Cidades

INVESTIGAÇÃO

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Peixes morreram por falta de oxigênio causada por produto

Laudo de universidade da Capital não conseguiu identificar se substância era química ou orgânica

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A morte de centenas de peixes no dia 26 de novembro no Rio Anhanduí, localizado na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, teria sido causada por despejo de algum produto – químico ou orgânico – na água, o que reduziu o nível de oxigênio.

A professora doutora em Piscicultura Milena Wolf, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), explica que a avaliação feita apontou que a água estava com níveis baixos de oxigênio, porém, que não eram letais.

“O nível de oxigênio na água na terça [26] era baixo, porém, não letal. Provável no dia anterior, na segunda-feira (25), quando se iniciou a mortalidade, o oxigênio estava mais baixo e a chuva pode ter melhorado os parâmetros de qualidade da água”, explicou.

O laudo foi elaborado com base na análise da água do rio coletada pela equipe da universidade. A ideia era também ter coletado uma amostra de peixe para fazer uma autópsia mais detalhada, porém, como eles já estavam mortos há muito tempo, os profissionais optaram por não fazer a análise, pois o resultado poderia ser afetado pelas substâncias liberadas durante a decomposição.

“Como pararam de aparecer peixes mortos no decorrer dos dias, podemos dizer que foi algum ‘produto’ químico ou orgânico lançado pontualmente que causou o problema e foi diluído pela chuva”, afirmou a especialista. Como a coleta ocorreu muito tempo depois do despejo do produto, a análise não conseguiu identificar que tipo de material causou as mortes.

O despejo do produto químico, inclusive, era a principal suspeita da pesquisadora, assim que o fato ocorreu. Segundo ela, apenas dois motivos causariam a morte de peixes no local, o despejo de algum produto químico em grande escala ou o processo de eutrofização (quando grande quantidade de matéria orgânica é depositada na água e há a multiplicação de algas, que consomem o oxigênio durante a noite e há a diminuição dele na água, o que causa a morte de peixes).

“Na eutrofização, a água fica esverdeada, porém, é um processo que ocorre lentamente. Dificilmente apareceriam peixes mortos de um dia para o outro, ainda mais na quantidade que foi. Então a causa mais provável é que tenha havido um despejo ilegal de composto químico”, avaliou a zootecnista.

MORTES

Os peixes mortos começaram a ser percebidos pela população que mora às margens do rio no início da tarde do dia 25 de novembro e, ainda na manhã do dia seguinte, era possível ver os animais mortos no local. A reportagem percebeu que os peixes mortos eram vistos a partir do Bairro Taquarussu até, pelo menos, no Bairro Coophavila II, uma extensão de 7 quilômetros ao longo da Avenida Ernesto Geisel.

De acordo com moradores, os primeiros sinais começaram por volta das 12h do dia 25. As pessoas sentiram um forte odor vindo do Rio Anhanduí e, ao verificar o que acontecia, os moradores perceberam que a água estava turva e que muitos peixes estavam morrendo.

Enquanto a reportagem esteve no local, foi possível perceber que  grande quantidade de peixes mortos estava na acumulada entre as ruas Bom Sucesso e do Aquário, no Bairro Marcos Roberto.

“Pode ser que naquele ponto o produto tenha reduzido o oxigênio na água e encontrado um cardume, o que causou a mortalidade. Mas, ao longo do rio, o oxigênio consegue ser elevado a nível suficiente para não matar mais peixes”, explicou o tenente-coronel da Polícia Militar Ambiental (PMA), Ednilson Queiroz.

Os peixes mortos eram todos tilápias e, conforme Queiroz, isso pode ser explicado pela fato de a espécie não ser da fauna da região. “Eles têm menor resistência à poluição, muito provável que por isso só eles morreram. Já os nativos, como o cascudo, são mais resistentes”.

Além dos acadêmicos da UCDB, a PMA, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) estiveram no local. Os militares fizeram imagens da situação e encaminhariam os registros para o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

O Imasul informou que todos os resultados levantados pelo órgão seriam encaminhados para a Semadur. A pasta por sua vez informou que ainda não tem as informações referentes à análise da água do Rio Anhanduí. 

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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