Cidades

PANDEMIA

Três Lagoas pode ser o 1º município do Estado a entrar em lockdown

A cidade teve nove casos novos de Covid-19 em 24 horas e já contabiliza 50 ocorrências

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Três Lagoas espanta com o número de casos do novo coronavírus, e os dados alarmantes já preocupam as autoridades de saúde, que não descartam a possibilidade de o município entrar em lockdown, ou seja, bloqueio total de movimentação de pessoas. Em 24 horas, conforme boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), as nove confirmações de Covid-19 registradas em Mato Grosso do Sul ocorreram na cidade.

Com uma população estimada de 120.388 habitantes, Três Lagoas soma 50 casos, atrás somente de Campo Grande, que tem uma população estimada de 885.982 habitantes e que contabiliza 128 episódios confirmados de Covid-19.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, que na terça-feira esteve em Três Lagoas: “Se a curva [de casos] continuar apresentando esse crescimento, podemos chegar até o lockdown para evitar colapso, caso seja necessário e se verificarmos aumento exponencial”.  

O secretário disse que medidas vêm sendo estudadas com equipes de saúde e o Estado não terá medo de tomar medidas duras para evitar uma explosão de casos, inclusive mortes, em Três Lagoas ou em qualquer outra localidade. Ele adiantou que a situação é acompanhada pela SES e, na segunda-feira, uma nova análise dos números será realizada para verificar se há necessidade de medidas mais duras, principalmente em relação ao isolamento social. “Nenhuma medida vai ser tomada se não for pactuada com o município, tanto com o gestor de saúde quanto com o prefeito”, amenizou.

DIVISA PERIGOSA

Três Lagoas tem por característica fazer divisa com São Paulo, estado que tem o maior número de casos do País, caminhando para 25 mil confirmações e com mais de 2 mil mortes. Ontem, ao falar sobre o boletim do dia, Resende deixou clara a sua preocupação com o avanço da doença no município, que está a 326 quilômetros de Campo Grande.

Três Lagoas registrou três mortes pelo novo coronavírus, óbitos que ocorreram em um só lugar: a Casa de Repouso Leituga. As pacientes residiam no estabelecimento privado e tinham outras comorbidades. Os nove últimos registros são de casos confirmados na segunda e terça-feira. São sete pessoas do sexo masculino e duas do feminino, com idades entre 19 e 70 anos. Cinco tiveram contato com casos confirmados e quatro não apresentaram vínculos. Todas se encontram em isolamento domiciliar  

Geraldo Resende destacou que Três Lagoas está se preparando para enfrentar a pandemia. “Conversamos bastante com o prefeito, e o que foi possível foi feito até agora.

Estamos pensando em utilizar a estrutura do Hospital Regional, que está mais de 90% concluído, para atendimentos de vítimas não graves da Covid-19. Não vamos usar viés econômico, queremos evitar mortes.

Vamos avaliar os próximos dias e, na segunda-feira, analisaremos as medidas a serem tomadas”, concluiu.

DRIVE-THRU

O secretário Geraldo Resende esteve em Três Lagoas, na terça-feira, para participar do primeiro dia de testes no drive-thru. Os atendimentos serão feitos nas terças e quintas-feiras, com uma média de 20 coletas ao dia, e podem ser agendados por meio do telefone (67) 3311-6264.

 

O que é LOCKDOWN?

Um bloqueio é um protocolo de emergência que geralmente impede que pessoas ou informações saiam de uma área. O protocolo geralmente só pode ser iniciado por alguém em uma posição de autoridade. 

Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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