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Mato Grosso do Sul sente efeito coronavírus e para atividades

Rede Municipal de Ensino e universidade suspendem aulas

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O que parecia ser muito distante para o morador de Mato Grosso do Sul surgiu no fim de semana: os casos confirmados do novo coronavírus. 

A chegada do agente causador da Covid-19, doença que deixa o mundo em alerta desde o início do ano, provocou um efeito cascata de medidas preventivas.

Em Campo Grande, as aulas na Rede Municipal de Educação (Reme) serão suspensas a partir de quarta-feira (18), e eventos com mais de 100 pessoas estão proibidos pelos próximos 15 dias. 

As regras estarão em decreto que deve ser publicado nesta segunda-feira (16).  

Quem também deve anunciar as medidas de prevenção ao alastramento do novo coronavírus é o governo de Mato Grosso do Sul. 

O Correio do Estado apurou que a suspensão das aulas na Rede Estadual de Ensino (REE) também é cogitada; ainda não há uma definição clara se ela valeria apenas para cidades com casos confirmados, como Campo Grande, ou para todo o Estado.  

Os dois primeiros casos do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul foram confirmados na Capital no sábado. 

Tratam-se de uma estudante de 23 anos que contraiu a Covid-19 do namorado, que está em São Paulo, e de um rapaz de 31 anos, que também voltou da capital paulista com o vírus. 

A garota está em isolamento domiciliar, e o rapaz está internado em um hospital particular.  

O senador Nelson Trad Filho (PSD), que está em Brasília (DF) e não retornou a Campo Grande desde que chegou de viagem oficial aos Estados Unidos, também contraiu o novo coronavírus e está isolado em casa.

No decreto que começou a ser discutido ontem, além da suspensão das aulas, que começa na quarta-feira, estão previstas outras medidas para evitar a disseminação do vírus, como a proibição de eventos, sessões de cinema e celebrações religiosas com mais de 100 pessoas.

A estudante Thayany Silva, 23 anos, um dos casos confirmados do novo coronavírus na Capital, esteve na boate Valley na véspera do exame que atestou sua infecção. Todos os funcionários da boate, que suspendeu suas atividades, fizeram exame neste fim de semana.  

O prefeito Marcos Trad suspendeu as férias dos funcionários da saúde, sem prejuízo dos direitos trabalhistas. 

O objetivo é reforçar o atendimento. A compra de mais 60 leitos hospitalares na rede privada pelo município também vai neste sentido.

DECISÃO

Na rede particular de ensino, as medidas ainda devem ser definidas a partir desta segunda-feira, após encontro dos representantes de estabelecimentos privados. 

Porém, ontem algumas instituições de ensino já começaram a tomar medidas para tentar frear o avanço do vírus no Estado.  

A Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) decidiu suspender as atividades acadêmicas presenciais a partir de hoje (16), com aulas sendo mantidas via Educação à Distância (EAD) para garantir o cumprimento do calendário acadêmico.

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) – que é pública, mas se junta as demais por oferecer Ensino Superior –, Uniderp e Unigran Capital informaram que as aulas estão mantidas e reunião será realizada hoje (16) para definir estratégias de enfrentamento.

Para formalizar quais procedimentos serão adotados nas universidades para a prevenção do coronavírus, haverá reunião com o governo do Estado e reitores da UFMS, UCBD, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), Uniderp e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). 

Pelo Estado, participam os secretários estaduais de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Corrêa Riedel, e o da Saúde, Geraldo Resende.

Para conter vírus, instituições se unem

Atualmente, as instituições de Ensino Superior já têm adotado medidas de prevenção e contenção do coronavírus, com implementação de Comitês Operativos de Emergência do Covid-19 e definição de protocolos e notas técnicas com orientações para profissionais, técnicos e estudantes.

Entre estas medidas estão o cancelamento de eventos e atividades em locais fechados com aglomeração de pessoas, cancelamento de viagens nacionais e internacionais a serviço, disponibilização de álcool gel nas áreas de circulação e no acesso a salas de reuniões e gabinete, proibição de frequentar o campus a alunos e funcionários que retornarem de áreas de risco, entre outros.

