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Solução para enchentes, número de barragens na Capital é insuficiente

Das doze barragens necessárias, seis foram construídas

ALÍRIA ARISTIDES

06/11/2019 - 17h01
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A ocorrência de enchentes na época chuvosa é uma preocupação para os campo-grandenses. Alagamentos em pontos como a Avenida Ernesto Geisel com a Rua Rashid Neder e Via Park são recorrentes após chuvas intensas e rápidas, responsáveis por sobrecarregar o sistema de escoamento da cidade, que não possui capacidade para volumes altos de água.  

O Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU), elaborado em 2008 para tratar a questão de enchentes em Campo Grande, traz como solução para o problema a construção de 12 barragens na Bacia do Prosa. Com a função de conter a velocidade do fluxo da água, as barragens de contenção possibilitam o escoamento correto e evita a sobrecarga de córregos e rios, além dos consequentes alagamentos.

Por falta de recursos, apenas seis barragens foram construídas ao longo dos mais de dez anos desde a elaboração do PDDU. De acordo com o Plano, além das obras já feitas, seriam necessárias duas novas barragens no córrego Sóter e ampliação das existentes, além de outras nos córregos Imbirussú (duas) e Segredo (uma), e ainda bacias de contenção e ampliação da vazão de pontes em córregos. 

Dentre as seis barragens já existentes, algumas foram feitas através de acordos com a iniciativa privada por compensação ambiental. É o caso da barragem do Córrego Prosa, localizada na Praça das Águas, concluída em 2017 após estabelecimento de parceria entre a Prefeitura e o Shopping Campo Grande. Apesar do pouco tempo de execução, a obra, em conjunto com a Praça das Águas, foi posta em licitação para reforma no fundo do canal e em de trechos do gabião, mureta que contém a água, danificada durante chuva intensa. Segundo divulgado no Diário Oficial de hoje (6), nenhuma empresa se interessou em assumir as obras no local.

Sujeitas a erosão, danos e acúmulo de entulhos após temporais, as barragens e represas já existentes exigem manutenção para garantir a vazão adequada. Segundo Mehdi Talayeh, superintendente da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), apesar de não representar a solução completa para a drenagem hídrica da cidade, a desobstrução e adequação melhora o escoamento da rede de drenagem. “Nos últimos 30 dias, realizamos manutenção e limpeza de galerias, canais e barragens da cidade. Estamos nos preparando para o período de chuva, mas a ação é preventiva, não definitiva”, afirma o superintendente. Segundo Talayeh, a barragem e reservatório localizados na esquina das avenidas Hiroshima e Mato Grosso, na região do Parque dos Poderes, passou recentemente por

Ainda de acordo com o superintendente da Sisep, apesar das dificuldades na obtenção do recurso financeiro, o projeto para a construção de mais duas barragens e represas está em tramitação. Sem previsão exata para a execução, as obras devem acontecer ao longo de 2020, solucionando o problema de alagamento no Córrego Segredo, curso d’água que corre ao longo da avenida Ernesto Geisel.    

LICITAÇÃO

A licitação para contratar a empresa responsável pela reforma completa do Canal do Prosa e da Praça das Águas, na Chácara Cachoeira, não apresentou interessados em disputar o contrato. A informação de licitação declarada deserta foi divulgada em Diário Oficial de Campo Grande desta quarta-feira (6). 

Com concorrência de menor preço, a Prefeitura ofereceu até R$1,3 milhão para a execução da obra. A reforma incluía o plantio de mais de mil árvores na praça como parte do Projeto de Recuperação de Área Degradada do local. No canal, o previsto é a reforma das margens e do fundo do Canal do Prosa, córrego que permeia toda a extensão das avenidas Ricardo Brandão e Fernando Correia da Costa, importante corredor de ligação da região sul à leste.

Nova concorrência deve ser lançada em edital para que o contrato com a empresa responsável pela obra seja estabelecido. 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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