Cidades

CHACINA E SUICÍDIO

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Para especialistas, jovens estão com dificuldades de de buscar soluções para frustrações

Acesso às armas e dificuldade de reagir às dificuldades explicariam casos de impacto

RAFAEL RIBEIRO

18/03/2019 - 18h15
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Quatro dias depois de dois adolescentes invadirem uma escola estadual de Suzano (SP), matarem oito vítimas e se suicidarem na sequência, Mato Grosso do Sul viu uma menina de 11 anos ser encontrada morta em sua casa, em Mundo Novo, ao lado da pistola calibre ponto 40 do pai, um policial militar.

A própria polícia confirma que a principal linha de investigação do caso é a de suicídio (leia mais abaixo).

Além da tragédia da criança, outros casos chamaram a atenção após a tragédia de Suzano, como um menino de 15 anos apreendido após denúncias de que estaria ameaçando a escola onde estuda, em Terenos, e mensagens com promessa de repetir o que aconteceu na cidade paulista em Nova Andradina (veja ao lado).

Consequência direta? Para especialistas ouvidos pelo Correio do Estado, sim. Psicológos das principais universidades de Campo Grande explicam que um fato de grande proporção pode sim servir de motivação, evidentemente não positiva, para outras crianças e adolescentes que estejam passando por problemas emocionais.

"Toda a sociedade está em uma condição pós-traumática depois do ocorrido. E crianças e adolescentes são mais suscetíveis aos reflexos", resumiu o professor André Veras, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

"Crianças e adolescentes precisam de identificação com algum grupo , senão se sentem excluídas, principalmente no ambiente escolar, onde acabam sendo marginalizadas. É importante que as escolas tenham essa primeira observação e combatam esse afastamento", apontou o professor.

Print divulgado pelas redes sociais apavorou pais em Nova Andradina: falsa sensação de poder 

REGULAÇÃO SOCIAL

Para Aline Reis, professora da cadeira de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a sequência de casos evidencia um problema chamado na área como a dificuldade das novas gerações em encontrar estratégias saudáveis de regulação social. Ou seja, buscar meios saudáveis de solucionar e superar fristrações pessoais da vida.

O diagnóstico foi obtido justamente após pesquisas com crianças e adolescentes, que, segundo a especialista, "não tem desenvolvimento cerebral maduro o suficiente" para entender as consequências daquilo que estão fazendo.

De forma resumida, crianças e adolescente estão cada vez mais afastado de um convívio social saudável para buscar soluções práticas aos problemas e meios eficazes de superar adversidades e frustações. E as respostas não são tão saudáveis, como a auto mutilação e o suicídio.

"O que chamamos de estratégia permanente (o suicídio) para problemas passageiros. É a falta de domensão do que sigbifica aquele ato com um problema solucionável a curto ou médio prazo", explicou a professora da UFMS.  

Os atiradores de Suzano: siansi evidents de solução imediata como vingança para bullying sofrido no ambiente escolar

ARMAS, BULLYING E EXEMPLOS: RECEITA DA TRAGÉDIA

Claro que a psicóloga se refere a um quadro habitual do cotidiano. E que o cenário pós-tragédia de Suzano agrava, e muito, as coisas. Ainda mais se a criança possui fácil acesso às armas, como a filha do PM.

Pesquisas feitas por Aline apontam que meninas buscam mais o suicídio que os meninos. Porém são eles que conseguem os resultados práticos, pois buscam a forma mais letal, as armas de fogo, em comparação com overdoses de remédios e afins usados por elas.

"Se a gente pensar que arma de fogo está disponivel, acessivo, isso é extremamente negativo. O cérebro do adolescente tem dificuldade em adiar a gratificação, em esperar que algo venha a acontecer, como também a busca de solução imediata e um comportomanto mais impulsivo, por si só desenvolvimento cerebral tem dificuldade de controlar os impulsos", explicou a professora. "A existência de uma arma pode desencandear uma tragédia."

E se falta a coragem, casos como de Suzano podem sir serem exemplos de motivação para a consumação do ato. Os especialistas concordam que é quase impossível de não se trazer esses casos a público, pela brutalidade e comoção que geram. E nisso que os pais precisam prestar atenção.

Veras destaca que principalmente os adolescentes são mais irritadiços. E que mudanças de comportamento não são apenas com os sintomas habituais clássios de depressão, como tristeza, choro e perda de interesse na rotina. Aparecem muito mais na forma de irritabilidade. Muito fácil de serem confundidas com questões clássicas e habituais dos dilemas da adolescência.

"O adolescente pede ajuda, a nossa sociedade, nossa cultura tem promovido a rivalidade, a questão do ser o melhor, um corpo saudavel, perfeito, a gente vê um incejo para que o bullying aconteça. Quem não se enquadra ou se encaixa na aparência, forma física, inteligência, tende a uma certa intolerância na conjuntura atual da sociedade, de promover a intolerancia em várias formas", completou a professora Aline.

Por isso, mais uma vez responsáveis pelos círculos sociais do jovem, como escola e família, devem ficar atentos com casos de maior isolamento entre jogos e o mundo virtual que com as interações sociais. Geralmente a família tende a considerar normal e até saudável a presença do adolescente em seus dominios, não distingue o isolamento, o pouco tempo junto e sua vida em uma realidade paralela, sem detectar o problema em curso. Como no caso de Suzano, onde imagens tiradas de fóruns que incentivam o suicídio entre jovens mostram eles sendo cultuados pelo tiroteio promovido.

