Com 97 anos de funcionamento, a Feira Central de Campo Grande passa por uma crise agravada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Cerca de 40% dos negócios estão fechados, porém, a administração do local diz que a crise começou antes da pandemia, e que para que a feira sobreviva é preciso de uma revitalização urgente.
De acordo com a presidente da Associação da Feira Central, Cultural e Turística de Campo Grande (Afecetur), Alvira Appel, a feira tem cerca de 300 empresas e mais de 1,2 mil funcionários que já passavam por crise antes dos efeitos da Covid-19. “Antes de tudo já estávamos lutando por uma revitalização. O espaço precisa de uma reforma para atrair mais gente, já ficou obsoleto. As pessoas querem novidade, então a gente precisa urgente de uma revitalização”, disse Alvira.
Segundo a administração da Feira Central, o empreendimento está envelhecido e, em 14 anos, nunca passou por uma revitalização. Em 2017, um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontou que a feirona sofreria decadência caso não passasse por adequações e modernização em sua estrutura física. “Essa previsão já é realidade e coloca em risco a sobrevivência desse patrimônio, uma vez que até hoje os empresários aguardam os investimentos que dependem de licitação”, pede a administração.
A crise do novo coronavírus só veio dificultar ainda mais a sobrevivência desses negócios. A associação busca o apoio e conscientização da população e do poder público sobre a necessidade de que este espaço seja recuperado. “A prefeitura poderia colaborar conosco, já solicitamos a ajuda deles. A nossa Feira anseia e temos a necessidade de mudar nosso espaço, porque é um patrimônio da nossa cidade”, considerou Alvira.
Questionado sobre a revitalização do espaço, o secretário titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), Luís Eduardo Costa, afirmou que, “existem algumas possibilidades sim”. Mas que ainda não pode divulgar nenhum detalhe.
NEGÓCIOS
Conforme a estimativa, já divulgada pelo Correio do Estado na sexta-feira (15), 40% dos negócios permanecem fechados até o momento. Alvira diz que não há como dimensionar quantas pessoas retornarão ou não ao comércio na Feira Central.
“Temos muitos idosos entre os proprietários dos comércios, e eles fazem parte do grupo de risco. Ainda não sabemos quantas pessoas vão fechar ou quantos sobreviverão a essa crise e ao envelhecimento da feira”, completou Alvira.
A Feira Central voltou a funcionar após as medidas de restrição do comércio, estabelecidas pela Prefeitura de Campo Grande para conter a evolução de casos do novo coronavírus, começaram a ser flexibilizadas, no mês passado. O local, inclusive, passou por um processo de descontaminação feito por uma parceria entre Exército e Marinha.