A 4ª Vara Federal de Recife, através do juiz federal substituto Cesar Arthur Cavalcanti de Carvalho, determinou o bloqueio de bens e quebra de sigilo bancário do presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul, (Fiems) Sérgio Longen e outras 35 pessoas investigadas na operação Fantoche, deflagrada em Mato Grosso do Sul e outros seis estados na última terça-feira (19).
Duas equipes da Polícia Federal cumpriram dois mandados de busca e apreensão em Campo Grande, na sede da Fiems, localizado na Avenida Afonso Pena, na manhã de ontem e no antigo apartamento de luxo do empresário Sérgio Longen, na região central.
A operação apurou fraudes em convênios do Ministério do Turismo com entidades do Sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senac, Sebrae, Senar, Sescoop, Sest, Senat).
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram autorizados pela 4ª Vara Federal de Pernambuco.
OPERAÇÃO
A operação deflagrada pela PF esta manhã conta com a colaboração do Tribunal de Contas da União (TCU). Ao todo, 213 policiais federais e oito auditores do TCU cumpriram 40 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária, nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, da Paraíba, de Mato Grosso do Sul, Alagoas e no Distrito Federal.
De acordo com a PF, o grupo atua desde 2002 e pode ter movimentado mais de R$ 400 milhões. O dinheiro era movimentado por meio de contratos e convênios que entidades de direito privado, sem fins lucrativos, assinavam com o Ministério do Turismo e com unidades do Sistema S. A maior parte dos contratos previa a execução de eventos culturais e de publicidade. Superfaturados, não eram integralmente executados e os valores desviados eram destinados a empresas controlados por uma mesma família – cujo nome não foi informado.
FIEMS
Em nota, a FIEMS disse que “desde 2012, o Ministério do Turismo não celebra nenhum convênio com a iniciativa privada, apenas com órgãos públicos”. A assessoria de imprensa do órgão informou ainda que, essa auditoria anterior à operação Fantoche resultou no cancelamento de um contrato no valor de R$ 1 milhão.