"Não é uma questçao apenas de confiança, de dizer para não mexer nas armas da casa, é necessário cumprir as regras, de armazenamento, de segurança, cofres, separar a munição. Um caso grave como essa gera empatia a jovens que esteja sofrendo", resumiu o coronel aposentado da PM paulista José Vicente da Silva, secretário nacional da Segurança Pública na gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).  

Em Campo Grande

Shoppings, escola e Corpo de Bombeiros são pontos de vacinação nesse fim de semana

Doses disponíveis são voltadas para imunização contra a gripe; confira os grupos que podem se vacinar

20/04/2024 08h21

Idosos, gestantes e crianças a partir de seis meses estão entre o público-alvo. Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Em Campo Grande, dois shoppings, três unidades de saúde, uma escola municipal e o Quartel Central do Corpo de Bombeiros são os pontos itinerantes disponíveis para a vacinação contra a gripe nesse sábado (20). Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), até o momento, aproximadamente 43 mil pessoas foram imunizadas, o que representa quase 15% do público-alvo.

O município deu início à vacinação contra a doença no dia 21 de março, antecipando o calendário nacional. A expectativa é vacinar ao menos 90% do público prioritário, estimado em cerca de 300 mil pessoas em Campo Grande. Inicialmente, a campanha deve ocorrer até o dia 31 de maio, conforme o cronograma do Ministério da Saúde.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, reforça a importância das pessoas buscarem as unidades para se vacinar. “É fundamental que as pessoas que pertencem aos públicos prioritários busquem as unidades para se vacinar. A vacina é a melhor estratégia de prevenção contra a influenza e possui capacidade de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento da doença, as internações e o número de óbitos”, destacou.

A profissional da saúde explica ainda que a influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, sendo este um vírus de elevada transmissibilidade com distribuição global. "A tendência é de disseminação fácil, resultando em epidemias sazonais, podendo também causar pandemias”, complementa Rosana.

Neste ano, a vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é eficaz contra três tipos de cepas de vírus em combinação: a. A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09; b. A/Thailand/8/2022 (H3N2); c. B/Austria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria), conforme a Instrução Normativa (IN) no 261, de 25 de outubro de 2023, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Onde se vacinar?

20 de abril (sábado)

  • Shopping Norte Sul – 10h às 18h
  • Shopping Bosque dos Ipês – 10h às 17h
     
  • Quartel Central Corpo de Bombeiros – 7h30 às 16h30
     
  • USF Moreninha – 7h30 às17h
  • USF Caiçara – 7h30 às 17h
  • USF Serradinho – 8h às 12h
     
  • E. M Fauzi Gattas Filho – 8h às 12h

21 de abril (domingo)

  • Shopping Norte Sul – 11h às 19h
  • Shopping Bosque dos Ipês – 10h às 17h
     
  • Quartel Central Corpo de Bombeiros – 7h30 às 16h30

Grupos prioritários

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
  • Pessoas de 60 e mais
  • Gestantes
  • Puérperas
  • Indígenas vivendo fora de terra indígena
  • Indígenas vivendo em terra indígena
  • Trabalhadores de saúde
  • Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos)
  • Adolescentes em medidas socioeducativas (menores de 18 anos)
  • População privada de liberdade (18 anos e mais)
  • Funcionário do sistema de privação de liberdade
  • Comorbidades
  • Professores
  • Pessoas em situação de rua
  • Forças de segurança e salvamento
  • Caminhoneiros
  • Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário passageiros urbano e de longo curso
  • Trabalhadores portuários

Saúde

Anvisa tem maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos

Medida está em vigor desde 2009

19/04/2024 20h00

Sarahjohnson/ Pixabay

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A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com esse placar, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento, bem como de publicidade ou divulgação desses produtos por qualquer meio, em vigor desde 2009. 

Dos cinco diretores, três votaram a favor da proibição. Faltam os votos de dois diretores.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelam que 4 milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda não ser autorizada.

O diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, votou favorável à manutenção da proibição desses dispositivos.

“O que estamos tratando, tanto é do impacto à saúde como sempre fazemos, e em relação às questões de produção, de comercialização, armazenamento, transporte, referem-se, então, à questão da produção de um produto que, por enquanto, pela votação, que vamos registrando aqui vai mantendo a proibição”.

Antonio Barra Torres leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, os posicionamentos dos Ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda e saudou a participação popular na consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mesmo que os argumentos apresentados não tenham alterado as evidências já ratificadas pelos diretoras em 2022.
Em seu relatório, Barra Torres se baseou em documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia, em decisões do governo da Bélgica de proibir a comercialização de todos os produtos de tabaco aquecido com aditivos que alteram o cheiro e sabor do produto. Ele citou que, nesta semana, o Reino Unido aprovou um projeto de lei que veda aos nascidos após 1º de janeiro de 2009, portanto, menores de 15 anos de idade, comprarem cigarros.

Ele mencionou ainda que a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (U.S Food and Drug Administration) aponta que, mesmo com a fiscalização, há comércio ilícito desses produtos.

O diretor ainda apresentou proposições de ações para fortalecimento do combate ao uso e circulação dos dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil. 
 

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