Depois de ficar fechado por pelo menos 15 dias por prevenção a pandemia do novo coronavírus, o comércio no centro da cidade ficou bastante movimentado na manhã desta segunda-feira (6) e a população estava em busca de apenas um objetivo: pagar as contas atrasadas. Para alguns, os acréscimos são tão altos que trazem tanto medo quanto o próprio coronavírus.
A reportagem do Correio do Estado percorreu a a Rua 14 de Julho, principal do comércio e encontrou grandes filas em frente a lojas principalmente de departamentos. Mesmo com medo da pandemia, trabalhadores foram em busca de quitar as dívidas.
Maria da Conceição, de 60 anos, é do grupo de risco e precisou sair do isolamento domiciliar para pagar uma conta que estava atrasada e por conta da quarentena estava com bastante juros. “Espero que tirem pelo menos os juros por conta da situação excepcional que estamos vivendo, eu só tenho como pagar a conta na loja eu não pago em bancos”, disse.
Em frente a loja de departamentos, o autônomo Hudson Roberto, 36 anos, estava entre as 30 pessoas na fila que aguardavam do lado de fora a loja abrir. Ao Correio do Estado, ele contou que a situação está difícil por ser autônomo, mas precisava quitar as dívidas. “Eu só consigo pagar essa conta aqui na loja, os juros são altos, tomara que eles entendam a situação e retirem os juros”, contou.
A auxiliar de serviços gerais, Maria dos Anjos, ainda não estava com a conta atrasada, mas correu até o centro da cidade para pagar a dívida que vence no dia 10. “Eu fico com medo do coronavírus, mas tenho mais medo dos juros das contas”, destacou.
Situação ficou difícil também para a aposentada Vera Lúcia Vieira da Silva, de 49 anos, que também está com as contas atrasadas. Ela mora na fazenda e não tem acesso à internet e tem expectativa que a loja retire os acréscimos. “Eu tenho medo do coronavírus, mas não tive alternativa, precisei sair para não pagar mais juros”, finalizou.