Cidades

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Órgãos de defesa ao adolescente são contra punição de alunos indisciplinados

Projeto em tramitação na Assembleia obriga adoção de medidas em escolas

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Entidades ligadas aos direitos da criança e do adolescente são contra projeto de lei que autoriza professores e diretores a adotarem medidas, como limpeza de banheiros e pintura em cima de pichações, aos alunos que praticarem atos de vandalismo nas escolas de Mato Grosso do Sul. Projeto foi debatido em audiência pública na tarde de hoje, na Assembleia Legislativa.

Proposta, que teve parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCRJ), foi aprovado em primeira votação pelos deputados, com voto contrário da bancada do PT e tem gerado impasse entre os que são favoráveis e contrários a adoção das medidas no ambiente escolar.

Representantes da Defensoria Pública, Conselho Estadual de Direitos Humanos, Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado e 3ª Vara da Infância e Juventude se manifestaram contra o projeto, alegando que a punição aos alunos infratores cabe a Justiça e não a escola e dar autoridade a diretores e professores invadiria a esfera jurídica.

Além disso, segundo os que são contra o projeto, adotar o trabalho como punição não dá resultados positivos, apenas traumatiza e faz o aluno se sentir humilhado, além de ferir direitos dispostos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que proíbe trabalho forçado infantil.

Este tipo de medida já foi aplicada em Campo Grande, sugerida pelo promotor da Infância, Adolescência e Juventude, Sérgio Harfouche, em projeto batizado de Programa de Conciliação para Prevenir Evasão e Violência Escolar (Proceve). Esta iniciativa deu origem ao projeto de lei, de autoria do deputado Lídio Lopes (PEN).

Harfouche defende a punição alunos que vandalizarem o em ambiente escolar e afirmou que quando o adolescente não é responsabilizado pelos atos, gera um ciclo de impunidade, que faz com que os infratores continuem “bagunçando por saber que não vai dar em nada”.

Ainda conforme o promotor, quando não se adota medida disciplinar na escola e o adolescente é levado a delegacia de polícia, é tratado como delinquente e isso não seria “medida disciplinar”.

Proposta também teve parecer favorável da Secretaria Estadual de Educação (SED) e é avaliada como positiva por professores do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP).

Líder da bancada do PT na Assembleia, deputado Amarildo Cruz afirma que os parlamentes petistas são contrários a lei por acreditar que o objetivo da escola é educar e que espera que o debate entre os que defendem à lei e os que acreditam que a punição é dever do judiciário sirva de subsídio para tomada de decisão na hora da votação do projeto.  

Também participaram da audiência pública representantes da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), Conselho Regional de Psicologia, Escola de Conselhos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, diretores, professores, juristas e advogados. 

COMO FUNCIONA

Projeto de lei torna obrigatória punição de alunos que cometerem qualquer ato de vandalismo e indisciplina nas escolas. Entre as medidas disciplinares estão limpeza de quadras, salas e banheiro, pintura de muros sujos e outros tipos de trabalho manual.

Antes de o aluno ser submetido à medida, é preciso que ele seja advertido verbalmente ou por escrito. No caso de reincidência seria aplicada a reparação.

A escola também precisaria registrar o fato em um termo de compromisso, assinado pelo pai ou responsável legal. 

Cidades

Greve dos motoristas afeta evento de Jazz que aconteceria em terminais

Jam session de hoje será feita na Rua Barão do Rio Branco; atualizações sobre as apresentações de quinta e sexta-feira serão feitas diariamente, caso a greve não acabe

17/12/2025 16h00

Terminais seguem coompletamente vazios pelo terceiro dia consecutivo

Terminais seguem coompletamente vazios pelo terceiro dia consecutivo Marcelo Victor / Correio do Estado

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A programação da 2ª edição do Campo Grande Jazz Festival, que inicia hoje (17), teve que ser alterada devido ao avanço da greve dos motoristas de ônibus de Campo Grande.

