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ANAURILÂNDIA

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Prefeitura solicita devolução de área
doada a usina fechada há um ano

Imóvel avaliado em R$ 7 mi foi cedido a empresa que fechou as portas

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A prefeitura de Anaurilândia solicitou a Justiça a devolução da área doada para funcionamento da Usina Aurora Açúcar e Álcool Ltda, localizada às margens da MS-276. Tanto que foi iniciado o processo para que a propriedade com 300 hectares e um imóvel avaliado em cerca de R$ 7 milhões volte a pertencer ao município.

Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável, Elizeu Muchon: “é inadmissível que em Anaurilândia, uma cidade com carências em diversas áreas, um patrimônio deste valor fique paralisado, sem gerar renda para a população”.

Conforme apurado pelo Nova News,  um termo de reversão que consta na lei 515/2009, autorizando a doação na lei 367/2001, regulamenta a doação de imóveis para empresas em geral. No entanto, também é citado na escritura temporária do imóvel, a permissão da retomada do local, caso os empreendedores não cumpram determinadas exigências.

Nos documentos obtidos pela reportagem, a Usina Aurora recebeu a doação dos 300 hectares em 2009, sendo que a empresa teria o prazo de 10 anos para cumprir a meta de gerar 800 empregos diretos e 2.500 empregos indiretos, contribuindo desta forma para a geração de postos de trabalho, movimentando a economia local, o que não aconteceu.

HISTÓRICO 

As negociações para a implantação da usina tiveram início em 2006, ainda na gestão do prefeito Antônio Eduardo. Na época, a expectativa era de que, após a instalação do empreendimento, fossem produzidas três milhões de toneladas de cana bem como ocorresse um investimento de cerca de R$ 240 milhões no município para a instalação da indústria, além da geração de empregos.

A energética, que entrou em operação em 2012 e que desativada há cerca de 10 meses, chegou a gerar 500 empregos diretos, índice bem abaixo do total estipulado na lei. Outro ponto que autorizaria a reversão da doação é o fato de que a empresa não cumpriu outro artigo da lei, que a obrigava a encaminhar relatório anual de suas atividades ao Poder Executivo Municipal. Mais uma situação prevista no termo de reversão é o encerramento das atividades da empresa.

“São vários artigos que autorizam o município a entrar com processo de reversão da doação e é isso que fizemos. É obvio que o nosso objetivo principal seria fazer com que a empresa voltasse a operar, gerando centenas de empregos para nossas famílias, mas como isso não deve ocorrer, só nos restou acionarmos nosso setor jurídico para que aquela área volte ao domínio do Poder Executivo”, explica Muchon.

O processo de reversão da doação foi iniciado em setembro de 2017, no entanto, uma audiência para tratar do assunto acabou cancelada devido ao fato de o Poder Judiciário não ter obtido sucesso em intimar os representantes da Aurora, em Presidente Prudente (SP). Segundo o setor jurídico do município, uma carta precatória foi encaminhada para a comarca paulista, porém, os alvos da intimação não foram localizados.

Por sua vez os representantes do município sugeriram ao Poder Judiciário que a intimação fosse entregue na sede da empresa no município, aos funcionários que administram a indústria que, embora desativada, permanece com alguns trabalhadores tomando conta do patrimônio ou que ocorresse a dispensa da audiência, porém, a Justiça local achou por bem remarcar a audiência, que deve ocorrer no próximo mês de maio.

*Com informações do Nova News

 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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