Cidades

EM CORUMBÁ

Simulação de rompimento de barragem assusta moradores

Redes sociais da internet 'viraram do avesso' com teste

RAFAEL RIBEIRO

27/08/2019 - 11h54
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Imagens de um vídeo circulando nas redes sociais sobre o alerta de rompimento de barragem de mineradoras existentes na região de Corumbá assustaram muita gente. O fato aconteceu na tarde de segunda-feira, 26, e faz parte de uma ação que antecede uma simulação, que deve acontecer nos dias 28 e 29 de agosto, nas mineradoras Vetorial e Vale. A informação foi confirmada ao Diário Corumbaense pelo diretor-executivo da Defesa Civil de Corumbá, Isaque do Nascimento.

Nas imagens, condutores de veículos aparecem parados em um bloqueio de trecho da BR-262, próximo a uma das mineradoras. Uma sirene tocou emitindo o alarme de rompimento de barragem. Sem saber do que se tratava, algumas pessoas ficaram assustadas.

Isaque do Nascimento explicou que se tratava de uma pré-simulação e que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local, junto aos condutores dando apoio à ação. “Estamos realizando os últimos ajustes para o simulado com as empresas Vale e Vetorial que acontecem nesta quarta e quinta e ontem (26) foi realizada no final da tarde uma pré-simulação para verificar o tempo resposta da PRF, tempo de deslocamento, onde a mancha de inundação transpõe, e instrumentos utilizados para fazer o bloqueio da via. Num eventual sinistro na barragem da Vetorial, os rejeitos de minério poderiam atingir ou até mesmo ultrapassar a BR-262”, destacou o diretor da Defesa Civil. 

Ele ainda ressaltou que as simulações vão durar dois dias: na quarta-feira (28), com a Vetorial, quando haverá a interdição da BR-262. Já no dia 29, na barragem da Vale, a rodovia não será bloqueada.

“Como já foi explicado, caso haja rompimento da barragem da Vetorial, os rejeitos de minério poderão chegar à BR-262, ao contrário da empresa Vale, que conforme estudos, não avançaria até a rodovia. Só na linha de frente da mineradora Vetorial, temos cerca de 10 moradias que seriam atingidas, o que representa entre 30 e 35 pessoas, entre crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos. Já na Vale, conforme os mapeamentos, existem cerca de 196 pessoas na região, porém, o número pode subir, caso um eventual sinistro ocorra no final de semana, por conta do grande movimento de pessoas na área, devido aos balneários”, salientou.

Importância do simulado

Isaque falou que a simulação é de grande relevância, pois é de caráter preventivo. “Na medida em que fazemos a simulação, temos um instrumento preparatório, para que, em caso de um rompimento de barragem, os funcionários das empresas, a população que está na frente dessa linha de risco e os órgãos envolvidos na segurança, possam ter uma resposta ao sinistro de forma segura e imediata”, esclareceu Isaque do Nascimento.

O diretor da Defesa Civil ressaltou que a população que vive nessa linha de risco tem que participar, já que a simulação é para a própria segurança, caso haja registro do sinistro na região.

“A população tem que encarar como possibilidade dela se treinar mediante a um fato que pode acontecer. Ou seja, como eles devem se deslocar com segurança através das rotas de fuga até atingirem os locais seguros onde os rejeitos de minério não irão afetá-los. O simulado é para essas pessoas, além dos funcionários das empresas que se encontram na linha do prejuízo desse impacto. Buscamos conscientizar os moradores para que participem do simulado justamente para que tenham esse compromisso de manter a própria segurança, bem como órgãos ligados a esta força-tarefa, que tem a responsabilidade de estarem cooperados com a Defesa Civil, em eventual sinistro”, afirmou. 

Para os dias do simulado, foram convidados para participar órgãos como o Corpo Bombeiros, PRF, Exército, Marinha, SAMU, Meio Ambiente, Defesa Civil Estadual, Ibama, Agencia Nacional de Mineração, Guarda Municipal (pelo recurso humano que pode ser empregado) e o MPF, entre outros órgãos. 