Dos cinco dias de Festival, os três primeiros estavam planejados para ocorrerem nos terminais de ônibus, mas tiveram que ter os locais alterados para outros pontos da cidade. 

Após uma primeira edição histórica em 2024, com apresentações em terminais de ônibus e no Armazém Cultural, o Campo Grande Jazz Festival deste ano se voltou exclusivamente para espaços a céu da capital sul-mato-grossense com grande circulação de pessoas.

A programação inicial contava com uma série de cinco jam sessions, sendo três em terminais de ônibus, uma na Rua 14 de Julho (esquina com a Avenida Afonso Pena) e uma na Avenida Calógeras, próximo à Plataforma Cultural.

O FESTIVAL

Sob a condução do produtor musical Adriel Santos, intercâmbios criativos unirão músicos experientes da cena local e nacional, explorando a espontaneidade do jazz tradicional e proporcionando encontros musicais de grande importância para o cenário musical sul-mato-grossense.

“O festival busca promover a inclusão cultural, contribuir para o bem-estar social e fortalecer o sentimento de pertencimento e identidade cultural da comunidade de Campo Grande. O jazz misturado ao tecido urbano é uma aposta estética e um jeito de levar a experiência musical para onde as pessoas estão”, afirma o músico e coordenador do evento.

A proposta dos terminais de ônibus incluia intervenções musicais descontraídas e cheias de vigor, desconstruindo a rotina e oferecendo uma experiência inesperada a trabalhadores, estudantes e todos que costumam passam por ali.

A música emerge em meio ao fluxo, democratizando-se para um público diversificado que, muitas vezes, não tem a oportunidade de frequentar eventos culturais com ingresso pago.

“Essa estratégia de levar o Campo Grande Jazz Festival para os espaços urbanos reflete um compromisso firme com a democratização do acesso à cultura e a ressignificação dos espaços públicos”, reforça Adriel Santos.

GREVE

Já no terceiro dia consecutivo, a greve dos motoristas de ônibus de Campo Grande bateu o recorde de maior tempo de paralisação do transporte público da Capital ao superar a ocorrida em outubro de 1994, na gestão do ex-prefeito Juvêncio César, quando o transporte coletivo parou por dois dias e meio. 

A audiência de conciliação sobre a greve dos motoristas realizada na tarde de ontem (16) terminou sem solução com a continuidade da paralisação, descumprindo a ordem judicial de manter 70% da frota em circulação, o mínimo exigido por lei para serviços essenciais.

O desembargador anunciou a majoração da multa diária para R$ 200 mil (na segunda-feira o valor era de R$ 20 mil e foi aumentado para R$ 100 mil na terça-feira) em caso de descumprimento da ordem judicial.

No momento da leitura da nova determinação, os motoristas presentes no plenário deram risada, levantaram-se das cadeiras e foram embora da sessão. Inclusive, alguns aproveitaram a curta manifestação para se oporem verbalmente ao que foi decidido pelo juiz, com os dizeres “vergonha” e “não vamos aceitar”.

Após a audiência, os motoristas e o sindicato se reuniram em frente ao TRT24 e, novamente, decidiram por manter 100% da paralisação, mantendo a posição firme de retomada das atividades somente em caso de pagamento da folha salarial.

ALTERAÇÕES

Até o momento, apenas a jam session desta quarta-feira foi alterada. A intervenção que aconteceria no Terminal Bandeirantes foi realocada para a Rua Barão do Rio Branco, entre a Rua 14 de Julho e a Rua 13 de Maio. 

A organização do evento espera pelo fim da greve para que o Festival siga nos próximos dias com a programação esperada nos terminais. Caso a greve persista, as atualizações dos locais de aparesentação serão feitas diariamente no Instagram @campograndejazzfestival. Os shows de sábado e domingo, que já estavam programados para acontecerem na rua, não serão alterados.

PROGRAMAÇÃO

Quarta-feira – às 17h30min,
na Rua Barão do Rio Branco, com Bianca Bacha, Gabriel Basso, Ana Ferreira, Adriel Santos e Junior Matos.

