Cidades

Desburocratização

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No governo, burocracia
impede 270 sistemas de "conversar entre si"

Comitê foi instituído em julho e tem como objetivo sair da era "analógica" para a "digital"

DA REDAÇÃO

10/08/2015 - 00h00
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O Estado é lento, difícil, não se atualizou. A afirmação é do secretário de Administração e Desburocratização (SAD), Carlos Alberto de Assis, que recebeu a missão de acabar com a burocracia que emperra e inferniza o dia a dia dos sul-mato-grossenses há anos. Para se ter uma ideia, nesses primeiros sete meses, foi constatado que existem pelo menos 270 sistemas - dentro das diversas secretarias - que não “conversam entre si”.  

Para o secretário, isso tem de mudar, aprimorando-se o trabalho. “É inconcebível uma situação dessa, pois o cidadão acaba não tendo acesso e facilidades para conversar com o Governo, pois Mato Grosso do Sul é um só, não pode ter ações dissociadas; têm de conversar, uma tem de falar com outra”. Um mapeamento inicial já foi feito, mas o trabalho deverá ser intensificado com a ação do Comitê de Desburocratização, criado em 16 de julho, com a participação de integrantes de 15 secretarias, e que já tem uma programação definida. Esse grupo irá discutir com representantes de diversos segmentos – como a Federação das Indústrias, Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Ordem dos Advogados do Brasil  – Seccional de Mato Grosso do Sul, Conselho Regional de Engenharia, Federação de Agricultura de MS, Sesi, entre outros – medidas que podem enfrentar a burocracia em todo o Estado.

“O objetivo do comitê é  fazer com que haja essa conversa com todas as secretarias nesse primeiro momento, para mapear as dificuldades e trazer esses órgãos para dentro do processo”, disse o secretário.  A partir daí, a Assessoria de Gestão Estratégica e Desburocratização terá condições de interferir e mudar algo que persiste há mais de 30 anos.  Até dezembro deste ano, o governo pretende estar com o Plano Estadual de Desburocratização concluído. O poder público quer descer a passarela indo ao encontro da população, para discutir e encontrar soluções. Os servidores – hoje num total de 69.850 entre efetivos e comissionados, segundo Carlos Alberto – terão papel importante nessa luta pela desburocratização. O empenho será reconhecido, a meritocracia é o norte a ser dado.

* A reportagem de Fausto Brites está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.

PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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