Policiais militares e bombeiros recusaram proposta de reajuste feita pelo governo do Estado, mas não deliberaram pelo aquartelamento em assembleia geral realizada na sexta-feira. Cabos e soldados preferiam reformular os termos em discussão e haverá nova reunião com o Executivo nesta próxima semana.
O governo, em encontro com representante da Associação de Cabos e Soldados da PM e Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (ACS), fez a proposta de reajustar os salários de soldado em 5,49%, do cabo em 5,01%, terceiro-sargento em 3.82%, segundo-sargento 3,82%, primeiro-sargento 3,55% e subtente, 3,48. Para oficiais, o aumento ficaria em 2,94%, que foi o primeiro índice oferecido.
O presidente da ACS, Edmar Soares da Silva, afirmou que a contraproposta gerou mal-estar na categoria. A reunião dele com membros do Executivo estadual aconteceu na sexta-feira à tarde.
“Foi o próprio governo que criou esse mal-estar na tropa ao tratar de maneira diferenciada policiais civis e militares”, afirmou Edmar. Para policiais civis, o Estado deu 7% de reajuste, índice mínimo que é solicitado pela ACS.
A categoria dos militares voltará a ter assembleia na quinta-feira (24), às 14h, na sede da associação. Na última semana, o presidente da entidade mencionou que havia o risco de ser deliberado o aquartelamento dos policiais militares.
Como PMs e Bombeiros não podem fazer greve, caso haja protesto eles vão para os quartéis, mas não fazem o trabalho de rua com todo o efetivo.
O último reajuste dado a policiais militares e bombeiros, segundo a ACS, foi em novembro de 2014. Naquele ano, houve tensa negociação e em maio de 2013 ocorreu aquartelamento para forçar a concessão do aumento.
"Em 2015, o aumento não foi dado, sob justificativa de que reposição havia sido ‘adiantada’ pela gestão anterior. A ACS, então, judicializou a questão. Já no ano passado, um abono de R$ 200 foi dado a todos os servidores, além de correções nos quinquênios -o valor já foi prorrogado até 2018", informou nota da associação.
Outra questão que está sendo tratada é a verticalização na PM, que pretende garantir que o salário de um soldado em início de carreira seja 20% do vencimento de um coronel. Hoje, um soldado ganha R$ 3.456,79, enquanto um coronel tem salário-base de R$ 20.129,75. A proporção atual é de 17,17%.