Quinta-feira – às 17h30min,
no Terminal General Osório (SUJEITO A ALTERAÇÃO), com Juninho MPB, Junior Juba, Matheus Yule e Leo Cavallini.

Sexta-feira – às 17h30min,
no Terminal Morenão (SUJEITO A ALTERAÇÃO), com Adriel Santos, Gabriel Basso e Giovani Oliveira.

Sábado – às 17h30min,
na Praça Ary Coelho (R. 14 de Julho com Av. Afonso Pena), com Felipe Silveira (SP), Daniel D’Alcantara (SP) e artistas da cena local do jazz.

Domingo – às 17h30min,
na Av. Calógeras (em frente à Plataforma Cultural), com Felipe Silveira (SP), Daniel D’Alcantara (SP) e artistas da cena local do jazz.

*Colaborou Marcos Pierry e Felipe Machado

Cidades

Saiba o que mudou na CNH para ciclomotores

Usuários desse tipo de transporte devem se atentar para regularizar a documentação a partir de 1º de janeiro de 2026

17/12/2025 15h33

Crédito: Tomaz Silva / Agência Brasil / Arquivo

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Em reunião entre o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) e o Conselho Estadual de Trânsito (Cetran-MS) para debater mudanças na carteira de motorista, foram abordadas alterações na legislação dos ciclomotores.

A partir de 1º de janeiro de 2026, a Resolução nº 996/2023 determina que será necessário o registro e o emplacamento dos veículos.

Com relação à legislação dos ciclomotores, o Detran-MS alertou que vários municípios não editaram normas próprias sobre a circulação desses veículos, o que, a princípio, poderá implicar dificuldades na fiscalização quanto à exigência da CNH ou da Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC) para usuários desse tipo de veículo.

Cabe ressaltar que, conforme explicou o órgão de trânsito, o Detran-MS tem responsabilidade pela parte da documentação, enquanto o emplacamento fica por conta do proprietário.

Já aos municípios compete a regulamentação e a fiscalização da circulação.

Ficaram de fora das alterações

Bicicletas e patinetes elétricos não são classificados como ciclomotores e, portanto, não necessitam de registro ou emplacamento, devendo apenas respeitar as normas municipais vigentes.

Preciso de CNH?

Com isso, bicicletas elétricas (com pedal e sem acelerador) não exigem que o condutor possua habilitação.

Já os ciclomotores necessitam de habilitação (ACC ou CNH categoria A), licenciamento, placa e uso de capacete, seguindo regras semelhantes às aplicadas a quem pilota motocicletas.

Alterações na CNH

Na reunião, os gestores pontuaram que a mudança na legislação alterou procedimentos de emissão e renovação da CNH, sem considerar o tempo necessário para que os órgãos de trânsito estabeleçam as mudanças, que implicam em:

  • adequações internas;
  • novos protocolos;
  • regramentos;
  • credenciamentos e fluxos operacionais.

“A resolução e a medida provisória não trouxeram instrumentos que permitam uma rápida adequação dos Detrans, o que impacta diretamente as operações e rotinas. Esse alinhamento é fundamental para garantir segurança jurídica e eficiência na aplicação da legislação”, disse o diretor-presidente do Detran-MS, Rudel Trindade.

A presidente do Cetran-MS, Regina Maria Duarte, destacou que a aplicação da nova legislação da CNH exige atuação integrada entre os órgãos normativos e executivos.

“Estamos diante da maior mudança na legislação de habilitação das últimas décadas, que não se resume à alteração de normas, mas envolve a adaptação de sistemas, processos e estruturas. Nesse contexto, o Cetran tem o papel de coordenar, harmonizar e orientar a aplicação das diretrizes federais à realidade do Estado, enquanto o Detran executa essas diretrizes no dia a dia. Essa parceria é essencial para garantir segurança jurídica, continuidade dos serviços e transparência à população”, afirmou.
 

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