Cidades

OPERAÇÃO ANJOS DA LEI

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Traficantes presos em operação nacional aliciavam crianças em porta de escola

Investigação foi feita em mais de 30 escolas da Capital

RAFAEL RIBEIRO E RENAN NUCCI

14/11/2018 - 14h12
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Três homens que agiam nas cercanias de escolas e até, pasmem, creches de Campo Grande foram os principais alvos da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul nas ações referentes à Operação Anjos da Lei, desencandeada na últiima terça-feira (13), em conjunto em todo o Brasil.

Em Mato Grosso do Sul, 47 pessoas foram presas. Desses, 14 foram em cumprimento de mandado de prisão, 16 em flagrante e outros 16 foram detidos por porte de drogas. Dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Também foram apreendidos quatro veículos, sendo um com registro de roubo, dois celulares, seis munições de calibre 7,62, vários aparelhos eletrônicos produtos de furto, 184,3 gramas de maconha e 297,8 gramas de cocaína. 

Apresentado na manhã desta quarta-feira (14) pelo delegado Reginaldo Salomão, da Delegacia Especializada na Repressão ao Trágico de Drogas, o trio preso faz parte de uma investigação que durou quatro meses. No período, cercanias de 36 unidades de escolas públicas infantis foram vistoriadas pelos policiais. Era o local considerado ideal para a ação dos três presos, que buscavam não só alimentar o vício de pais, mas atrair novos clientes e até funcionários. E põe novo nisso, algumas das crianças usuárias encontradas tinham 10 anos.

"Eles se aproveitavam da vulnerabilidade que muitas dessas crianças têm, sem estrutura familiar e condição adequada de vida. Exibiam correntes e relógios de ouro, o que impressionava. Incitavam o uso dos narcóticos, como forma dessas crianças afirmarem seu amadurecimento", disse Salomão, ao Correio do Estado. 

Os três principais presos da operação deflagrada nacionalmente em Campo Grande: atuação visava crianças e adolescentes

As prisões ocorreram em três bairros diferentes.

A primeira no Jardim Bonança, na região sul, onde Vangullit César Ortiz de Almeida, 28 anos, nome do mesmo craque holandês que brilhou na Itália nos anos 80 e 90, atuava. Ao notar a chegada dos policiais, ele se trancou no banheiro e jogou a maior parte da carga de pasta base que guardava na privada. Ele tem passagens por tráfico e violência doméstica.

No bairro vizinho do Taquarussu, também na região sul, foi preso Pedro Henrique Silva Garcia, 18, que guardava a droga em uma casa abandonada e ficava próximo das escolas em uma falsa roda de tereré, de olho em clientes. 

O terceiro preso foi Wesley Roberto Santiago Moura, 32, no Tiradentes, região leste. Ele também tem passagens pela polícia

A Delegacia de Narcóticos encerrou a atuação na operação com 14 detidos ao todo. Entretanto, 11 deles apenas assinaram termos circunstanciados por porte de pequena quantidade de drogas.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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