Cidades

CRISE NO COMÉRCIO

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Varejistas da Capital fazem apelo para 'não morrer'

Mais de 80% dos cadastros são de micro e pequenos empreendedores

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Das quase 123 mil empresas cadastradas em Campo Grande, apenas 346 que são grandes empreendedores, o restante se dividem entre micros, pequenos e médios empresários. Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Adelaido Vila, criticou as ações do Governo do Estado e da Prefeitura de Campo Grande e declarou que “com essa grave crise de saúde, o setor foi novamente abalado com as decisões unilaterais do poder público, que simplesmente ordenaram o fechamento sem um planejamento financeiro e econômico de socorro aos varejistas”. 

O presidente da CDL informou que, dos 122.838 CNPJs de Campo Grande, 22.139 são prestadores de serviços e 24.544 são do comércio. Deste total, 46. 683 estão distribuindo em: 43.923 são micros, 2.171 são pequenos, 243 são médios e 346 são grandes.

A capital sul-mato-grossense possui ainda 63.423 MEI - Micro Empreendedores Individual, com um total de 110.106 CNPJs. E, 12.732 são atividades não relacionadas com o varejo, como por exemplo, atacado, representação comercial e outros.

As informações foram adquiridas por meio do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SPC), maior banco de dados da América Latina.

A Capital sul-mato-grossense possui hoje, aproximadamente, 123 mil CNPJs, sendo que a maioria destes, 88%, é composta por MEIs, micro e pequenas empresas. 

O varejo é responsável pela geração de mais de 320 mil empregos diretos. De acordo com informações divulgadas pela CDL, esse grupo de pessoas fazem parte de pais e mães de família, solteiros, casados, jovens, adultos e até mesmo idosos, que tiram do setor o seu sustento e o da sua família.

Esse é o caso da cabeleireira Suelem Guarienti de Matto, ela tem uma Micro Empresa Individual (MEI) no bairro Nova Campo Grande e foi denunciada após manter seu salão de beleza aberto, pois decreto do prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD) determinou o fechamento do comércio em geral, liberando apenas a venda de produtos essenciais. “Antes do Covid (novo coronavírus) já estava difícil. Não tenho como comprar as coisas em casa, pagar o aluguel, pois eu vivo só disso”, declarou a cabeleireira que abriu seu empreendimento em setembro de 2019. 

Porém, a maior preocupação de Suelem é com seu colega com quem divide o espaço do salão, o barbeiro de 58 anos, Aparecido Alves de Queiroz. “Estou com a minha esposa doente. Só eu trabalho em casa, se eu não cortar cabelo eu não tenho como comprar os remédios dela e também a comida de casa. Nunca vivi uma situação dessa em 30 anos de profissão, você correr o risco de ser multado porque está tentando se sustentar com seu trabalho. Não sei o que fazer, pensei em atender escondido, dentro de casa”, declarou.

Os dois micro empresários defendem que as medidas de proteção devam acontecer, mas não da maneira como estão sendo impostas. “Fizeram denúncias e a Vigilância Sanitária foi até o salão e mandou eu fechar. Não tem aglomeração no meu salão, atendo um ou dois por vez. O Cido também. Isso é muito triste, não tem por que mandarem a gente fechar. A gente precisa, porque a gente é pequeno”, reclamou a cabelereira.

O presidente da CDL ressalta também que o setor vem passando por sucessivas crises econômicas, que têm causado o seu esmagamento e deu fim em suas reservas financeiras. “O hoje se paga com o que se ganhou ontem”, disse.

Adelaido criticou também as muitas taxas e impostos que são cobrados dos empresários. “Não temos lastro, mas temos muitas obrigações financeiras. É taxa disso, daquilo, de lixo, de grande gerador, de iluminação, sem falar nos impostos, nos encargos, o poder público parece que vê no varejo a sua “máquina de fazer dinheiro”, declarou.

A CDL tem feito reuniões com o prefeito da Capital e apresentado pedidos de isenção e prorrogação de prazos de vencimentos ao governador.

O prefeito anunciou que flexibilizaria as normas da quarentena imposta como medida para prevenção do novo coronavírus (Covid-19), por meio de decretos, que começaram a ser publicados a partir do dia 16 de março. Marcos Trad chegou a dizer que “esse era o clamor da população” e que “a sociedade está consciente do aumento do número de infectados” e que a própria sociedade “quer assumir o risco disso”. O comércio está previsto para voltar a funcionar na próxima segunda-feira (6), com restrições que serão divulgadas no Diário Oficial (Diogrande).

Uma das maiores preocupações dos empresários são sobre o pagamento dos funcionários. “Está chegando, o vencimento de aluguel, impostos também e as respostas, o apoio, não chegam. Estamos nos sentindo sozinhos, vivendo de promessas e de acusações infundadas”, afirmou o presidente da CDL.

O representante da Câmara de Dirigentes Lojistas reclamou também que tem se incomodado com a repercussão dos protestos que organizaram em frente a prefeitura, com intuito de convencer o prefeito a liberar a abertura do comércio. “O setor tem sido tratado como milionário. Nas redes sociais se perpetuaram postagens se referindo aos varejistas como milionários que dirigem carrões, quando, na verdade, conforme os dados apresentados, a maioria mal tem para pagar as despesas”, afirmou Adelaido.

