Cidades

ESPÍRITO NATALINO

Polícia faz vaquinha e compra game para adolescente que teve perna amputada

Investigadores se uniram após atendimento de acidente grave com caminhão

RAFAEL RIBEIRO

28/11/2018 - 17h01
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Então é Natal, diz a famigerada música de uma tradicional cantora que anuncia a chegada da mais aguardada das datas no final do ano. E, mesmo que dezembro ainda não seja realidade em nossos calendários, o clima natalino parece já dar as caras.

Foi em Itaquiraí a boa ação que emocionou Mato Grosso do Sul nesta semana, quando policiais civis e professores se uniram em prol de uma 'vaquinha', jargão popular para designar a arrecadação de dinheiro em busca de um objetivo.

O objetivo da vaquinha é emocionante: comprar um vídeo-game para um adolescente de 13 anos que teve a perna esquerda amputada após ser atropelado por uma carreta no Centro da cidade.

O caso rolou no último dia 8, por volta das 15h. Gabriel Teixeira Domingos andava de bicicleta com um amigo, quando foram atingidos pelo caminhoneiro, de 56. Ambos foram internados em estado grave. Para Gabriel, veio a inevitável perda de um membro.

O caminhoneiro alegou, em sua defesa, que fazia uma manobra com a carreta e por isso não conseguiu enxergar a aproximação dos meninos. Ele responde o processo em liberdade.

Pouco importa para Gabriel, que na última terça-feira (27) recebeu o seu presente de final de ano, o game Playstation 4, um desejo que era constantemente pedido aos pais, de poucas condições financeiras para atender.

A solidariedade pesou grande para que Gabriel tivesse a surpresa após o dia de aula na Escola Estadual Manoel Guilherme. E a reação do emocionado adolescente você pode conferir no vídeo abaixo. Justo, para quem sobreviveu a um acidente tão grave. Impossível não se contagiar com a alegria de quem ganhou um fio de esperança para reagir frente às adversidades. 

 

DECISÃO

TCE vê indício de sobrepreço e trava pregão de R$ 58 milhões

A medida cautelar foi assinada após uma série de irregularidades consideradas graves

12/12/2025 10h30

O certame previa a contratação de uma

O certame previa a contratação de uma "solução educacional integrada" Mary Vasques

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O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) publicou, em edição extra desta quinta-feira (11), decisão que suspende o pregão eletrônico de R$ 57,9 milhões do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Taquari (Cointa). O certame previa a contratação de uma “solução educacional integrada”, incluindo softwares, tablets, notebooks e lousas digitais para escolas dos municípios consorciados.

A medida cautelar foi assinada pelo conselheiro Waldir Neves após a Divisão de Fiscalização de Educação apontar uma série de irregularidades consideradas graves, desde falhas estruturais no planejamento até indícios de sobrepreço que poderiam ultrapassar R$ 42 milhões. Para o TCE, manter a licitação como está colocaria em risco a economicidade da contratação e poderia consolidar danos de difícil reversão ao erário.

Conforme a análise técnica, o consórcio reuniu, em um único pacote, itens e serviços distintos, como equipamentos, licenças de software e instalações de salas tecnológicas, sem demonstrar dependência técnica que justificasse a contratação conjunta. 

O certame previa a contratação de uma "solução educacional integrada"

A prática, além de contrariar o dever de parcelamento previsto na Lei 14.133/2021, reduz a competitividade e abre margem para direcionamento, já que as especificações dos equipamentos sugeriam aderência a fornecedores específicos.

A pesquisa de preços, etapa central para estimar o valor do contrato, também chamou atenção do Tribunal. Orçamentos praticamente idênticos entre si, com descrições copiadas do próprio termo de referência, levantaram suspeita de alinhamento prévio entre empresas, comprometendo a fidedignidade dos valores apresentados. O cenário foi agravado pela comparação com preços praticados no mercado público, que indicou possível sobrepreço milionário.

