Os produtores rurais da região de Antonio João (MS) – distante 402 km da Capital – planejam bloquear as estradas que dão acesso ao município para evitar novas invasões indígenas. Somente esta semana, cinco fazendas foram invadidas e os funcionários foram expulsos pelos cerca de 1.500 índios Guarani-Kaiowá.
O Sindicato Rural de Antonio João está em alerta contra eventuais novas invasões, orquestradas, segundo os ruralistas, pelo CIMI (Conselho Indigenista Missionário), que estaria cooptando índios de outras aldeias, inclusive de Dourados (MS), maior reserva indígena do Estado, para reforçar o movimento de invasão. Uma série de reuniões entre os produtores estão sendo realizadas para debater a situação tensa. A presidente do sindicato, Roseli Maria Ruiz, não tratou sobre o assunto com a imprensa.
Na manhã desta sexta-feira (28), o secretário de Governo do Estado, Eduardo Riedel, informou que, na próxima segunda-feira (31), haverá reunião entre representantes da Polícia Federal, Exército e forças de segurança estaduais para debater a questão. Enquanto isso, apenas uma viatura do DOF (Departamento de Operações da Fronteira), com quatro policiais, está no local para evitar um possível conflito.
“Essa disputa, essa insegurança e essa tensão existem há 17 anos”, declarou o vice-prefeito, Antonio César Pereira Flores, Baby, alegando que o município está desassistido pelas autoridades. “Pedimos ação do poder público, a segurança nacional tem que tomar conta, não só dos produtores, mas também da população”, pontuou.
PONTA PORÃ
No município, também região de fronteira, distante cerca de 59 km de Antonio João, os produtores estão em alerta. Também estão sendo realizadas reuniões no sindicato rural.
Um grupo de 15 indígenas paraguaios que invadiram, na tarde desta a área doada para a Fundação Municipal de Cultura e Esporte. Eles disseram que foram enviados ao local pelo patrão deles, mas não revelaram a identidade. Pouco tempo depois, a Guarda Municipal retirou os manifestantes, que saíram pacificamente.
Foto: Léo Veras
Grupo indígena atravessa fronteira e ocupa área da prefeitura de Ponta Porã