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"Você quer morrer deitada ou vai levantar?", diz mãe de santo sobre ameaças

Mulher é julgada por ter instigado a morte de Hélio Teixeira da Costa

RENAN NUCCI

17/01/2019 - 11h10
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A mãe de santo Ana Maria Calixto, de 59 anos, é julgada na manhã desta quinta-feira pela morte do ajudante de tornearia Hélio Teixeira da Costa, de 29 anos, assassinado a facadas no dia 29 de janeiro de 2017. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual, Mãe Maria, como é mais conhecida, responde por ter instigado o crime, cometido pelo marido dela e “filhos”, depois que a vítima supostamente tentou matá-la.

Durante depoimento na 1ª Vara do Tribunal do Júri, Maria disse ao juiz Carlos Alberto Garcete e jurados que, na data dos fatos, havia uma Festa de Exú, no terreiro de Umbanda localizado no Jardim Tijuca. O evento era realizado como forma de agradecimento pelas conquistas do ano anterior. A mulher informou que incorporou uma entidade e ficou deitada no local de orações até de madrugada, e em seguida foi para a sala.

Lá, já com a consciência recuperada, deitou para dormir no local que as filhas haviam acabado de limpar. A mulher conta que instantes depois, acordou com Hélio. “Eu senti umas batidas na cabeça e quando olhei, era ela. Ele riu pra mim e eu ri de volta, pois fazia tempo que não o via”, explicou, lembrando que em seguida vieram as ameaças. “Ele disse no meu ouvido que estava ali para me matar, mas eu achei que fosse brincadeira”.

Ela relatou ao juiz que ele reforçou as ameaças, dizendo que havia sido enviado para matá-la. “Você vai querer morrer deitada, ou vai se levantar? Foi isso o que ele me perguntou. Eu vi que estava com uma faca e levantei, indo na direção do fundo. Ele tentou me agarrar, mas me soltei pelo braço”, pontuou. A mulher disse que o filho dela, Lucas Rodrigues de Almeida, surgiu e rendeu Hélio, levando para fora do imóvel.

“Eu disse para eles deixarem ele, porque ele parecia que estava possuído e quando acordasse, poderia dizer quem tinha enviado ele para me matar. Depois entrei no banheiro”. Conforme investigações da Polícia Civil, os homicidas disseram que Hélio estava incorporado por um espírito violento conhecido como Sete Facadas, que queria  a morte de Mãe Maria. Por este motivo, agiram para defendê-la e o mataram a facadas.

No entanto, Maria alega não saber de nada. Ela disse que entrou no banheiro e foi informada pelas filhas que Hélio estava sendo levado de carro pelo grupo para outro lugar. “Eu estava pelada, para tomar banho, e não tive como impedi-los porque já tinha saído e não levaram telefone [...] depois dormi até por volta das 17 horas do outro dia, e só fui saber da morte quando acordei. “Eu não mandei matar ninguém. Tenho vida dedica ao cuidado com as pessoas. Se tivesse que matá-lo, eu mesmo o faria”, pontuou.

O defensor público Rodrigo Antonio Stochiero da Silva disse que, de fato, Maria não instigou o assassinato conforme denunciado pelo Ministério Público. Além disso, explicou que a mulher está sendo julgada separadamente neste momento, porque o processo foi desmembrado depois que os demais réus entraram com recurso contra a sentença da pronúncia. “Ela não teve participação no ato e não incitou a ação. Talvez o fator religioso tenha pesado contra ela, mas ela não deu ordem alguma”.

HOMICÍDIO

Conforme relatado por testemunhas, Gleibson José de Lira, esposo de Maria, José Glebson de Lira, cunhado dela, Lucas Rodrigues de Almeida, filho, e um outro rapaz identificado como Aryslan agrediram Hélio no terreiro até que ele ficasse desacordado. Uma testemunhas disse que, inclusive, Maria teria batido nele também, apesar das negativas da ré. A vítima foi colocada em um carro e levada nas imediações do Jardim Aeroporto, onde foi degolada.

Na denúncia, bem como relatado pelas testemunhas, Maria, usando de sua influência como líder espiritual, já que todos a obedeciam, disse para que os homens do local levassem Hélio e dessem um jeito nele. Para o Ministério Público, o crime foi praticado por meio cruel, pois os acusados, agindo em maior número, agrediram a vítima com chutes, socos e golpes de faca, causando-lhe inúmeros ferimentos enquanto vivo, apenas com o intuito de prolongar e intensificar sua dor. Por fim, cortaram-lhe o pescoço, terminando de matá-lo.

 

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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