Outro ponto crítico foi o Estudo Técnico Preliminar (ETP), elaborado e validado por apenas uma servidora administrativa, sem equipe multidisciplinar e sem diagnóstico das condições reais das escolas, como infraestrutura elétrica, conectividade e capacidade pedagógica para receber os equipamentos. Para o TCE, essa fragilidade coloca em dúvida a viabilidade da solução proposta e o uso efetivo dos materiais a serem adquiridos.

A corte também apontou riscos na exigência de uma Prova de Conceito (PoC) com prazo considerado exíguo e sem critérios objetivos, o que poderia permitir decisões arbitrárias durante a etapa de habilitação e restringir a participação de concorrentes. A ausência de parecer jurídico no edital reforçou o entendimento de que o processo foi conduzido com falhas relevantes.

Diante do conjunto de irregularidades e da proximidade da sessão do pregão, marcada para 18 de dezembro, o conselheiro determinou a suspensão imediata do procedimento. Caso o certame já tenha sido concluído, a ordem é para que ele não seja homologado nem seja contratado. O responsável terá cinco dias úteis para comprovar o cumprimento da decisão, sob pena de multa.

Além da suspensão, o Tribunal determinou que o consórcio corrija todas as falhas apontadas antes de retomar qualquer etapa da licitação.

Por fim, a decisão destaca que, embora o controle prévio do TCE não interfira no mérito da política pública, cabe ao órgão garantir que o processo licitatório observe legalidade, razoabilidade e proteção ao dinheiro público.

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TRÂNSITO

Queda no custo da CNH deve reduzir desabilitados, diz Detran

Desde 2021, quase 70 mil já foram flagrados dirigindo sem o documento no Estado, um dos maiores motivos para as mudanças, segundo o governo federal

12/12/2025 08h40

Oficializada na terça-feira pelo governo federal, a CNH do Brasil alterou muitas regras para tirar a carteira de habilitação que eram de conhecimento popular há mais de duas décadas

Oficializada na terça-feira pelo governo federal, a CNH do Brasil alterou muitas regras para tirar a carteira de habilitação que eram de conhecimento popular há mais de duas décadas Gerson Oliveira

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Com a queda de cerca de 80% nos custos para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o número de motoristas sem o documento circulando pelas ruas e as rodovias de Mato Grosso do Sul deve diminuir consideravelmente, segundo o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), Rudel Trindade.

Oficializada na terça-feira pelo governo federal, a CNH do Brasil alterou muitas regras para tirar a carteira de habilitação que eram de conhecimento popular há mais de duas décadas.

Entre as principais justificativas para a mudança na legislação está o número de condutores flagrados sem o documento e a quantidade de pessoas aptas a terem a CNH que não conseguem em razão do alto preço do processo, que conta com exames, taxas e provas.

De acordo com o portal de estatísticas do Detran-MS, de 2021 até agora, foram identificados 68.328 motoristas dirigindo sem CNH no Estado, sendo 23.017 somente em Campo Grande.

A cerca de 20 dias para a virada do ano, já foram registrados 15.339 motoristas sem CNH (5.856 na Capital), dados semelhantes aos do ano passado, com 16.718 motoristas em Mato Grosso do Sul e 5.816 na Capital.

Oficializada na terça-feira pelo governo federal, a CNH do Brasil alterou muitas regras para tirar a carteira de habilitação que eram de conhecimento popular há mais de duas décadas

Analisando esses números, Rudel Trindade comenta que a nova legislação trará um impacto positivo.

“Eu acho que isso [as mudanças] vai favorecer muita gente. A gente tem acompanhado principalmente a questão dos motociclistas. A grande maioria dos motociclistas que se acidentam fatalmente não tem CNH. Esse fato de o cidadão não ter CNH por conta de custo e burocracia é injusto. Então, acho que isso vai beneficiar”, disse.

Um dos maiores pontos de debate entre os especialistas é se a obtenção mais facilitada do documento não vai aumentar o número de motoristas despreparados para enfrentar o trânsito e, consequentemente, a quantidade de acidentes.

Para o diretor-presidente do Detran-MS, essa não é uma preocupação, já que os órgãos pretendem manter ou até aumentar o rigor nas provas teóricas e práticas.

