Cidades

CONTRA GAYS, NEGROS E ÍNDIOS

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Promotor enquadra eleitor do PSL por propagar ódio

Empresário pode pegar até 5 anos de cadeia

RAFAEL RIBEIRO

30/08/2019 - 17h31
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O empresário Rafael Brandão Scaquetti Tavares, 34 anos, morador de Campo Grande, foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul por crime de ódio após postagens em suas redes sociais na qual dizia, entre outras coisas, que montaria um grupo "para caçar gays, negros, japoneses e índios" após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, no ano passado.

É a primeira vez que a Justiça do Estado acata um pedido de crime de ódio.

O caso aconteceu em 30 de setembro de 2018, no auge da campanha #elenão, contrária a Bolsonaro. 

Em uma postagem, um jovem contrário ao então candidato do PSL relatou uma um episódio vivido quando tinha 10 anos. Na história, ele conta que jantava com familiares e um convidado da família.

Em dado momento, seguiu o internauta, o tal convidado narrou uma situação onde teria pego uma mulher furtando mandioca na plantação dele. Como castigo, o homem contou, em tom de satisfação, que teria surrado a suspeita com um caibro. Essa postagem havia sido feita para ilustrar o risco de eleger um presidente tido por alguns grupos na sociedade como incentivador da violência.

Foi justamente a resposta de Tavares na postagem que abriu o processo. "Não vejo a hora do Bolsonaro vencer as eleições e eu comprar meu pedaço de caibro para começar meus ataques. Ontem nas ruas de todo o país vi muitas famílias, mulheres e crianças destilando seus ódios pela rua, todos sedentos por um apenas um pedacinho de caibro pra começar a limpeza étnica que tanto sonhamos", escreveu Tavares.


 

A denúncia ainda traz outro trecho, comprovado em uma captura de tela, no qual Tavares revela que um grupo perseguiria os gays, negros e outros. “Já montamos um grupo no WhatsApp e vamos perseguir os gays, os negros, os japoneses, os índios e não vai sobrar ninguém. Estou até pensando em deixar meu bigode igual do Hitler. Seu candidato coroné não vai marcar dois dígitos nas urnas, vc já pensou no seu textão do face pra justificar seu apoio aos corruptos no segundo turno?”.

O empresário foi ouvido em 12 de dezembro do ano passado pela Polícia Civil, negando pertencer a grupos racistas ou extremistas. E justificou o tom irônico de seu texto, alegando o uso da hashtag contrária a seu candidato.

Cinco dias depois, o autor do texto original também prestou depoimento e, afirmando conhecer Tavres por terceiros, reiterou acreditar que o comentário, do qual discordara, foi inserido “de maneira irônica”. 

Pouco adiantou. O inquérito policial chegou em maio deste ano à Promotoria. E a denúncia foi acatada em 2 de junho pelo juiz Olivar Coneglian, da 2ª Vara Criminal da capital sul-mato-grossense.

O promotor de Justiça Eduardo Franco Cândia, responsável pela denúncia, enfatizou que não há argumentos válidos para tratar o texto como sarcástico ou irônico. 

"Desta forma, tendo o comentário atingido uma coletividade extensa e indeterminada, há a possibilidade de pessoas terem interpretado o referido comentário de forma literal, se sentindo encorajadas a praticar tais atos ou ameaçadas pelas declarações e incitações feitas, como é o caso da que fez a denúncia na Ouvidoria a qual deu causa à abertura do presente Inquérito", disse em seu despacho.

O processo ainda está na fase inicial, onde o acusado e testemunhas são convocados para futura audiência de instrução.

Na denúncia, o Ministério Público ressalta que os grupos citados na postagem do empresário – negros, índios e LGBTs – sofreram grandes ameaças durante o período eleitoral em 2018. Também destacou que há elementos suficientes para oferta da denúncia.

O crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, prevê pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.

OUTRO LADO

Por meio de suas redes sociais, Tavares repostou um vídeo se desculpando pelas postagens que havia publicado dias depois do caso ganhar notoriedade em Campo Grande, ainda nas eleições. 

"Não vou dizer que me pegou de surpresa essa acusação porque eu já esperava esse tipo de ataque dos meus adversários políticos. Foi um comentário que atacava os eleitores do Bolsonaro como violentos e eu respondi ironizando a postagem de um amigo, onde todos ali no contexto da conversa, entenderam a figura de linguagem irônica. Alguém recortou somente o meu comentário, tirando de contexto a conversa, e de forma oportuna estão tentando me prejudicar com essa fake news. Ainda não fui citado nessa ação e pretendo esclarecer o mais breve possível esse mal entendido", disse, em uma mensagem repassada a veículos de imprensa de Campo Grande.

Em suas redes sociais, o empresário se mostra ferrenho defensor de Bolsonaro, compartilhando postagens de adversários políticos do presidente e ataques à imprensa.