Os simulados devem acontecer na parte da manhã dos respectivos dias, com a mobilização das equipes envolvidas. Após todos as ações, haverá um balanço para apontar os erros e acertos ocorridos nas simulações. “Vamos fazer esse balanço do trabalho preventivo e pedimos que a população daquela região participe e que os motoristas que forem trafegar pela BR-262 no dia 28, quando haverá a interdição da via, tenham paciência”, finalizou Isaque.   

Barragens em Corumbá

Mato Grosso do Sul conta com 16 barragens que armazenam resíduos de atividade mineradora, todas elas localizadas em Corumbá, mais precisamente no Maciço do Urucum, consideradas de “dano potencial alto”.

São estruturas como estas que se romperam em Mariana (MG), provocando dezenas de mortes, deixando milhares sem água potável, e acabando com povoados.

A barragem Sul, situada na Mina Laís (morraria de Urucum), a maior da Vetorial, tem capacidade máxima de 800 mil metros cúbicos, com projeto para ser ampliada para 1 milhão de metros cúbicos. Em caso de rompimento, essa barragem atingiria dois córregos e a lama se estenderia por 7 km.

A principal barragem da Vale, a Gregório (morraria de Santa Cruz), com capacidade para 9 milhões de metros cúbicos, opera há 27 anos sem apresentar problemas. Há outras barragens com rejeito seco, em processo de retomada operacional, e também unidades que estocam rejeitos de manganês, em menor escala em relação ao minério de ferro. Essas barragens estão situadas às margens da BR-262, em Urucum.

No entanto, conforme avaliações feitas, quem mais sofreria em caso de rompimento de barragens, seria o Pantanal, bioma único no mundo.

Cidades

Saiba o que mudou na CNH para ciclomotores

Usuários desse tipo de transporte devem se atentar para regularizar a documentação a partir de 1º de janeiro de 2026

17/12/2025 15h33

Crédito: Tomaz Silva / Agência Brasil / Arquivo

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Em reunião entre o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) e o Conselho Estadual de Trânsito (Cetran-MS) para debater mudanças na carteira de motorista, foram abordadas alterações na legislação dos ciclomotores.

A partir de 1º de janeiro de 2026, a Resolução nº 996/2023 determina que será necessário o registro e o emplacamento dos veículos.

Com relação à legislação dos ciclomotores, o Detran-MS alertou que vários municípios não editaram normas próprias sobre a circulação desses veículos, o que, a princípio, poderá implicar dificuldades na fiscalização quanto à exigência da CNH ou da Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC) para usuários desse tipo de veículo.

Cabe ressaltar que, conforme explicou o órgão de trânsito, o Detran-MS tem responsabilidade pela parte da documentação, enquanto o emplacamento fica por conta do proprietário.

Já aos municípios compete a regulamentação e a fiscalização da circulação.

Ficaram de fora das alterações

Bicicletas e patinetes elétricos não são classificados como ciclomotores e, portanto, não necessitam de registro ou emplacamento, devendo apenas respeitar as normas municipais vigentes.

Preciso de CNH?

Com isso, bicicletas elétricas (com pedal e sem acelerador) não exigem que o condutor possua habilitação.

Já os ciclomotores necessitam de habilitação (ACC ou CNH categoria A), licenciamento, placa e uso de capacete, seguindo regras semelhantes às aplicadas a quem pilota motocicletas.

Alterações na CNH

Na reunião, os gestores pontuaram que a mudança na legislação alterou procedimentos de emissão e renovação da CNH, sem considerar o tempo necessário para que os órgãos de trânsito estabeleçam as mudanças, que implicam em:

  • adequações internas;
  • novos protocolos;
  • regramentos;
  • credenciamentos e fluxos operacionais.

“A resolução e a medida provisória não trouxeram instrumentos que permitam uma rápida adequação dos Detrans, o que impacta diretamente as operações e rotinas. Esse alinhamento é fundamental para garantir segurança jurídica e eficiência na aplicação da legislação”, disse o diretor-presidente do Detran-MS, Rudel Trindade.