Na UCDB, além da suspensão das aulas do dia 16 ao dia 31 de março, também foram suspensas atividades do curso de idiomas e do Museu das Culturas Dom Bosco, atendimentos dos projetos e laboratórios de extensão e missas na Paróquia Universitária Dom Bosco, e mantidos os atendimentos nas Clínicas-Escola, no Hospital Veterinário e na biblioteca.

Pelo menos duas escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio emitiram comunicados ontem informando que alunos com sintomas do Covid-19 não devem ir às aulas, que por enquanto serão mantidas.  

“Uma escola deve suspender a aula, pois os pais de um aluno que estavam internados na Capital com problemas respiratórios foram para São Paulo fazer tratamento e lá foram diagnosticados com coronavírus. 

A UCDB decidiu suspender porque a jovem que estava com o vírus frequentou solenidades que ocorreram lá [formatura, com a presença de funcionários e alunos da instituição]”, explicou Maria da Glória Barcellos, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul (Sinepe/MS).

“Precisamos ter uma uniformidade das decisões para tranquilizar nossa comunidade universitária de que estamos tendo todo o cuidado nesse momento tão difícil para o nosso estado e país”, afirmou o reitor da UFMS, Marcelo Turine.

* Com Natalia Yahn

Exportações

Mercado da saudade' é estratégia para fruta brasileira ganhar o mundo

O chamado "mercado da saudade" é como uma porta de entrada para que consumidores estrangeiros conheçam produtos de maior apelo no Brasil

18/04/2024 17h00

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A falta que o brasileiro que vive no exterior sente de casa pode ser uma aliada para que as frutas produzidas no país ganhem terreno lá fora.

Segundo produtores e exportadores do setor de fruticultura, o chamado "mercado da saudade" acaba funcionando como uma porta de entrada para que consumidores estrangeiros conheçam —e ganhem o hábito de consumir— produtos de maior apelo no Brasil.

"O 'mercado da saudade' é um incentivo para que a gente leve a outros países produtos típicos de regiões brasileiras. Além das frutas, apostamos em diferentes segmentos, do flocão de milho à cerveja de umbu e ao azeite de licuri", diz Rodolfo Moreno, diretor de Exportação da Unicafes (União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária) na Bahia.

De olho na crescente leva de brasileiros que foram para Portugal, as cooperativas baianas levaram neste ano ao país europeu uma primeira leva de produtos da agricultura familiar: um contêiner com 12 toneladas. Ao todo, elas esperam mandar mais cinco remessas até o fim do ano.

O estado é um dos oito representados na versão brasileira da Fruit Attraction, que termina nesta quinta-feira (18) em São Paulo.

Depois de 15 edições, o evento internacional criado para a comercialização de frutas e legumes, ocorre pela primeira vez no Brasil e é organizado pela Ifema Madrid e pela Fiera Milano Brasil.

A versão brasileira era uma demanda de representantes do segmento, que viam um grande potencial de atração de negócios na fruticultura nacional.

O setor vive um momento de expansão após a pandemia: no ano passado, o Brasil ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 1,2 bilhão nas exportações de frutas, um aumento de 26,73% ante o ano anterior.

Em volume, registrou 1,06 milhão de toneladas, alta de 6% em relação a 2022, de acordo com a Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados).

Entre as frutas mais vendidas pelo país, a manga lidera o ranking (266 mil toneladas), seguida pelo melão (228 mil toneladas) e pelo limão (166 mil toneladas).

Os principais destinos são os países da União Europeia (58%), Reino Unido (15%), Estados Unidos (12%), Argentina e Canadá (3%, cada um).

Ainda segundo a associação, de 2017 a 2023 foram abertos cerca de 15 novos mercados para diferentes frutas, como limão, maçã, mamão, manga, abacate, melão e uva.

"Um desafio é apresentar algumas dessas frutas para o consumidor estrangeiro e para o importador, temos de ensinar sobre maturação e manuseio. Tem gente que fica até na dúvida de como faz para comer um mamão", diz Felipe Cunha, responsável pelas exportações da UGBP, empresa fundada no Espírito Santo e que também opera no Rio Grande do Norte.

