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ENEM 2018

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Tempo extra no 2º dia do Enem 2018 ajudou os candidatos na prova de matemática, dizem professores

Tempo extra no 2º dia do Enem 2018 ajudou os candidatos na prova de matemática, dizem professores

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Os 30 minutos a mais no segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ajudou os candidatos, segundo professores ouvidos pelo G1. Essa foi a principal novidade da edição 2018 do exame.

Além do tempo extra ajudar, os professores afirmaram que o fato de as questões estrarem mais curtas também facilitou a vida dos estudantes. Em geral, a prova deste domingo foi classificada com uma complexidade "de fácil para médio", segundo professores ouvidos pelo G1.

O acréscimo de 30 minutos na prova deste domingo ocorreu porque, na edição de 2017, o Ministério da Educação (MEC) mudou a divisão das disciplinas, concentrando as provas de humanas em um dia e, no outro, as de exatas. Os candidatos reclamaram que as 4 horas e 30 minutos de teste não foram suficientes para analisar as questões que envolviam muitos cálculos. Assim, em 2018, o segundo dia de provas ficou mais longo.

Professores ouvidos pelo G1:

Cursinho da Poli: Francisco Flavio (física), Fábio Bueno (química) e Edson Futema (biologia)
Descomplica: Allan Rodrigues (química), Leonardo Gomes (física) e Luanna Ramos (matemática)
Sistema COC de Ensino: Felipe Freire (matemática)
Colégio Ari de Sá: Michel Henri (química)

Tempo extra

"Os 30 minutos a mais foram úteis principalmente na prova de matemática, que estava fácil. Fez sim diferença – como se acrescentasse 1 minuto a cada questão", explicou o professor Francisco Flávio, que dá aulas de física no Cursinho da Poli.

Para Edson Futema, que dá aulas de biologia, "o tempo extra sempre ajuda o estudante, seja ele mais rápido ou devagar". Para ele, a mudança também diminui o fator psicológico da pressa. "Ou seja, o aluno vai se organizar e sabe que tem um certo conforto em mais 30 minutos. Então acho que, pra um ou pra outro estudante, o tempo extra colabora, sem dúvida."

Fábio Bueno, professor de química, afirma ainda que, além de o tempo extra fazer bastante diferença, ajudou também "o fato de a prova ter tido questões mais curtas".

Para a professora de matemática do Descomplica Luanna Ramos, apesar do tempo extra, o aluno precisou ficar atento ao modo como resolveria a prova. "Mais do que nunca o aluno precisou usar bem a estratégia de prova para iniciar pelas questões mais fáceis e não seguir a ordem que a prova apresentava. Algumas perguntas trabalharam elementos de física dentro da matemática. Uma questão bastante comentada, que teve o jogo Minecraft como pano de fundo, era simples. O candidato precisava identificar qual a peça ideal para encaixar em uma parte da figura que estava faltando.

Temas atuais

A prova do Enem 2018 seguiu o padrão dos anos anteriores, trazendo temas atuais para os estudantes analisarem, disse o professor de física Francisco Flávio, do Cursinho da Poli.

"Caiu transformações energéticas, placas fotovoltaicas, carros elétricos... não são temas 'modernos', porque existem há muito tempo, mas são temas que têm relação com novas possibilidades, novas abordagens para o futuro", disse.

Entre as questões em que a química apareceu entre os temas, o professor Fabio Bueno destacou uma das grandes descobertas químicas recentes: os motores moleculares.

"Existem grandes descobertas químicas feitas recentemente e uma delas são os 'motores molecures'. Foi a segunda vez que o Enem cobrou o tema. A primeira vez foi em 2016. O aluno tinha que saber qual era a leitura da fórmula, a geometria molecular. Não era necessário saber o que são os motores moleculares", disse.

As datas comemorativas também apareceram no Enem, como já é tradição deste teste. Neste ano, a prova de química trouxe o centenário da premiação de Fritz Haber, prêmio Nobel de Química em 1918, em uma questão que falava sobre agricultura, destacou Fábio Bueno.