A presidente do Cetran-MS, Regina Maria Duarte, destacou que a aplicação da nova legislação da CNH exige atuação integrada entre os órgãos normativos e executivos.

“Estamos diante da maior mudança na legislação de habilitação das últimas décadas, que não se resume à alteração de normas, mas envolve a adaptação de sistemas, processos e estruturas. Nesse contexto, o Cetran tem o papel de coordenar, harmonizar e orientar a aplicação das diretrizes federais à realidade do Estado, enquanto o Detran executa essas diretrizes no dia a dia. Essa parceria é essencial para garantir segurança jurídica, continuidade dos serviços e transparência à população”, afirmou.
 

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Texto segue à Câmara

Senado aprova emenda que permite separar polícias civil e científica

Nelsinho Trad e Tereza Cristina votaram a favor da proposta; Soraya Thronicke não compareceu

17/12/2025 15h30

Foto: Paulo Ribas / Arquivo Correio do Estado

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O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (16), em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 76/2019, que inclui as polícias científicas no rol dos órgãos de segurança pública previstos na Constituição, medida que abre caminho para a separação administrativa e funcional entre a Polícia Civil e a Polícia Científica nos estados, reforçando a autonomia dos órgãos responsáveis pelas perícias criminais. O texto segue agora para análise da Câmara dos Deputados.

Em primeiro turno, a proposta recebeu 65 votos favoráveis e apenas uma abstenção. No segundo turno, foram 64 votos a favor, superando com folga o mínimo constitucional de três quintos dos votos dos senadores. Para entrar em vigor, a PEC ainda precisa ser aprovada em dois turnos pela Câmara, com pelo menos 308 votos favoráveis.

Após a aprovação no Senado, entidades representativas da categoria comemoraram o avanço. Francisco Orlando, presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses de Mato Grosso do Sul (Sinpof/MS) agradeceu aos senadores de Mato Grosso do Sul que votaram favoravelmente à proposta, destacando o apoio de Nelsinho Trad e Tereza Cristina. A senadora Soraya Thronicke não participou da votação.

Segundo Orlando, a autonomia da Polícia Científica garante mais independência técnica e fortalecimento institucional. O sindicato afirmou estar mobilizado para acompanhar a tramitação da PEC na Câmara dos Deputados, confiantes na continuidade do apoio parlamentar a uma medida considerada histórica para a segurança pública brasileira.

Texto

A PEC foi apresentada em 2019 pelo então senador Antonio Anastasia (MG), hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e tem como objetivo garantir autonomia constitucional às polícias científicas, responsáveis por atividades criminalísticas, de identificação e ações médico-legais. Atualmente, em muitos estados, esses órgãos ainda estão vinculados à estrutura da Polícia Civil.

Relatora da matéria, a senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) afirmou que a mudança representa um avanço institucional para a segurança pública brasileira. Segundo ela, o reconhecimento constitucional fortalece a independência técnica das perícias, fundamentais para a qualidade das investigações criminais e das decisões judiciais. De maneira muito equilibrada, o Senado respeita muito a área da segurança pública, declarou a relatora durante a votação.

Dorinha também acatou parcialmente uma emenda apresentada pelo senador Dr. Hiran (PP-RR), esclarecendo que a PEC contempla os peritos criminais, os peritos médico-legistas e os peritos odontolegistas como peritos oficiais de natureza criminal.

Plenário

Durante a discussão em Plenário, senadores de diferentes partidos elogiaram a proposta. Para Jayme Campos (União-MT), a PEC representa um marco na modernização do Estado brasileiro. Marcos Rogério (PL-RO) e Sergio Moro (União-PR) destacaram que a iniciativa valoriza os profissionais da polícia científica e fortalece o sistema de justiça criminal. Moro afirmou que rende homenagens não apenas à polícia científica, mas a todos os policiais que se dedicam à segurança pública.

A relatora ressaltou ainda que diversos estados já possuem polícias científicas estruturadas de forma independente da Polícia Civil, o que demonstra a viabilidade do modelo agora proposto em nível constitucional.

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