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!", escreveu em sua última postagem sobre o assunto.

 

Em Campo Grande

Shoppings, escola e Corpo de Bombeiros são pontos de vacinação nesse fim de semana

Doses disponíveis são voltadas para imunização contra a gripe; confira os grupos que podem se vacinar

20/04/2024 08h21

Idosos, gestantes e crianças a partir de seis meses estão entre o público-alvo. Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Em Campo Grande, dois shoppings, três unidades de saúde, uma escola municipal e o Quartel Central do Corpo de Bombeiros são os pontos itinerantes disponíveis para a vacinação contra a gripe nesse sábado (20). Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), até o momento, aproximadamente 43 mil pessoas foram imunizadas, o que representa quase 15% do público-alvo.

O município deu início à vacinação contra a doença no dia 21 de março, antecipando o calendário nacional. A expectativa é vacinar ao menos 90% do público prioritário, estimado em cerca de 300 mil pessoas em Campo Grande. Inicialmente, a campanha deve ocorrer até o dia 31 de maio, conforme o cronograma do Ministério da Saúde.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, reforça a importância das pessoas buscarem as unidades para se vacinar. “É fundamental que as pessoas que pertencem aos públicos prioritários busquem as unidades para se vacinar. A vacina é a melhor estratégia de prevenção contra a influenza e possui capacidade de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento da doença, as internações e o número de óbitos”, destacou.

A profissional da saúde explica ainda que a influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, sendo este um vírus de elevada transmissibilidade com distribuição global. "A tendência é de disseminação fácil, resultando em epidemias sazonais, podendo também causar pandemias”, complementa Rosana.

Neste ano, a vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é eficaz contra três tipos de cepas de vírus em combinação: a. A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09; b. A/Thailand/8/2022 (H3N2); c. B/Austria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria), conforme a Instrução Normativa (IN) no 261, de 25 de outubro de 2023, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Onde se vacinar?

20 de abril (sábado)

  • Shopping Norte Sul – 10h às 18h
  • Shopping Bosque dos Ipês – 10h às 17h
     
  • Quartel Central Corpo de Bombeiros – 7h30 às 16h30
     
  • USF Moreninha – 7h30 às17h
  • USF Caiçara – 7h30 às 17h
  • USF Serradinho – 8h às 12h
     
  • E. M Fauzi Gattas Filho – 8h às 12h

21 de abril (domingo)

  • Shopping Norte Sul – 11h às 19h
  • Shopping Bosque dos Ipês – 10h às 17h
     
  • Quartel Central Corpo de Bombeiros – 7h30 às 16h30

Grupos prioritários

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
  • Pessoas de 60 e mais
  • Gestantes
  • Puérperas
  • Indígenas vivendo fora de terra indígena
  • Indígenas vivendo em terra indígena
  • Trabalhadores de saúde
  • Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos)
  • Adolescentes em medidas socioeducativas (menores de 18 anos)
  • População privada de liberdade (18 anos e mais)
  • Funcionário do sistema de privação de liberdade
  • Comorbidades
  • Professores
  • Pessoas em situação de rua
  • Forças de segurança e salvamento
  • Caminhoneiros
  • Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário passageiros urbano e de longo curso
  • Trabalhadores portuários

Saúde

Anvisa tem maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos

Medida está em vigor desde 2009

19/04/2024 20h00

Sarahjohnson/ Pixabay

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A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com esse placar, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento, bem como de publicidade ou divulgação desses produtos por qualquer meio, em vigor desde 2009. 

Dos cinco diretores, três votaram a favor da proibição. Faltam os votos de dois diretores.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelam que 4 milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda não ser autorizada.

O diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, votou favorável à manutenção da proibição desses dispositivos.

“O que estamos tratando, tanto é do impacto à saúde como sempre fazemos, e em relação às questões de produção, de comercialização, armazenamento, transporte, referem-se, então, à questão da produção de um produto que, por enquanto, pela votação, que vamos registrando aqui vai mantendo a proibição”.

Antonio Barra Torres leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, os posicionamentos dos Ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda e saudou a participação popular na consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mesmo que os argumentos apresentados não tenham alterado as evidências já ratificadas pelos diretoras em 2022.
Em seu relatório, Barra Torres se baseou em documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia, em decisões do governo da Bélgica de proibir a comercialização de todos os produtos de tabaco aquecido com aditivos que alteram o cheiro e sabor do produto. Ele citou que, nesta semana, o Reino Unido aprovou um projeto de lei que veda aos nascidos após 1º de janeiro de 2009, portanto, menores de 15 anos de idade, comprarem cigarros.

Ele mencionou ainda que a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (U.S Food and Drug Administration) aponta que, mesmo com a fiscalização, há comércio ilícito desses produtos.

O diretor ainda apresentou proposições de ações para fortalecimento do combate ao uso e circulação dos dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil. 
 

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