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DIU: saiba como funciona, as vantagens e desvantagens do método

DIU: saiba como funciona, as vantagens e desvantagens do método

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A gravidez não planejada é uma realidade para 55% das mães brasileiras, segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz feita com 24 mil mulheres. Especialistas reforçam que é preciso fazer um planejamento familiar e permitir que a mulher escolha o método contraceptivo livremente, querendo ou não ter filhos. Para isso, é fundamental que elas tenham acesso às informações sobre os variados meios de contracepção, incluindo risco de falhas e efeitos colaterais.

O uso da pílula é mais recorrente do que de outros métodos. Segundo a pesquisa global "Think About Needs in Contraception" (TANCO), realizada pela Bayer com apoio da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), 33% das 1.113 brasileiras entrevistadas tomam o comprimido.

Porém, como cada corpo reage de uma forma diferente, algumas mulheres preferem abandonar o anticoncepcional. "Eu estava insatisfeita, tomo desde os 18 anos. Eu tinha o humor muito depressivo, não tinha lubrificação nem desejo sexual. Para piorar, minha terapeuta e eu chegamos ao consenso de que ele potencializava minhas crises de depressão", conta Janine Oliveira, assistente de pesquisa e informações, de 23 anos.

Após mais de um ano querendo parar com o método e qualquer outro que incluísse hormônios na composição, ela decidiu colocar o dispositivo intrauterino (DIU) com cobre. Introduzido no útero, o elemento químico contido no aparato impede o encontro do óvulo com o espermatozoide. A vantagem desse e de outros meios de contracepção de longa duração é não depender da memória para se prevenir, algo que é essencial com a pílula, todos os dias.

Juliana Mezzaroba, de 33 anos, também colocou o DIU, mas do tipo hormonal e motivada pelos efeitos colaterais: reduzir o fluxo menstrual e as cólicas. Três anos após colocar o dispositivo, ela ainda sente dores, porém menos intensas e que são aliviadas com um remédio. "Hoje sou uma pessoa normal. Antes, incontáveis vezes tive de ir ao pronto-socorro para tomar remédio na veia porque desmaiava", relata a programadora musical.

O que foi bom para elas e o que as motivaram pode não valer para outras mulheres. E tudo bem. Se a pessoa sente-se confortável tomando anticoncepcional e não se imagina colocando o DIU porque dói, está tudo bem. O importante é que a mulher tenha escolhido seu método contraceptivo livremente, sabendo de todos os prós e contras.

Como funciona?

O dispositivo intrauterino é um método contraceptivo que age localmente, no útero. Ele pode ser feito com cobre, cujo prazo de validade é de dez anos dentro do corpo, ou com hormônio (progesterona), que vale por cinco anos. Nesses períodos, a mulher não precisa se preocupar com a possibilidade de engravidar, mas pode, se quiser, retirar o dispositivo a qualquer momento. A taxa de segurança do DIU é de mais de 99%, mas ele não protege contra infecções sexualmente transmissíveis, então é fundamental associá-lo com preservativo.

Já viu aquela foto de um bebê que nasceu com o DIU grudado na cabeça? Até pode acontecer, mas é bem raro. Segundo a ginecologista Ilza Monteiro, membro da diretoria da Febrasgo e uma das autoras do estudo TANCO, a cada mil mulheres que colocam o DIU, três engravidam num período de um ano.

Diferente do que algumas pessoas dizem ou pensam, o dispositivo não provoca infertilidade nem interfere nas chances de engravidar após retirá-lo. "Depois de usar, a mulher vai engravidar tão fácil quanto se não tivesse usado o DIU. Ele não traz risco a mais", afirma Ilza.

Retomando, uma das primeiras vantagens do dispositivo é que a mulher não precisa lembrar de se proteger. No caso da pílula, 47% das brasileiras se esquecem de tomá-la ocasionalmente, sendo que um terço deixou de tomar de uma a duas vezes nos três meses anteriores à pesquisa. Esse uso inconsistente é um dos fatores para a gravidez não planejada.

Segundo a TANCO, 37% das mulheres de 18 a 29 anos não planejam ter filho no futuro e 19% não pensam em ser mãe nos próximos cinco anos. O número sobe entre aquelas de 30 a 39 anos: 39% não planejam engravidar no futuro e 35% não se veem tendo filhos pelos próximos cinco anos. Dessa forma, por ter ação no longo prazo, o DIU pode ser uma opção a ser considerada.

A pesquisa da Bayer mostrou que apenas 2% das brasileiras usam o DIU de cobre e 6% têm experiência com o DIU hormonal. A baixa adesão, segundo a especialista, é motivada pela falta de informação. Tanto que a pesquisa indica que 70% das mulheres considerariam o contraceptivo de longa duração se recebessem informações de seus médicos.

No geral, mulheres jovens ou maduras, que tiveram filhos ou não, podem colocar o DIU. As contraindicações são bem específicas: pacientes com infecções, má formação do útero, câncer do colo de útero ou do endométrio, estreitamento do canal do colo uterino e sangramento vaginal sem diagnóstico. Outras situações devem ser avaliadas pelo médico.

Dói colocar o DIU?

A questão da dor varia de acordo com a sensibilidade de cada mulher: para umas, pode ser muito tranquilo; para outras, muito doloroso. No geral, é desconfortável e os médicos dizem que é como sentir uma cólica forte. Juliana considera que, no caso dela, foi "muito dolorido". "Senti três agulhadas no útero, cólica muito forte." Antes, ela tomou um remédio para tentar aliviar a dor.

Janine passou pelo mesmo. "Foi um processo doloroso e os primeiros meses também: sangramento quase ininterrupto, cólicas absurdas, ter de acostumar com meus próprios hormônios e não os sintéticos", diz. A ginecologista afirma que o relato de dor é menos comum em mulheres que fizeram parto normal, por exemplo.

Como se coloca?

O procedimento é feito em consultório pelo ginecologista. O dispositivo pode ser inserido em qualquer fase do ciclo menstrual, desde que se tenha certeza de que a mulher não está grávida nem possui contraindicações. Há preferência por colocar o DIU durante a menstruação porque a inserção é mais fácil devido à dilatação do canal cervical e pode causar menos dor.

O DIU hormonal tem duração de cinco anos no organismo enquanto o de cobre pode permanecer por dez anos.

A ginecologista Ilza afirma que em 85% dos casos, o DIU é inserido facilmente. É possível colocá-lo sob sedação, mas ela não recomenda. "É melhor colocar sem sedação, com controle da dor. Ansiedade e medo são os principais motivos para sentir dor. Se a mulher confia no médico, está tranquila na hora, não é nenhum bicho de sete cabeças", explica.

Depois de um mês, a mulher precisa fazer uma ultrassonografia para saber se o DIU está devidamente no lugar. Nesse período, há um maior risco de expulsão do aparato, mas é raro, segundo Ilza.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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