Se depender da intenção do prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), o novo aterro sanitário da Capital, o Ereguaçu, deverá ser construído perto do atual, o Dom Antônio Barbosa II, localizado na saída para Sidrolândia.
A Solurb, conforme apurou o Correio do Estado, já havia negociado a compra da Fazenda Santa Paz, na saída para Três Lagoas, onde pretende construir o novo lixão, e agora terá de procurar um novo local ou esperar que, conforme anunciado pelo prefeito, uma área ao lado dos atuais lixões seja disponibilizada.
O contrato de concessão estabelece que é de responsabilidade da Solurb a compra da área e os estudos para viabilizar o novo aterro.
Procurada para comentar o anúncio de Marcos Trad, repetido ontem diante de vários proprietários de áreas rurais e urbanas na saída de Três Lagoas e que são contra o lixão naquela região, a concessionária informou que só vai se manifestar depois de comunicada oficialmente da intenção do prefeito.
Na manhã de ontem, Marcos Trad recebeu um grupo autodenominado Associação dos Amigos do Guariroba, em referência ao córrego que é o principal manancial de Campo Grande. A Fazenda Santa Paz, negociada pela Solurb, está localizada entre a área de proteção do Guariroba e outro manancial, o do Lajeado.
No encontro, Trad reafirmou que o novo aterro não será na área proposta pela Solurb e que a intenção é de que o Ereguaçu – nome do novo lixão – seja construído ao lado dos atuais, denominados Dom Antônio Barbosa I e II.
“Foi uma vitória de toda a região e também do meio ambiente. A segurança hídrica da Capital está garantida”, afirmou Charles Autounian, líder da associação criada como resposta ao projeto.
“Terminantemente, este espaço, na saída para Três Lagoas, não será o espaço autorizado pela prefeitura”, disse Marcos Trad logo após a reunião.
Na associação que esteve reunida com o prefeito estão representados produtores rurais e também representantes dos bairros Maria Aparecida Pedrossian e Jardim Noroeste, além dos condomínios de luxo Damha, Shalom e Terras do Golfe.
Apesar de a Solurb não ter se manifestado oficialmente, dentro da empresa, o clima era de perplexidade. A Solurb agora aguarda a cessão de uma área pelo prefeito, ou buscar uma nova área, depois de ter viabilizado a compra da Fazenda Santa Paz.
NOVO ATERRO
A construção do aterro sanitário Ereguaçu está prevista no contrato de concessão da Solurb firmado em 2012. O vínculo previa a imediata ativação do aterro Dom Antônio Barbosa II (que levou dois anos para funcionar completamente), a desativação do antigo lixão, além da construção do Ereguaçu, para esta década.
O Correio do Estado apurou que o atual aterro sanitário tem mais dois anos e meio de vida útil. No ano passado, a Solurb começou a procurar uma área para a construção de um novo aterro sanitário.
Na época, os executivos da empresa afirmaram que buscariam um local distante do aterro atual, por causa de várias limitações, entre elas, a proximidade com alguns aeródromos (Teruel e Aeroporto Internacional).
Depois de um ano, a Solurb negociou a compra da Fazenda Santa Paz, que fica nas proximidades de outros dois aeroportos (Santa Maria e Xing) e ainda apresentou como alternativas áreas na MS-040 (Três Barras) e MS-080 (Ceroula).
As três áreas apresentadas pela Solurb são consideradas inviáveis pela Agência Municipal de Planejamento Urbano (Planurb). Na semana passada, o Correio do Estado publicou, em primeira mão, que a agência da prefeitura havia se manifestado contra a instalação do novo aterro na Fazenda Santa Paz.