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Caem as apreensões de cigarros do Paraguai

Mudança na fiscalização afugenta contrabandistas

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A quantidade de apreensões de cigarros em 2019 teve grande redução – quando comparado ao ano anterior – em todas as forças policiais que atuam, principalmente, na faixa da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, principal rota do contrabando.

Isso pode ter sido causado pela mudança na forma como as fiscalizações estão sendo feitas este ano. De acordo com o diretor do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), coronel Marcos Paulo Gimenez, desde o início de 2019 a corporação tem atuado com maior intensidade em locais usados no ano passado como rota dos contrabandistas e traficantes.

Estudo feito com base em ocorrências registradas em 2018 no Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo) mostrou os principais locais que os criminosos usavam para passar os produtos pelo Estado. Os pontos então foram mapeados e receberam reforço na fiscalização este ano. “Nós temos otimizado os recursos tanto de efetivo como de fiscalização e acreditamos que, com isso, os bandidos têmprocurado rotas alternativas para ingressar no Brasil, seja por Mato Grosso ou pelo Paraná”, explicou Gimenez.

O DOF foi a força policial que registrou a maior redução no período, com queda de 73,5% na quantidade de cigarros contrabandeados apreendidos de 1° de janeiro até o dia 30 de setembro. No período deste ano foram 226.286 pacotes contra 853.362 em 2018, ou 4.525.720 maços contra 17.067.240 maços tirados das ruas no ano passado. Para o diretor, isso é reflexo da mudança na forma de fiscalização e do efetivo localizado na região de fronteira.

“O DOF atua, principalmente, contra três crimes: contrabando, tráfico de drogas e furto de veículos. E tenho plena certeza que um dos fatores que levou a essa redução foi a otimização dos recursos. Nosso objetivo é prestar um serviço de qualidade e levar cada vez mais uma sensação de segurança à população, reprimindo tanto os criminosos que vem do país vizinho, como os que querem entrar nele”.

Outro fator que pode ter contribuído para a queda na apreensão seria a migração do contrabandista para o tráfico de drogas. Números do DOF mostram que durante o mesmo período da baixa apreensão de cigarros houve um aumento de 91% na apreensão de maconha. Até agora, a corporação tirou de circulação 90,5 toneladas de drogas, enquanto no mesmo período do ano passado foram 57 toneladas. Até o dia 17 de setembro foram 75.482 kg de maconha, contra 39.480 kg no mesmo período do ano passado.

A redução nas apreensões de cigarro também foi registrada pela Polícia Militar. Até o dia 8 de outubro, 6.922.410 maços de cigarros contrabandeados do Paraguai foram apreendidos no Estado. O número é menor do que foi pego até o dia 16 de setembro de 2018, quando haviam sido tirados das ruas 7.774.558 maços de cigarros ilegais.

No caso da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que é a corporação que mais apreendeu o ilícito no período, a redução foi de 60% este ano em relação ao ano anterior. Em 2019, de 1º de janeiro até o fim de setembro, foram apreendidos 12.618.000 maços, contra 31.644.800 maços de cigarros no mesmo período de 2018.

APREENSÕES

No dia 17 de setembro, policiais do DOF apreenderam uma carreta bicaçamba Mercedes-Benz que transportava 45 mil pacotes de cigarros contrabandeados do Paraguai. A apreensão ocorreu durante fiscalização na região de Ivinhema – a 298 quilômetros da Capital. Esta foi a maior apreensão da carga neste ano feita pela corporação.

De acordo com a polícia, ao ser abordado o condutor logo confessou que transportava a carga ilegal. Ele contou que saiu de Naviraí – a 364 quilômetros da Capital – e tinha como destino a cidade de Três Lagoas – a 330 quilômetros de Campo Grande. O motorista de 28 anos – que não teve o nome divulgado –, também contou que já foi preso anteriormente pelo mesmo crime.

Na checagem do caminhão os policiais descobriram que a placa do veículo não correspondia às informações do documento. O condutor e a carga foram encaminhados para a delegacia da Polícia Federal de Dourados – a 228 quilômetros da Capital.

Apenas neste mês, a Polícia Federal apreendeu 1,5 milhão de cigarros contrabandeados do Paraguai por meio da Operação Horus. Entre os dias 1º e 8 de outubro, a PF fez duas grandes apreensões. A primeira ocorreu em Itaquiraí, no Assentamento Sul Bonito, onde os policiais encontraram 1,8 mil caixas de cigarros de origem paraguaia que estavam estocadas em um depósito. A carga correspondia a 900 mil maços de cigarro.

Já no dia 7 deste mês nova apreensão ocorreu também em Naviraí - no distrito de Porto Caiuá, divisa com o Paraná -, onde foram encontradas duas carretas carregadas com 1,2 mil caixas de cigarros, que continham 600 mil maços de cigarros.

Este ano, até o fim de setembro, a PF apreendeu 18 milhões de maços de cigarros, quantidade que representa queda de 72,7% nas apreensões, já que no mesmo período de 2018 haviam sido encontrados 66 milhões de maços. A queda no número de apreensões também reflete no prejuízo causado aos contrabandistas. Enquanto ano passado eles perderam R$ 330 milhões com a venda dos cigarros, esse ano o valor caiu para R$ 92 milhões.

OUTROS NÚMEROS

Em 2019, o Departamento de Operações de Fronteira (DOF) também apreendeu 439 veículos e recuperou 97 que estavam com registro de roubo ou furto. Até terça-feira (8), a corporação prendeu 251 pessoas por tráfico de drogas no Estado. O DOF tem um canal que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, para que a população possa tirar dúvidas, fazer reclamações ou mesmo denúncias anônimas. O contato pode ser feito por meio do telefone 0800 647-6300.

 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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