Desdobramento das investigações do assassinato de Érica Rodrigues Ribeiro, 29 anos, ocorrido em setembro deste ano, levou a Polícia Civil a deflagrar a Operação Halloween,que cumpriu 18 mandados de prisão de pessoas envolvidas com organização criminosa, nesta quinta-feira (31).
De acordo com o delegado da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Três Lagoas, Roberto Guimarães, durante as investigações do crime de homicídio, foi apurado que o assassinato da vítima foi orquestrado e executado por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e teria sido motivado pelo fato de Érica ter abusado sexualmente de uma menina de 8 anos.
Núcleo Regional de Inteligência identificou vários integrantes do PCC que tiveram participação no julgamento de Érica pelo chamado “Tribunal do Crime” e na execução da vítima. O julgamento aconteceu via conferência telefônica, com participação de pessoas distribuídas em todo o Estado, principalmente mulheres, que tinham funções de comando dentro da facção.
Foram identificadas 19 pessoas envolvidas, sendo 13 delas integrates do PCC, sendo cumpridos 18 mandados de prisão preventiva cumpridos nesta quinta.
Pela manhã, equipe da 1ª DP e do Setor de Investigações Gerais (SIG), com apoio da Força Tática da Polícia Militar e Agência Estadual de Administração do Sistema Penintenciário (Agepen), fizeram varredura no presídio semiaberto de Três Lagoas, onde foram encontrados celulares e drogas. Um pessoa identificada como responsável pelos ilícitos foi autuada em flagrante.
Os outros mandados foram cumpridos em diversos outros locais, sendo também em Bataguassu, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Água Clara, Corumbá, Campo Grande e Dracena (SP).
Ainda segundo o delegado, durante as investigações para esclarecer o homicídio de Érica, também foi constatado que boa parte das mulheres envolvidas no julgamento e execução, estão envolvidas em outro assassinato, ocorrido no dia 27 de agosto deste ano em Corumbá. Há indícios de que Daniele Pereira de Magalhães, 17 anos, foi executada também após julgamento do Tribunal do Crime, sob acusação de ter simpatizado com o Comando Vermelho, facção rival do PCC.
O CRIME
Érica Rodrigues Ribeiro foi encotrada morta com dezenas de facadas nas costas e no pescoço, no dia 3 de setembro, em estrada vicinal conhecida como Cascalheira, na região rural de Três Lagoas. Ela tinha passagens por tráfico de drogas e estaria abusando sexualmente de uma criança.
Conforme relatos de testemunhas, no dia do crime ela estava em casa, inicialmente um grupo de mulheres foi até a residência da vítima perguntar sobre o paradeiro dela e, algum tempo depois, duas mulheres fizeram a abordagem da vítima. Elas perguntaram se Érica queria sair, mas o pedido foi negado, visto que ela cumpre prisão domiciliar.
Um familiar revelou ter escutado o momento em que os bandidos a puxaram e ela gritou por socorro e chegou à janela a tempo de ver Érica sendo arrastada pelos cabelos. Segundo a polícia, outros familiares tentaram intervir, mas foram ameaçados de morte.