Com as obras paradas desde 2014 e calote estimado em R$ 64 milhões com fornecedores, a fábrica de fertilizantes nitrogenados (UFN III), de Três Lagoas, está na mira da administração estadual. O Governo do Estado encaminhou solicitação à União para que a construção do empreendimento seja retomada imediatamente.
O pedido foi feito hoje pelo secretário Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, durante agenda em Brasília. O titular da pasta entregou ao ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho, a solicitação de retomada, com “a máxima urgência”, das obras.
A obra foi paralisada após a UFN III não conseguir mais arcar com as despesas que envolvem a compra de materiais e até mesmo o pagamento dos funcionários ligados diretamente ou indiretamente na obra, que acabou com uma demissão em massa, ações na Justiça e o bloqueio de quase R$ 50 milhões da Petrobras.
Para a conclusão da obra, seriam necessários cerca de R$ 500 milhões. Mais de 80% da fábrica, avaliada em R$ 3 bilhões, já foi executada. No entanto, a Petrobras só destinou R$ 4,616 milhões para retomada dos trabalhos neste ano.
Em dezembro, por meio de nota, Verruck afirmou que o Governo do Estado iria se manifestar diretamente ao presidente da República, Michel Temer, pedindo a retomada das obras e liberação do recurso. “A conclusão e o início das operações da UFN III vão permitir ao Brasil reduzir as importações e proporcionar mais competitividade ao agronegócio brasileiro”, destacou.
A fábrica da Petrobras terá capacidade para produzir 1.210.000 toneladas de ureia e 761 mil toneladas de amônia por ano. Ela será a maior unidade de fertilizantes nitrogenados da América Latina e vai dobrar a produção nacional de ureia, gerando redução de dependência de fertilizantes.
ENERGIA
Na mesma reunião com o ministro, Verruck protocolou pedido para que o Governo Federal realize o leilão de energia solar fotovoltaica, cancelado no ano passado. Coelho firmou o compromisso de realizar o leilão até o final deste semestre.
“O cancelamento desse leilão trouxe uma série de prejuízos e impactos negativos para a viabilização de investimentos em energia solar previstos para o Estado. Apresentamos a reivindicação do governador, que foi reforçada pelas empresas do setor e pelos deputados presentes”, justificou.
Segundo o Governo, Mato Grosso do Sul tem um grande empreendimento de energia solar a ser instalado nos municípios de Cassilândia e Aparecida do Taboado e que já se credenciou para participar do leilão. “O ministro nos deixou otimistas, pois além de estabelecer um prazo, informou que irá estudar a possibilidade de realizar leilões regionais”, acrescentou. O encontro contou com a participação dos deputados federais Dagoberto Nogueira (PDT-MS), João Fernando Coutinho (PSB-PE) e de representantes das empresas Solatio Energia e Canadian Solar.