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Prefeito enfim publica decreto que proíbe uso de fogos em eventos da prefeitura

Pirotecnia está vetada até em eventos com apoio municipal

Da Redação

22/10/2018 - 18h21
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Decreto que proíbe a utilização de fogos de artifício em eventos oficiais da administração municipal é publicado.

O prefeito Marcos Trad (PSD) enfim publicou, em edição extra no Diário Oficial de Campo Grande, na tarde desta segunda-feira (22), o decreto que proíbe a utilização de fogos de artifício em eventos oficiais da administração municipal.

Trad proibiu a pirotecnia após receber estudos ambientais de professores que pediram o ato durante encontro com ele, no início do mês.   

De acordo com o texto, os fogos estão proibidos em qualquer tipo de evento municipal, como inaugurações, ou que tenham patrocínio ou apoio da prefeitura, como corridas de rua e shows.

Em caso de violação da nova norma, o prefeito promete instaurar procedimento administrativo disciplinar e será imposta penalidade ao responsável pela utilização e manuseio do artefato sonoro, independentemente deoutras sanções de natureza civil a serem promovidas pelo município.

Conforme o Correio do Estado revelou, os riscos à saúde dos animais são claros. Além da morte, propriamente dita, pode gerar confusão mental, desorientação, fuga, além de problemas crônicos auditivos.

"Há estudos que comprovam que fogos de artifício podem causar graves danos aos animais. 

Vamos fazer isso em respeito a eles. Depois do feriado já deveremos estar publicando o decreto", disse Trad, em evento realizado na última semana. 

Mesmo sem decreto, os fogos já foram banidos de festividades da prefeitura realizadas ultimamente.

A comoção de Trad não foi à-toa e vem de um estudo de observação de impacto que começou em 2016 pela professora Simone Mamede, responsável pelo Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo. 

Conhecida pelo trabalho de observação e fotografia de aves silvestres que habitam o perímetro urbano da Capital, ela detalhou ao prefeito o estudo do impacto da queima de fogos, principalmente nas festas de final de ano na região do Parque das Nações Indígenas, nos altos da Avenida Afonso Pena, região leste da cidade.

"Encontramos aves mortas, como suiriri e bem-te-vi", disse Simone, ao Correio do Estado. "

No monitoramento da virada do ano de 2017 para 2018, observamos menor riqueza e presença das aves, bem como na área de queima de fogos do Parque. 

Além disso, detectamos alterações no comportamento das aves, tais como: menor exposição, afugentamento e outros eventos como deserção de ninho por araras-canindés e menor movimentação de voo das espécies em geral. 

Por ser período de reprodução de muitas aves, muitas espécies estão com ninhos e com os fogos os adultos são afugentados pelo barulho deixando ninhos e filhotes vulneráveis à predação e riscos."

O resultado da pesquisa foi assustador e motivou Simone e sua equipe a buscar ações práticas. 

A primeira tentativa foi através das redes sociais, "mas sem muito sucesso", na avaliação da própria professora. 

Ocorreu, por exemplo, a queima de fogos na reinauguração da Cidade do Natal, reaberta ao público em dezembro.

Mas não foi o suficiente para desistir. Novamente o time da professora foi à luta. 

Primeiro na Assembleia Legislativa, onde foram exibidos os problemas ocasioandos pela queima de fogos não só no Nações Indígenas, mas também no Parque Estadual do Prosa, onde está instalado o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, com várias espécies em provesso de recuperação e tratamento.

A chance de conversar diretamente com Marcos Trad veio com a presença dele na Comissão de Bem-Estar Animal (Combea). Foi na reunião que Simone conseguiu entregar o estudo ao prefeito, teve boa recepção e ouviu a promessa de que um estudo será elaborado pelo Poder Municipal para ampliar o veto, mesmo que o decreto inicial ainda não tenha sido publicado oficialmente. 

Há a possibilidade de o veto total ao uso de pirotecnia ser levado a cabo. “Há um projeto de lei federal que já fala sobre isso. Precisamos estudar para ver quais são as possibilidades”, disse o mandatário municipal. 

"O prefeito se colocou inteiramente à disposição, bem como os assessores jurídicos da administração municipal a fim de analisarem melhores alternativas de política pública para elaboração de um decreto ou uma normativa que assegure a proibição de fogos de artifício em Campo Grande. 

A Combea  também é integrada por profissionais da área jurídica que estão dispostos a contribuir neste processo", completou Simone.

A ideia é elaborar projeto nos moldes de outras grandes cidades brasileiras, como Santos e Campinas (ambas em SP) e Porto Alegre (RS), que possuem rígida legislação para venda, compra e uso de fogos de artifício.

Em nível estadual, tramita na Assembleia projeto de lei de Beto Pereira (PSDB) que proíbe o uso de fogos de estouros e estampidos em áreas de proteção ambiental, parques matas, hospitais, unidades de saúde, igreajas, escolas, asilos e postos de combustíveis.

Para Simone, Campo Grande deve entender seu espaço urbano, visto que a Capital, diferente de outras regiões metropolitanas, tem características únicas, com uma imensa fauna silvestre não só de aves que convive juntamente com carros e crescimento imobiliário. 

A preocupação com temas ambientais deve ser essencial. 

"Nossa preocupação não é só com os fogos de artifício, de estampido e sonoros, como também com os muros de vidros e vidraças espelhadas que transmitem uma ilusão de ótica, sendo consideradas armadilhas para as aves que acabam colidindo com essas estruturas. Muitas vezes o jardim está perfeito, muito atrativo às aves com flores, frutas e outros recursos, mas ao tentarem acesso são surpreendidas com os muros transparentes. Como nossa cidade é rica em biodiversidade e vem sendo reconhecida como a Capital brasileira do Turismo de Observação de Aves, a nossa arquitetura e paisagismo merecem propostas mais sustentáveis que permitam o melhor convívio com a fauna e flora nativos", explicou a professora.

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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