Obras para contenção de enchentes nas ruas que margeiam os córregos de Campo Grande e intervenções na parte interna dos cursos d’água foram parcialmente realizadas. Mas o que ficou para trás ainda pode custar, pelo menos, R$ 5,2 milhões, porém, deve ser executado somente a partir do próximo ano. São ao menos seis pontos críticos em duas avenidas, Ricardo Brandão (Fernando Corrêa da Costa) e Ernesto Geisel.
Para aproveitar o período de estiagem, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Sisep) recuperou quatro pontos de desmoronamento nos córregos Segredo – Avenida Ernesto Geisel – e Lagoa – Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho. Porém, ainda existem áreas de risco.
Na Avenida Ernesto Geisel, próximo à Avenida Euler de Azevedo – em frente ao local onde seria construído o Centro de Belas Artes –, uma das pistas em ambos ossentidos está interditada. Cones e faixas sinalizam o perigo, enquanto os condutores tentam desviar do trecho.
Já na Avenida Ricardo Brandão, são pelo menos três pontos críticos, próximos das Rua Bahia e Nova Era e da Praça das Águas. Na Avenida Fernando Corrêa da Costa, perto das ruas José Antônio e Joaquim Murtinho, outros dois locais também precisam de recuperação. “Vamos fazer licitação, que já está em análise na Dicom [Diretoria-Geral de Compras e Licitação], para alguns pontos. Vamos licitar o trecho todo, a partir da Rua José Antônio, e tudo que tiver que ser feito vai ser”, explicou Rudi Fiorese, titular da Sisep. O custo deste trecho deverá ser de aproximadamente R$ 1,2 milhão.
Ainda de acordo com o secretário, a estrutura da parte interna do córrego será trocada, porém, por um sistema semelhante. “Os sacos de areia colocados em cima do gabião foram uma solução que durou mais ou menos 15 anos, nada é para sempre. Mas vai ser feito da mesma forma e vai durar aí mais 15 anos”, explicou.
Com o término do trabalho de desassoreamento do lago do Parque das Nações, previsto para ocorrer no próximo mês, o secretário acredita que parte do problema das enchentes nas avenidas Nelly Martins (Via Parque) e Afonso Pena possa ser resolvida.
“A parte da bacia de contenção, o piscinão, é importante. Porém, o custo é alto ali, por conta do solo, muito ruim. Só ali, a despesa deve ser de aproximadamente R$ 5 milhões”, explicou Fiorese sobre a obra que estava prevista para ocorrer no cruzamento das avenidas Mato Grosso e Hiroshima.
SOLUÇÃO
Dois pontos de barragens ao longo do Córrego Segredo, que corta a Avenida Ernesto Geisel, devem passar por limpeza. “Em meados de setembro, a gente limpa os locais, que ficam antes da Mascarenhas”, disse Fiorese, destacando que todas as obras, até agora, foram feitas com recursos próprios e apenas no caso dos dois outros trechos haverá necessidade de licitação.
Reportagem publicada pelo Correio do Estado na edição do dia 23 de março deste ano mostrou os riscos em seis pontos de desmoronamento ao longo de duas importantes avenidas de Campo Grande, Ernesto Geisel e Prefeito Lúdio Martins Coelho – cinco arrumados.
A ponte no cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com a Arquiteto Vila Nova Artigas, no Aero Rancho, teve a recuperação concluída há aproximadamente quatro meses. O local sofreu desmoronamento durante as chuvas que ocorreram nos dias 13 e 26 de fevereiro e chegou a ficar interditado, mas os moradores retiraram os cones e, por conta própria, voltaram a utilizar a via.
Também foi recuperada a parede interna do Córrego Segredo, que desabou no cruzamento da Rua 26 de Agosto. No mesmo local, outra placa já havia caído no fim de 2017.
Na Avenida Prefeito Lúdio Coelho, próximo à entrada do Bairro Oliveira, o trecho da via que desmoronou – no sentido Comando Militar do Oeste (CMO) –, no fim do ano passado, foi recuperado e também o do cruzamento com a Rua Panambi Vera – onde a encosta da ponte desabou após duas chuvas, nos dias 13 e 26 de fevereiro. “Refizemos a galeria, falta só complementar o aterro e fazer o passeio [calçada]”, disse Fiorese.
A obra foi inaugurada em 17 de dezembro 2011 e é um dos pivôs da Operação Lama Asfáltica da Polícia Federal. Desde que ficou pronta, a via tem histórico de buracos e incorreções na pista. A intervenção executada pela Proteco, do empreiteiro João Amorim (preso desde maio de 2018), custou R$ 21,3 milhões aos cofres públicos. Os pagamentos indevidos por causa das supostas fraudes no contrato do Complexo Lagoa – do qual a avenida faz parte – chegaram a R$ 475.547,69, e os serviços que o Ministério Público Federal considerou “desnecessários” na construção da via geraram um prejuízo de R$ 4,4 milhões aos cofres federais.
Mesmo com as ações realizadas e outras que ainda devem ocorrer, não há garantias de que o problema seja definitivamente solucionado. “Se fosse só isso estava bom. A solução para o problema de enchente envolve mais coisas. Tudo que fizemos dá uma aliviada”, observou o secretário.