As vendas brasileiras de mamão são um exemplo de aumento do interesse no exterior: cresceram de US$ 49,6 milhões em 2022 para US$ 53,1 milhões em 2023, sendo Portugal o principal destino da fruta.

Por outro lado, Cunha relata que os custos de frete aéreo —fundamental para o transporte de produtos que precisam ser consumidos rapidamente— chega a ser o dobro do patamar de antes da pandemia, o que dificulta a popularização da fruta.

"Além disso, ainda convivemos com velhos problemas internos, como dificuldade de escoamento, estradas sem manutenção, demora no deslocamento das cargas. Há um enorme interesse pelas frutas brasileiras lá fora, mas também precisamos fazer a nossa parte", diz.

Para a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que visitou o evento, o Brasil vive um momento crucial para ganhar mercado, dado o papel que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a exercer, segundo ela, na retomada das relações internacionais com grandes parceiros comerciais do Brasil, como China, Estados Unidos e Europa.

"Nosso estado contribui com mais de 263 mil toneladas de frutas para exportação, temos de avançar para abrir mercados. Queremos entrar na China e na Índia. Temos condições adequadas para a produção, mas precisamos cada vez mais de logística e de incentivos para avançar", afirma Bezerra.

"O nosso país e, em particular, a Amazônia são centros exportadores de sabores únicos, nossos frutos merecem ganhar o mundo", diz Daniela Meireles, executiva de vendas da paraense 100% Amazônia, que exporta para 50 destinos.

O Brasil é o maior produtor mundial de açaí e mais de 90% da produção é do Pará, que também é o seu principal mercado consumidor.

Em 2022, o estado exportou 8,158 mil toneladas de açaí, movimentando mais de US$ 26,5 milhões (R$ 133,8 milhões), segundo dados da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará) e do CIN (Centro Internacional de Negócios do Pará).

"O açaí é um sucesso de vendas lá fora, e também vejo um potencial enorme no cupuaçu e no buriti. Os brasileiros da região Norte estão mais familiarizados com eles e os que moram fora contribuem para a difusão do consumo no exterior", diz Meireles.

"Os brasileiros residentes no exterior acabam sendo esses embaixadores das nossas marcas e produtos. Tem muita coisa boa lá fora, mas a comida brasileira é preciosa, acaba sendo uma das coisas que mais sentimos saudade quando estamos em outro país", diz Maurício Duval Macedo, CEO da Fiera Milano Brasil.

As goiabas das produtoras Inês Sato, 62, e Marilda Kawasaki, 56, de Carlópolis (PR), são um exemplo disso, chegando até a Europa, o Canadá e o Oriente Médio.

"Nossa cidade é a capital nacional da goiaba de mesa, e a Inglaterra é o nosso principal destino hoje", conta Sato. "A cooperativa de agricultores familiares teve apoio do Sebrae e agora queremos levar a nossa cultura para mais países."

De acordo com a entidade que representa os exportadores de frutas, o país conta com mercados em processo de abertura, como o da uva para China e Coreia do Sul, avocado e limão para os Estados Unidos, maçã e melão para a Malásia e maçã para a Tailândia.

"O momento é estratégico para que o Brasil ganhe espaço no exterior. Somos o terceiro produtor mundial de frutas, porém somos apenas o 24º exportador. Exportamos só 3% das frutas que produzimos, mas podemos nos tornar um polo internacional", avalia Macedo, da Fiera Milano Brasil.
 

