Funcionário de fast-food localizado nas proximidades da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que não quis ser identificado, contou os momentos de terror que passou junto com uma cliente durante roubo na madrugada desta sexta-feira (18), quando dois criminosos morreram em confronto com a polícia, em Campo Grande. “Tentei manter a calma quando tudo aconteceu, porque eles diziam toda hora que se eu fizesse algo eles iriam matar a cliente”.
De acordo com o rapaz, de 36 anos, que trabalha na lanchonete a 5 meses, por volta das 2h da manhã os bandidos entraram e pediram dois sanduíches. Em seguida, a médica entrou e sentou em uma das mesas. Enquanto estava preparando o pedido dos criminosos, o funcionário percebeu que algo estava errado porque a dupla olhava muito para a médica e para o caixa ao mesmo tempo.
Em seguida, o atendente começou a preparar o sanduíche da médica e tentou dar um sinal para ela, quando um dos ladrões armado percebeu o ato e anunciou o assalto. O comparsa rendeu a médica enquanto que o outro “maior” tentou ir para trás do balcão render o atendente. O veículo da cliente teria sido levado por outro comparsa.
Como já estava desconfiado, o rapaz correu para o escritório da lanchonete que fica no andar de cima e trancou a porta. O celular estava escondido no bolso de trás e na mesma hora o funcionário acionou a Polícia Militar. “Eles agiram rápido e eficiente, se eles tivessem demorado não sei o que ia acontecer com a gente”, contou.
Igual a cenas de filme de ação, o rapaz após chamar a polícia abriu a porta e deixou um dos bandidos vasculharem o escritório e tentou enrolar a situação até a chegada da polícia. "Ele queria o cofre, tentei enrolar ele, falando que não tinha a chave do cofre e precisava procurar, ou às vezes falava que o cofre não estava aqui. Estava tentando ganhar o máximo de tempo até a polícia chegar”, disse.
Equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar chegou ao local e os reféns correram para dentro do banheiro que fica no escritório. “Ouvi apenas os disparos, mas não sei quem atirou primeiro”, relatou.
Os bandidos acabaram baleados e morreram antes de serem socorridos. Os reféns gritaram dentro do banheiro e quando os policiais abriram a porta, souberam que o terror havia terminado. “Só vi quando os corpos estavam sendo retirados lá de baixo, acredito que o que me ajudou foi tentar ficar calmo, mesmo assim, fico muito agradecido com o trabalho da polícia, eles agiram rápido e eficiente”, finalizou.