Após seis anos do lançamento e passagens de sete ministros do Esporte, mais uma vez a obra da pista de atletismo do Parque Ayrton Senna teve uma cerimônia de início de trabalhos. Com reajuste de orçamento de materiais, o custo subiu de R$ 5 milhões para R$ 7,6 milhões, porém a contrapartida da Prefeitura de Campo Grande reduziu de R$ 2,6 milhões para R$ 765 mil.
Além dos ministros, três prefeitos passaram pela chefia do Executivo municipal da Capital e a obra não saiu. “É uma missão do administrador não olhar para trás e buscar fazer um futuro melhor, razão porque nós estamos aqui para entregar para Campo Grande, que é a única capital do país que não tem uma pista emborrachada de atletismo. O dinheiro todo está assegurado, todos os empenhos, todas as assinaturas, o último degrau das formalidades burocráticas está sendo hoje. Então eu acredito que não tenha mais nenhum empecilho”, comentou o prefeito Marcos Trad (PSD).
O titular da Secretara Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, explicou que a mudança de 2012 para hoje é apenas nos valores. “Houve renegociação com o Ministério do Esporte, onde ele admitiu arcar com 90% do valor atualizado da obra e não do valor da época de 2012. Foi feito um aditivo ao convênio. O projeto é o mesmo de 2012, que é a pista de alto rendimento com alojamento e vestiário. Houve aumento de valores pela atualização de materiais. O orçamento iniciar era de 2013 e os materiais são importados, todos em dólar. Então precisamos atualizar”, detalhou.
No papel a obra custará um total de R$ 7.674.970, com R$ 6.909.008 do governo Federal e R$ 765.962 da prefeitura.
Entre as idas e vindas de ministros e prefeitos lançando e paralisando a obra, foram investidos cerca de R$ 180 mil com um pequeno início de trabalho que foi todo perdido, conforme Rudi. “Já tinha sido iniciada a preparação da pista para receber o acabamento. Vai ter que ser refeito, pois ao longo desse tempo perdeu o serviço. O valor inicial do serviço feito foi de R$ 180 mil”, completou.
Ligado ao esporte da Capital há muitos anos, inclusive com passagens pelas pastas estadual e municipal de esportes, o presidente da Câmara Municipal, vereador Professor João Rocha (PSDB), lembra que a intenção de construir uma pista de atletismo no Parque Ayrton Senna vem desde a década de 1990, com o governador Pedro Pedrossian.
“Obra histórica. Eu que passei pela Fundesporte e pela Funesp, uma obra que foi iniciada em 1992. Já se vão 26 anos, na época do então governador Pedro Pedrossian, onde aqui tinha uma base para colocar uma pista em cima e que a própria base ficou comprometida, teve que ser retirada. Em 2011 nós conseguimos, junto ao Ministério do Esporte, uma verba para emborrachar essa pista, colocar nos padrões internacionais, na administração do prefeito Nelsinho Trad. E posteriormente ela acabou sendo licitada no primeiro período do prefeito Alcides Bernal, foi dada a ordem de serviço no período do Gilmar Olarte, foi paralisada no segundo período do Bernal. Agora uma gestão em conjunto nossa com o prefeito. Tenho certeza que vamos concluir, os recursos já estão depositados junto a Caixa Econômica Federal”, afirmou.
PISTA NA PRÁTICA
De acordo com o diretor-presidente da Fundação Municipal de Esporte (Funesp), Rodrigo Terra, a pista coloca a Capital e o Estado no cenário nacional e até internacional de competições de atletismo. “Todos os grandes eventos multiesportivos como jogos nacionais, brasileiros escolares, universitários brasileiros, todos eles exigem que tenha uma pista desse padrão para que a cidade possa sediar o evento. Conclusão é que a gente não entrava na mesa de discussões para realizar esse tipo de evento. Agora a gente entra. Além disso, é um espaço de treinamento e valorização dos nossos atletas”, comentou.
As obras já devem se iniciar nesse fim de semana, se a condição do tempo ajudar, e a intenção é concluí-la em agosto, no aniversário de Campo Grande, conforme Terra.
Conforme a presidente da Federação de Atletismo de Mato Grosso do Sul (FAMS), Valéria Cristina Gonçalves, a pista será um centro de excelência para o aperfeiçoamento dos atletas locais.
“Hoje nós só temos a pista do Centro Olímpico da Vila Nasser para treinos. Essa pista nos torna iguais a qualquer outro Estado. Eramos os únicos sem uma pista nesses padrões. Agora poderemos receber competições e fazer treinamentos específicos”, comentou a presidente da federação.
Valéria ressaltou ainda que a população precisa entender que o local será próprio para treinamentos de alto rendimento dos atletas e não para o uso geral. “Se todos usarem, ela será danificada e não teremos mais. Nem mesmo as escolinhas de revelação de atletas virão para cá. Aqui serão os treinos específicos para aperfeiçoamento dos nossos principais atletas”, afirmou dizendo que caso todos usem, a pista não resistirá a três anos.
Ao todo, conforme a representante do atletismo sul-mato-grossense, existem cerca de 500 atletas em todo o Estado, sendo que temos aproximadamente 10 atletas de ponta em várias modalidades, que disputam pela Seleção Brasileira medalhas nacionais e internacionais.