Cidades

Cidade de Deus

Organização é alvo de três
investigações em Mato Grosso do Sul

A Morhar construiu precariamente 42 casas no Bairro Vespasiano Martins

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A Morhar Organização Social, responsável pela construção precária de 42 moradias no Bairro Vespasiano Martins para famílias retiradas da antiga favela Cidade de Deus, é alvo de três investigações e tomada de contas. Ministérios Públicos do Estado (MPE), Federal (MPF) e do Trabalho (MPT) e ainda a Agência Municipal de Habitação (Emha) buscam responsabilizar a entidade por atos lesivos. O responsável pelo Ong, Rodrigo da Silva Lopes, no entanto, não é localizado desde 2016.

No MPE, a investigação começou no ano passado. O objeto do inquérito é “apurar eventual ato de improbidade administrativa decorrente do contrato público firmado pela Prefeitura Municipal de Campo Grande com a ONG Morhar Organização Social, para a construção de unidades habitacionais destinadas aos moradores da área denominada ‘Cidade de Deus’”. A reportagem pediu vista do procedimento para verificar o andamento, mas o Ministério informou que só poderá liberar a pesquisa na próxima semana.

A ONG, que firmou convênio no valor de R$ 3,6 milhões com a prefeitura em 2016 (desse total, R$ 2,7 milhões foram efetivamente pagos à entidade), deveria ter operado em sistema de mutirão assistido, ou seja, supervisionado a construção das casas, que seriam erguidas pelos próprios moradores depois que passassem por treinamento e capacitação. 

Tal medida começou a ser adotada no ano passado e a construção das casas que faltavam foi retomada. As do Vespasiano, segundo a prefeitura, serão demolidas.

Ainda na gestão Alcides Bernal (PP), os moradores da antiga favela foram encaminhados para quatro áreas nos bairros Vespasiano Martins, Jardim Canguru, Pedro Terual (ao lado do Dom Antônio Barbosa) e Loteamento Bom Retiro (atrás da Vila Nasser). Por diversas vezes eles relataram o abandono das obras e até o uso do próprio dinheiro para concluir as moradias. 

Os quatro loteamentos nunca foram concluídos e, com o término do convênio em dezembro de 2016, a parceria com a prefeitura foi extinta, uma vez que a Morhar “entregou” apenas 42 das 328 casas prometidas. Além das obras precárias, as condições de trabalho dos trabalhadores contratados para as construções também eram mínimas.

Eles  ficaram sem receber pelo serviço. Como era responsável pelas obras, a ONG passou a ser investigada pelo Ministério Público do Trabalho. 

MPF

A Morhar é alvo, ainda, de investigações do Ministério Público Federal. A ONG teria abandonado a construção de casas no assentamento Vale do Sol, a 20 km da Capital, em 2013. A construção de 42 casas no assentamento foi iniciada em 2012. Cada uma delas custaria R$ 28,5 mil às famílias donas dos lotes. 

O inquérito foi aberto em 2014 e a Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul constatou a paralisação das obras. Procurado, o MPF não informou que providências tomou com relação à entidade.

O responsável pela organização, Rodrigo da Silva Lopes, é sócio de 23 empresas em dez estados e no Distrito Federal, de acordo com o consultasocio.com, portal de cadastros de sócios de empresas brasileiras, mas desde o ano passado é praticamente considerado “desaparecido”. 

Moradores do Vespasiano Martins o procuraram no endereço da empresa que consta no site da Receita Federal, na Rua Doutor Antonio Alves Arantes, 429, Sala 02, Bairro Chácara Cachoeira. 

O Correio do Estado também tentou encontrá-lo por lá. No local, funciona uma galeria de consultórios médicos e escritórios. A equipe bateu à porta de cinco deles, no entanto, ninguém reconheceu o nome da organização, nem do presidente.

Segundo a assessoria de imprensa da Emha, “atuação da ong Morhar no reassentamento das famílias provenientes da antiga Cidade de Deus ainda está na fase de tomada de contas especial, medida alternativa para apurar e avaliar questões como desembolso de recursos e execução de obras”. 

Para a agência, “se a obra for comprovadamente paga e não executada, deverão, sim, responder a processo administrativo e, após isso, poderá acarretar em ação judicial”. A Emha informou ainda que também não tem mais contato com a organização.

 

 

Veja

Com recesso de fim de ano, Detran-MS adota escala diferente de atendimento

Funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro

21/12/2025 09h00

Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) manterá o atendimento presencial nas agências de todo o Estado somente entre as segundas e terças que antecedem o Natal e o Ano-Novo.

Conforme a escala especial de fim de ano, o funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro, no horário regular das unidades: das 7h30 às 11h30 e das 12h30 às 16h30, com exceção das agências instaladas em shoppings, que seguem horários diferenciados.

De acordo com o Decreto “E” nº 2, de 16 de janeiro de 2025, não haverá expediente nas repartições públicas estaduais nos dias 24 (quarta-feira), 25 (quinta-feira) e 26 de dezembro (sexta-feira), em razão do feriado de Natal e de pontos facultativos. Também não haverá atendimento presencial no dia 31 de dezembro (quarta-feira).

Já o Decreto “E” nº 46, de 24 de novembro de 2025, que estabelece os feriados e pontos facultativos de 2026, define o dia 1º de janeiro (quinta-feira) como feriado nacional e o dia 2 de janeiro de 2026 (sexta-feira) como ponto facultativo.

Durante os dias sem expediente presencial, o Detran-MS seguirá oferecendo serviços digitais à população. Será possível realizar consultas e emitir guias por meio do Portal de Serviços Meu Detran, do aplicativo Meu Detran MS e da atendente virtual Glória, disponível via WhatsApp pelo número (67) 3368-5000.

O órgão alerta ainda para o funcionamento do sistema bancário no período. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no Natal de 2025 os bancos não abrem no dia 25 de dezembro e, no dia 24, funcionam em horário reduzido, até as 11h. No fim de ano, as instituições financeiras não terão expediente no dia 31 de dezembro e no dia 1º de janeiro, retomando o atendimento normal nos dias úteis entre os feriados.

A orientação do Detran-MS é que os usuários se programem com antecedência para pagamentos e cumprimento de prazos, evitando transtornos durante o período de recesso.

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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

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Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

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