Cidades

TRAGÉDIA EM FAMÍLIA

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Sobrinho que matou tio agora é considerado foragido

Polícia vai pedir prisão após ele não se apresentar formalmente em delegacia

ALÍRIA ARISTIDES E RAFAEL RIBEIRO

19/07/2019 - 10h16
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A expectativa por Miguel Arcanjo Camilo Junior, 32 anos, se entregar à polícia não foi cumprida. E agora ele é considerado foragido pelo assassinato do próprio tio, Osvaldo Foglia Júnior, 47, morto a tiros na noite de terça-feira (16) em uma conveniência na Rua Marquês de Lavradio, no Jardim São Lourenço, região leste de Campo Grande.

O anúncio foi feito pelo delegado Thiago Macedo, titular do 4º DP (Moreninhas) e responsável pelo caso, que vai pedir a prisão preventiva do acusado visto que diferente do acordado com sua defesa, não deu as caras nesta sexta-feira (19).

"Ele poderia se apresentar, trazer a arma e pedir o adiamento do interrogatório. Só isso já era suficiente para nós entendermos que ele quer de fato colaborar, mas aconteceu que está até em lugar incerto e não sabido", disse o delegado.

A tendência, segundo Macedo, é que a Justiça acate o pedido, visto que o acusado possui bom padrão de vida e teria como fugir.
 
Júlio César Marques, defensor de Júnior, compareceu nesta manhã à delegacia para tentar dar mais explicações. Mas segundo o delegado, a partir de agora tudo será documentado. "De boca não tem mais nada. Agora é tudo no papel", disse.

Na quinta, Marques disse ao Correio do Estado que Miguel está abalado com a situação. “Meu cliente está bastante chocado, ele sofre da síndrome do pânico e toma remédio controlado, ele está muito abalado porque tinha uma aproximação muito grande com o tio, eles até faziam musculação juntos”, explicou o advogado. 

Sobre a tese de defesa, Marques informou que vai partir pela legítima defesa, uma vez que Miguel estava sofrendo pressão psicológica por parte de Osvaldo. “O tio pressionou que iria matar ele e a família por não pagar a dívida, eu não sei o montante ainda, o tio mandou diversas ameaças por telefone, existe diversas gravações que estão sendo transcritas e colocadas em DVD para ser entre à delegacia para demonstrar essa insuportável pressão”, contou Marques. 

Sobre as investigações do caso, o delegado responsável, Thiago Macedo, disse que a relação é mais complexa do que se imagina. “Já foram ouvidas algumas testemunhas e semana que vem vou ouvir uma testemunha chave para o curso das investigações, é um caso bem mais complexo e mais detalhes eu vou resguardar para não atrapalhar as investigações”, contou. 

Ele já foi indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e porque não não houve a defesa da vítima.

O CASO

Segundo testemunhas, Júnior atua como agiota e teria ido ao local cobrar o familiar pelo pagamento de um empréstimo não pago.

Ainda de acordo com pessoas ouvidas pelos investigadores, o acusado estava no local e assim que viu o tio estacionar seu Corolla, sacou uma pistola calibre ponto 380 e atirou três vezes em sua cabeça.

Júnior, que carregava um facão no banco traseiro do veículo, morreu na hora, sem sequer soltar o cinto de segurança. O autor fugiu em seguida. Uma equipe da Polícia Miliar localizou o Camaro, veículo de luxo cuja versão zero quilômetro pode chegar a R$ 350 mil, abandonado no quintal de uma casa modesta do bairro Cristo Redentor.

O acusado é dono do estabelecimento onde ocorreu o crime e segue sem ser localizado pela polícia até a publicação desta reportagem. Apesar dos relatos de que era uma pessoa tranquila, familiares confirmaram que ele e o tio se odiavam e trocavam ameaças de morte públicas. Ele tinha registro da arma na Polícia Federal, apurou osa investigadores.   

PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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