A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), vai oficiar hoje a concessionária de abastecimento e tratamento de esgoto Águas Guariroba por causa da falta de água em vários bairros da Capital desde a semana passada.
De acordo com o diretor-presidente da Agereg, Vinícius Leite Campos, uma investigação foi aberta na Pasta para entender os motivos da falta recorrente de água em várias regiões da cidade.
“Estamos acompanhando isso desde 2017, quando começou a apuração. É sabido que esse mês é um período de seca, com pouca chuva, e todas as vezes a empresa vem com essa orientação de usar pouca água. Estamos investigando se é a população que tem de usar no que é correto ou ela [concessionária] que não está investindo corretamente”, declarou.
Neste fim de semana, segundo comunicado da Águas Guariroba, em razão de uma manutenção emergencial no sistema de abastecimento no sábado (12), o fornecimento de água poderia sofrer oscilações em algumas regiões de Campo Grande.
Entretanto, em muitos bairros moradores reclamam da falta de água desde a semana passada, em alguns casos, esse desabastecimento ocorreu durante todo o dia, e não apenas oscilações.
“É público e notório que estamos na estiagem, então a empresa que faça os investimentos necessários para que a população possa usar água sem racionamento. É injustificável isso, e a única razão é falta de investimento. Sempre há uma previsão de consumo, que cresce em determinado período, então tem de aumentar a produção”, continuou Campos.
Ainda segundo o diretor, a Agereg aguardará a resposta da empresa, mas já adiantou que, caso seja “a mesma do ano passado”, sanções podem ser aplicadas contra a concessionária.
“Assim como multamos em R$ 83 milhões [a Águas Guariroba] por ter quebrado o marco contratual, podemos aplicar multa muito pesada se nós chegarmos à conclusão de que a falta de água foi em razão de falta de investimento. Não posso fazer julgamento de valor, vamos dar direito de defesa. Se for a mesma do ano passado, não vão prosperar”.
Comunicado
Em comunicado divulgado no sábado, a empresa informou que a falta de água ocorreria nas regiões dos bairros Taveirópolis (Vila Bandeirantes, Taquarussu, Amambai e Caiçara) e Pioneiros (Botafogo, Ouro Preto, Vila Adelina, Jardim Aero Rancho, Centenário, Parati e Guanandi I).
Além do Coophasul (Santa Luzia, Parque do Azaléia, Parque dos Laranjais, Coophasul, Vila Marli, Vila Neusa, Sírio Libanês, Santa Carmélia e Manoel Taveira) Paulo Coelho Machado (Jardim Centro-Oeste, Jardim Canguru, Cidade Morena e Moreninha 1, 2, 3 e 4).
Porém, pessoas que residem em bairros que não constavam nesta lista também relataram o problema.
A concessionária salientou que “a lista de bairros divulgada abrange as macrorregiões da Capital. Por isso, os comunicados da empresa informam o nome do bairro e a região que poderá ser afetada”.
Em contato com a reportagem, a empresa disse também que o tempo seco e os furtos de cabos das estações contribuíram para essa situação.
“Além do clima seco e das altas temperaturas, a ocorrência seguida de fatores externos, como queimadas, oscilações de energia e furtos de cabos nas nossas estações, também afetaram as operações. Hoje também temos mais pessoas dentro de casa em função da pandemia, o que contribui para o aumento do consumo de água”, informou a Águas por meio de sua assessoria.
Ainda de acordo com a empresa, nessa época do ano, o consumo aumenta em torno de 15%, “mas este ano já registramos um consumo na ordem de 22% acima da média, considerando o mesmo período do ano passado.
A concessionária tem emitido alertas de pedido de consumo consciente e trabalhado em melhorias e reforços no sistema. Ainda assim, o cenário só deve ser normalizado com a ocorrência de chuvas e clima mais ameno, que impactam diretamente no comportamento de consumo dos usuários”.