“Nós já temos 20 milhões de não habilitados transitando no Brasil. Então, o que a gente tem que fazer é trazer esses 20 milhões para a legalidade. Quando o condutor está documentado, ele tem uma postura melhor. O exame teórico vai continuar e vai ser mais rígido ainda. Depois, é importante que a gente tenha um exame prático rigoroso, como a gente sempre teve. Se ele [candidato] não souber dirigir, aqui no Detran não vai passar”, afirma Rudel Trindade.

Acerca do tempo de implementação de todas as alterações, Trindade pede paciência à população, mas afirma que o objetivo é que o Detran-MS seja um dos primeiros departamentos estaduais de trânsito do Brasil a realizar todas as mudanças previstas e necessárias da CNH do Brasil.

“Eu acho que em 60 dias, no máximo, a gente tem capacidade para estar com tudo em ordem. Com certeza nós vamos ser os primeiros a implementar todas essas ações”, reforça.

Em nota publicada nesta quarta-feira, o Detran-MS descreveu a nova resolução como “a maior atualização dos processos de formação, habilitação e renovação da CNH dos últimos anos” e acrescentou que, por serem mudanças complexas, “impactam sistemas, fluxos internos, normas e rotinas operacionais”.

MODERNIDADE

Outra mudança prevista na nova legislação é a retirada da obrigatoriedade de o motorista ter a CNH física, podendo ela ser armazenada digitalmente, por meio de um aplicativo.

Para as emissões do documento físico, o Detran-MS mantém contrato com uma empresa, responsável por essa função. Agora, com a digitalização da carta, o contrato será revisto.

Oficializada na terça-feira pelo governo federal, a CNH do Brasil alterou muitas regras para tirar a carteira de habilitação que eram de conhecimento popular há mais de duas décadasExame para obtenção de CNH deve continuar rígido, segundo diretor-presidente do Detran-MS - Foto: Gerson Oliveira

“Ontem [quarta-feira] conversei com a empresa. Falei: ‘Já comecem a rever o contrato, porque, quando ele for digital, eu não vou pagar a impressão’. A grande maioria dos condutores quer a digital. Eu tenho milhares de CNHs aqui no Detran que o cidadão fez a CNH, fez todo o processo e não veio retirar porque baixou a digital automática”, explica o diretor-presidente do Detran-MS.

MUDANÇAS

As novas medidas anunciadas pelo governo federal tornam o documento mais barato e acessível, cortando até 80% dos custos do processo para tirar a carteira. Uma das novas determinações é a retirada da obrigatoriedade da autoescola, o que levantou debates entre especialistas de trânsito.

Além disso, as aulas teóricas serão gratuitas e disponibilizadas pelo Ministério dos Transportes. Sobre as aulas para a prova prática, serão 2 horas-aula – antes eram 20 horas-aula –, e candidato vai ter o poder de escolher entre autoescolas tradicionais, instrutores autônomos credenciados ou preparações personalizadas.

A União também editou uma medida provisória (MP) que beneficia motoristas que não cometem infrações, tirando a necessidade de pagar taxas de renovação do documento. Portanto, a renovação agora será feita automaticamente e sem custos.

Em Mato Grosso do Sul, a retirada da obrigatoriedade para pagamento das taxas de renovação significa uma economia de quase R$ 380 para o condutor sem atividade remunerada e de cerca de R$ 576 para os que a exercem.

Esses valores eram pagos ao Detran-MS. Segundo Rudel Trindade, ontem 100 motoristas já poderiam ter sido beneficiados por essa medida, porém, ainda estão sendo feitas adequações na legislação de MS para conseguir contemplar essas pessoas.

*SAIBA

Em pesquisa recente realizada pelo governo federal, Mato Grosso do Sul apresentou a segunda CNH mais cara do País, custando cerca de R$ 3.525,00 para as categorias A e B (carro e moto), atrás apenas da CNH do Rio Grande do Sul, que custa cerca de R$ 4,4 mil.

Também foi constatado que o sul-mato-grossense que ganha a renda per capita do Estado (R$ 2.169) demoraria 5,42 meses para pagar o documento, caso comprometesse 30% da renda mensal (R$ 650,70).

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