As obras de revitalização da Rua 14 de Julho começam em junho, com a instalação de tapumes nas quadras entre a Avenida Fernando Corrêa da Costa e a Rua 7 de Setembro. A promessa da prefeitura é de que, até dezembro, todo o trecho entre a Fernando Corrêa e a Avenida Afonso Pena esteja revitalizado. O Reviva Campo Grande, como é chamado, foi lançado ontem e deve ser finalizado em 20 meses, ou seja, abril de 2021.
Segundo o cronograma, até o fim deste mês, são quatro serviços a serem realizados: implantação da sinalização viária para orientação do tráfego; mobilização do canteiro de obras; instalação prévia do canteiro, com água e luz, e, por fim, vistoria cautelar nas edificações para averiguar as estruturas físicas das edificações.
Em junho, a obra começa efetivamente e, em setembro, prevê-se a realização das obras de infraestrutura de esgoto, drenagem, rede elétrica e de telecomunicações subterrâneas. E, até dezembro, as quadras já estarão finalizadas até a avenida Afonso Pena.
Apesar do cronograma inicial, pode ser que haja mudanças, o que pode causar ainda mais transtorno na obra, que já é polêmica.
De um lado, há quem defenda a intervenção planejada há anos na Rua 14 de Julho. De outro, os que acreditam que ela pode ser prejudicial. De imediato, os dois maiores problemas serão a interferência no cotidiano de 350 mil pessoas, que passam pelo centro de Campo Grande diariamente, e na retirada de quatro linhas de ônibus que trafegam pela via.
Futuramente, os medos são que, durante as obras, o movimento do comércio caia, com menos clientes para os lojistas e, quando pronta, a retirada das vagas de estacionamento ao longo da 14 de Julho, o que também pode afugentar os compradores das lojas.
ÔNIBUS
O plano é mudar o trajeto dos 52 veículos do transporte coletivo que passam ao longo da via todos os dias. Eles atendem quatro linhas distintas – duas delas trafegam desde o início da rua, próximo ao Cemitério Santo Antônio e as outras duas seguem no local a partir da Rua 26 de Agosto.
O diretor de transportes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Luiz Carlos Alencar Filho, cogita a transferência de 24 veículos das linhas 85 e 87 para a Rua Rui Barbosa, que já recebe ônibus de toda a cidade, num total de aproximadamente 60 linhas.
“Acredito que vai ser tudo transferido. Problemas vão ocorrer, porque é uma obra grande. Assim que começar efetivamente a interdição, vamos avaliar o desenrolar das coisas para ver se há ou não necessidade de mudança das linhas definitivas durante toda a obra. Porém, todas as linhas regulares da cidade passam pela Rui Barbosa, o fluxo é intenso e ficará ainda pior”.
TRANSTORNO
Segundo o secretário municipal de governo, Antônio Lacerda, a 14 de Julho será “um shopping a céu aberto e não há como fazer uma intervenção deste tamanho sem nenhum transtorno”, sustentou.
Ele explica que a ideia é que “mais pra frente, estamos estudando ter outra frente de trabalho da Avenida Mato Grosso para encontro com esta que se inicia na Avenida Fernando Corrêa da Costa. Para dar mais agilidade”, afirmou.
O titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, explica que a “a previsão é de concluir toda a Rua 14 de Julho em 20 meses. Serão, em média, dois meses por quadra. Primeiro, será a pista e depois, a calçada. Vamos tentar minimizar o impacto, mas, com certeza, vão acontecer situações, até por conta do fluxo de veículos que vai aumentar nas vias do entorno. Não tem jeito”.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), João Carlos Polidoro, lembra que, ao longo da área da Rua 14 de Julho que vai receber obras, existem 205 prédios fechados.
“A intenção da revitalização é justamente atrair o comerciante novamente para o Centro. A obra é grande e não há saída quanto ao fluxo e à necessidade de desvios. Vamos cobrar para que seja feita o mais rápido possível, para diminuir o impacto. Vai atrapalhar, mas é necessária”.
A área central possui 75 mil moradores, porém, em média, 350 mil pessoas passam todos os dias na região e, aos fins de semana, o número sobe ainda mais, para 450 mil pessoas.
“Nada vai ser feito de maneira abrupta e impensada. Nada vai ser fechado da noite para o dia, todas as obras, todos os comerciantes vão ter acesso aos seus clientes. Nada vai ser fechado 100%”, afirmou Trad.
*Colaborou: Eduardo Miranda.
*Editada às 17h20 para acréscimo de informações.