Adelaido citou o decreto que suspende por 15 dias o vencimento do IPTU e ISSQN, contado de 23 de março a 6 de abril. No caso do IPTU, o vencimento é dia 10, ou seja, não cai nesta data. Além disso, o decreto estipula que o pagamento seja feito no dia 7 de abril. Isso significa que os impostos deverão ser pagos após o período de fechamento, quando não houve faturamento.

Para Adelaido, todos os empresários do setor estão dando suas contribuições. "O prefeito e o governador precisam olhar para esse setor que movimenta a economia da cidade, gera emprego e renda, criando medidas que auxilie para que o comércio de Campo Grande, que vem enfrentando crises econômicas, obras na região central e pandemia não morra após mais este período difícil”, finalizou.

OPERAÇÃO DA PF

Fraude em ponto eletrônico da saúde na Prefeitura de Corumbá gera prejuízo de R$ 6 milhões

Polícia Federal deflagrou operação para combater crime e identificou servidor que ficava 5 minutos no expediente

19/04/2024 12h30

Polícia Federal deflagrou operação contra fraude do ponto em Corumbá Foto: Divulgação

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Esculápio nesta sexta-feira (19) para combater prejuízo milionário que servidores da saúde em corumbá estavam causando no serviço público com fraudes em ponto eletrônico.

Segundo as investigações, 11 servidores públicos da área de saúde da Prefeitura de Corumbá reiteradamente fraudavam seus pontos eletrônicos, não cumprindo a carga horária contratada, mas recebendo o salário integral. 

Ao longo da investigação, a Polícia Federal em Corumbá identificou que houve casos em que a permanência do profissional na unidade de saúde do Centro Municipal de Especialidade Odontológica (CEO) foi de apenas 5 minutos. O foco da operação nesta sexta-feira foi concentrado nessa unidade especializada, que fica no bairro Universitário.

Além do prejuízo indireto causado pelo retardamento no atendimento à população local, estima-se que o prejuízo direto aos cofres seja da ordem de R$ 6.000.000,00.

Esse cálculo foi obtido a partir da apuração dos salários pagos aos profissionais de saúde em valor integral, porém sem que eles cumprissem a carga horária. A Polícia Federal não detalhou há quanto tempo essa fraude vinha sendo praticada e como houve a denúncia.

Na ação, cujos mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá, foram sequestrados bens móveis avaliados em R$ 1.500.00,00 e bens imóveis avaliados em R$ 5.000.000,00 dos servidores públicos.

Dentro do Centro Municipal de Especialidade Odontológica trabalham principalmente dentistas e os serviços prestados são de cirurgia, endodontia, prótese dentária, radiologia, periodontia e odontopediatria. Os investigados poderão responder por estelionato, peculato e peculato eletrônico.

A Prefeitura de Corumbá divulgou nota e sugeriu que não foi a responsável pela denúncia. Conforme apurado, o governo municipal não teria conhecimento oficial dessa fraude até que ocorresse a operação.

"Com relação a Operação Esculápio, realizada nesta sexta-feira, pela Polícia Federal, a Prefeitura de Corumbá esclarece que não foi alvo da ação e que até o momento não foi formalmente informada sobre o teor das investigações. A Secretaria Municipal de Saúde está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for necessário", divulgou.

Ainda não há confirmação se os servidores investigados pela Polícia Federal também vão passar por processo administrativo.

"GUERRA CIVIL"

Maior ameaça à democracia no mundo é a polarização, diz o ator Wagner Moura

Ator diz que filme"Guerra Civil" soa um importante alarme sobre esses riscos

19/04/2024 10h30

Wagner Moura em "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana Foto: Divulgação

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Para Wagner Moura, "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana, soa um importante alarme sobre os riscos da polarização que assombra países como Estados Unidos e Brasil nos últimos anos.

"Este é um filme que mostra que a polarização é a maior ameaça à democracia no mundo moderno", diz ele sobre o longa dirigido por Alex Garland, um blockbuster americano que acena também para a realidade política brasileira, em sua opinião.

"Guerra Civil" conta a história de um grupo de jornalistas, do qual Moura faz parte, que tenta chegar a Washington para entrevistar o presidente dos Estados Unidos, um líder do qual não sabemos muito, mas que pelas dicas do roteiro é claramente fascista, nas palavras do ator baiano.

"Mas eu acho, sinceramente, que ligar esse personagem a figuras reais é um desserviço ao filme. Não há na trama uma agenda ideológica. E você sabe que eu sou uma pessoa que não tem medo de falar as coisas", diz Moura ao ser questionado sobre a proximidade do personagem com líderes que acirraram a era de polarização em que vivemos, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

O filme é uma distopia política cheia de imagens do que poderia ser os Estados Unidos caso o racha entre democratas e republicanos, ou liberais e conservadores, se acentue. Na trama, forças favoráveis e contrárias ao presidente vivido por Nick Offerman se enfrentam e destroem a nação. São várias as imagens de pontos icônicos do nacionalismo americano bombardeados, como a Casa Branca.

"A gente sabe muito bem o que é a polarização. O mundo todo sabe. E para os americanos o filme gera uma dissonância cognitiva, porque eles estão acostumados a ver essas cenas em filmes sobre guerras no Oriente Médio. Agora estão vendo em Washington", diz ainda Moura.

GUERRA CIVIL

- Quando Estreia nesta quinta (18), nos cinemas
- Classificação 18 anos
- Elenco Wagner Moura, Kirsten Dunst e Cailee Spaeny
- Produção EUA, Reino Unido, 2024
- Direção Alex Garland

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