O palhaço e animador de festas infantis Jesus Ajala da Silva, 40 anos, compareceu na tarde desta terça-feira (15) na sede da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), no Jardim Imã, região norte de Campo Grande. Acompanhado de seu advogado, ele prestou depoimento sob a condição de suspeito de matar a facadas sua ex-namorada, a merendeira Silvana Tertuliana Pereira. Com prisão decretada, ficou detido no local.
Conhecido como Sabiá, o palhaço chegou por volta das 16h. Seu advogado saiu uma hora e meia depois. O silêncio foi a tônica da delegada Jennifer Estevam de Araujo, responsável pelo caso, que não quis dar entrevistas sobre o teor das declarações do principal suspeito do crime ocorrido na última quarta-feira (9).
"Investigação cabe à polícia, se é culpado ou não. Apenas vim acompanhá-lo para apresentar, não sei se vou fazer a defesa dele, possivelmente não. Ele vai ficar com defensor público", disse o advogado João César Leite, que acompanhou o palhaço do crime na delegacia.
De acordo com o defensor, ele estava escondido na casa de parentes.
Segundo a delegada Jennifer, a polícia se manifestará sobre o assunto somente após a conclusão dos trabalhos de investigação.
Apesar da perícia apontar que o crime ocorreu na quarta, o corpo só foi descoberto dois dias depois, em uma quitinete do Portal Caiobá, região sul da Capital, alugada no nome de Sabiá. Silvana estava enrolada em um cobertor e o local estava cheio de manchas de sangue.
A merendeira não é a primeira vítima do palhaço do crime. Foi revelado que em março de 2003 Sabiá tentou estupar uma mulher de 37 anos, armado com uma faca, em Aquidauana. Obviamente a vítima não gostou do show grotesco e o denunciou.
Segundo a polícia, a vítima teve cortes na parte íntima, além do peito e nuca.
Vizinha do palhaço do crime, que se mostra um grande admirador de facas, os dois estavam bebendo e Sabiá decidiu invadir a casa da vítima após ela ir dormir. Acabou indiciado na época.