podem ser doados, córneas, rins, fígado, coração, pulmão, pâncreas entre outros órgãos e tecidos.
* Com assessoria