'Charadas'

Inscrito no Enem, o professor de matemática Felipe Freire, do Sistema COC de Ensino, fez o segundo dia de provas neste domingo (11) e afirmou ao G1 que o conjunto de 45 questões de matemática teve dificuldade média.

"No conceito geral, posso classificá-la como média. Não posso classificá-la como fácil, mesmo tendo questões de resposta óbvia, mas também não posso falar que a prova foi extremamente difícil, exceto na parte da interpretação das questões", afirmou ele.

No geral, Freire afirmou que o nível da prova foi "pesado", no sentido de que os estudantes precisavam de um certo tempo para interpretar o enunciado e descobrir qual era a habilidade exigida. "Se você fosse relacionar as interpretações das questões, para o aluno matar qual era a charada da questão até o desenvolvimento dela, demandava um tempo", explicou ele.

Elogios aos gráficos

"Os gráficos foram muito bem utilizados durante praticamente todas as questões. Sem falar que questões que englobavam somente interpretação de gráfico caíram em peso", afirmou Felipe Freire. "Do gráfico você partia para o cálculo e do cálculo você partia para o gráfico, essa correlação era constante."

Mais interpretação, menos cálculo

Francisco Flávio, do Cursinho da Poli, avalia que ao menos 30 das 90 questões de matemática e ciências da natureza poderiam ser resolvidas com leitura e interpretação da prova. "As respostas estavam ali, dependiam de uma interpretação."

As questões relacionando os temas de química também demandaram menos cálculos, segundo Fábio Bueno, da Poli. "Só havia duas ou três questões que exigiam mais cálculo. Em comparação com anos anteriores, a prova de química exigiu menos matemática", falou.

Para Allan Rodrigues, professor de química do Descomplica, a prova estava mais teórica. "A avaliação estava mais teórica, com menos questões que exigiam que o aluno fizesse contas. E as questões que precisavam de cálculo eram mais fáceis.

O professor de física do Descomplica também achou que as questões envolvendo a disciplina estavam mais simples. "A prova vinha aumentando o grau de dificuldade a cada ano, mas nesta edição o caminho para o aluno chegar ao resultado estava mais simples."

Surpresas

Para Allan Rodrigues, professor de química do Descomplica, a surpresa do exame estava em uma questão sobre distribuição eletrônica, relacionando o tema à tabela periódica, o que não costuma cair. Segundo ele, a questão de maior dificuldade da prova de química abordou reação orgânica.

Química orgânica

Este ano foram cinco questões de química orgânica, algo que não é corriqueiro no Enem, segundo Fabio Bueno, da Poli. "A prova do Enem não costumava cobrar química orgânica e neste ano caíram cinco questões. A química orgânica apareceu de maneira muito tradicional, simples e organizada, como por exemplo na questão que falava sobre o reconhecimento químico entre as abelhas rainha e operárias e o aluno tinha que saber qual a diferença das moléculas produzidas pelas abelhas durante este processo."

O professor de química Michel Henri, do Colégio Ari de Sá complementa que "a prova de química estava bastante concentrada em questões envolvendo físico-química e orgânica, e também, houve uma redução no número de questões que envolviam cálculos. Além de mais rápida, a prova como um todo trazia questões de um nível médio de dificuldade. Certamente, esse ano a prova estava mais fácil do que as últimas duas edições. Apenas uma questão de reações orgânicas chamou atenção pelo nível de dificuldade".

Minecraft, orquídeas, carro 'flex'...

O segundo dia de provas do Enem 2018 teve questões sobre mutação genética, rastreamento de bagagem nos aviões e corrente elétrica dos peixes. Uma questão que se destacou foi inspirada no popular game Minecraft para exigir dos candidatos conhecimentos para calcular a dimensão de um cubo.

Como já virou tradição, muitos candidatos foram direto ao Twitter depois de saírem do local de provas. O objetivo é brincar com os temas que apareceram nas questões. Neste ano, Minecraft ganhou destaque entre os memes na rede social.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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