Enquanto o projeto Reviva Campo Grande deu cara nova para a Rua de 14 de Julho, a Praça Ary Coelho está esquecida. O local fica no quadrilátero entre as Ruas 14 de Julho, 15 de Novembro, 13 de Maio e Avenida Afonso Pena, mas não recebeu nenhuma melhoria, mesmo com a obra milionária em andamento na frente da praça.
A área, reformada em outras situações, está com iluminação deficiente e representa riscos para quem passa por ali. Lojistas e pedestres já até evitam frequentar o local. A insegurança e a falta de manutenção são as principais reclamações dos visitantes e comerciantes da região.
“A iluminação é fraca, daí tem muitos usuários de drogas, então é perigoso. Era uma praça que poderia ser uma área de lazer, e não é”, disse o aposentado Ivo Rossa, 66 anos. Para ele, seria necessário ter a presença de dois guardas municipais para diminuir a sensação de insegurança.
O casal Jussara da Rocha Rufino e Fábio Arantes trouxe as filhas Isadora, 10 anos, e Giovana, 2, para brincar no parque infantil e criticaram a iluminação do local. “Não dá para ver quase nada, sem contar que faltam mais brinquedos”, afirmou o pai.
Por conta dos problemas, lojistas ouvidos pelo Correio do Estado declararam que temem trabalhar na região, especialmente no fim do dia, pois a nova iluminação de LED instalada ao longo da Rua 14 de Julho não surte efeito algum na praça, com áreas parcialmente e outras totalmente escuras.
Proprietária de uma ótica em frente à praça, Luciana Nogueira disse temer pela própria segurança quando anoitece e fecha o prédio onde trabalha. “Não fico muito tempo aqui e só saio de carro. E em hipótese alguma passo por dentro da praça”, contou.
Segundo Luciana, os técnicos do Reviva Campo Grande garantiram em uma reunião antes das obras, em outubro de 2017, que a praça passaria por uma revitalização após a conclusão do projeto. “Eles falaram que ia ter uma revitalização, mas não entraram em detalhes. Se for assim, ótimo, porque desse jeito não tem como manter aberto à noite”, disse.
PROJETO
O titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, garantiu que a prefeitura elabora projeto para a Linha de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal (CEF), para pequenas obras na praça. “Teremos pintura nos gradis e outras melhorias”, frisou.
Sobre a iluminação, o secretário disse que o município instalou lâmpadas LED em 2018, ainda que o local continue às escuras. “A praça é muito arborizada, faz sombra e por isso há esses problemas”, justificou. Fiorese afirmou que o Reviva Campo Grande não inclui a área de lazer e que não há prazo para o início de qualquer obra no local.
Sobre a falta de segurança no local, a Guarda Civil Municipal (GCM) informou que tem mantido vigilância constante na área, por meio do Centro de Controle Operacional do sistema de videomonitoramento da região central. A Guarda negou que haja insegurança no local, apesar de relatos, inclusive, de furtos e roubos dentro da praça. Ainda de acordo com a GCM, diariamente são feitas prisões por tráfico de drogas e furto. A situação também provoca rondas frequentes na área.
HISTÓRICO
A última grande reforma da praça Ary Coelho foi feita entre 2011 e 2012. Na ocasião, o Correio do Estado noticiou, em junho de 2012, que obras custaram ao município R$ 3,5 milhões. A praça recebeu pergolado com estrutura em madeira, iluminação e parque com piso, sem areia. A maior novidade foi o chafariz, com iluminação e sonorização. Atualmente, o ornamento está às escuras.
A obra na Rua 14 de Julho teve início em 6 de junho do ano passado, com previsão de ser concluída em março de 2020. Mas agora a promessa é de entregar a primeira etapa até 29 de novembro, já decorada para o Natal.
A área onde hoje é a praça foi o primeiro cemitério público de Campo Grande, antes do vilarejo ser elevado à categoria de cidade. Em 1922, passou pela primeira grande reforma, com canteiros, plantio de árvores e construção de um coreto que remodelaram o local.
A praça ganhou o atual nome em 1954, para homenagear o ex-prefeito da Capital Ary Coelho de Oliveira.