Destaque internacional

Marina Silva fala sobre os seus 49 anos de luta ambiental e reconhecimento internacional na Times

A Ministra do Meio Ambiente foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2024, pela Revista Time

18/04/2024 16h49

"Tudo isso começa quando eu ainda era muito jovem, com 17 anos. Agora tendo a oportunidade de fazer política pública, desde 2003 nessa luta de proteção dos biomas brasileiros, dos povos indígenas, do desenvolvimento sustentável", diz Marina Silva. Foto: Marcelo Victor

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A notável trajetória de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, alcança mais um marco significativo com sua inclusão na lista das 100 pessoas mais influentes de 2024, elaborada pela proeminente revista norte-americana Time. Nessa distinção, seu legado de quase cinco décadas dedicadas à defesa do meio ambiente e dos direitos socioambientais é enaltecido por Christiana Figueres, ex-secretária executiva de mudanças climáticas da ONU.

A Time destaca a "coragem e resistência inabalável" da ministra brasileira, ressaltando sua incansável batalha na reconstrução da capacidade do Brasil em conter o desmatamento ilegal na Amazônia. Este compromisso tem sido o epicentro de sua vida política e ativista, uma missão que agora ecoa em reconhecimento internacional.

Durante sua visita a Mato Grosso do Sul, Marina Silva compartilhou sua gratidão pelo reconhecimento, realçando que essa jornada é um esforço coletivo que se iniciou em sua juventude, ao lado de figuras inspiradoras como Chico Mendes, no Acre.

"É muito bom quando a gente vê o reconhecimento de um trabalho, que a gente sabe que não é individual, é sempre coletivo. Tudo isso começa quando eu ainda era muito jovem, com 17 anos, que comecei essa luta lá com o Chico Mendes no Acre. E agora, tendo a oportunidade de fazer política pública, desde 2003 nessa luta de proteção dos biomas brasileiros, dos povos indígenas, do desenvolvimento sustentável. Eu agradeço muito a Deus, a equipe do Ministério do Meio Ambiente, ao presidente Lula que me deu essa terceira oportunidade, porque esse é um desafio da humanidade. E é claro que você sempre vai ter pessoas que são tomadas simbolicamente, mas esse é um esforço coletivo. Algumas pessoas são apenas a pontinha do iceberg, o que está por baixo disso é mais de 40 anos de luta socioambiental, e é com essa luta que eu compartilho. Com esse reconhecimento, e com a determinação do presidente Lula, de desmatamento zero, de combate à desigualdade, de enfrentamento da mudança climática", destacou em exclusividade ao Correio do Estado.

Marina, que figura entre os líderes mais influentes na lista da Time, já havia sido mencionada na edição anterior da revista como uma das 100 maiores lideranças climáticas de 2023. Seu impacto transcende fronteiras, sendo reconhecida também pelo jornal britânico Financial Times como uma das "Mulheres do ano" no mesmo período.

Seu compromisso incansável com a causa ambiental e sua liderança inspiradora continuam a ecoar globalmente, reforçando a urgência e a importância da proteção do nosso planeta para as gerações presentes e futuras.

Marina Silva firma acordo para proteção do Pantanal em MS

Um termo de cooperação para a defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal foi assinado pelos governadores de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), e de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), junto à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva. O evento ocorreu na manhã desta terça-feira (18), no auditório do Bioparque Pantanal, em Campo Grande.

O objetivo do acordo é unificar as políticas de proteção, conservação, preservação e sustentabilidade do bioma Pantanal. Segundo Marina Silva, essa iniciativa é crucial, especialmente no contexto da elaboração do plano de prevenção e controle do desmatamento e queimadas na região. Ela ressaltou a importância da colaboração entre os governos federal e estaduais, destacando que desafios dessa magnitude não podem ser enfrentados de forma isolada por um único ente federativo.

Os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso uniram esforços para uniformizar e compatibilizar a legislação sobre o uso dos recursos naturais do Pantanal, elaborar um plano integrado de prevenção e resposta a incêndios florestais, promover a produção sustentável e fomentar o turismo na região. O documento assinado terá validade de cinco anos e será gerido por um grupo de trabalho integrado por representantes dos dois estados, em número paritário.

Além dos governadores, também estiveram presentes na assinatura do acordo os secretários de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, e de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, bem como os secretários de Justiça e Segurança Pública dos dois estados.

O evento ocorreu durante o Seminário sobre as Causas e Consequências do Desmatamento no Pantanal, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, por intermédio do Governo Federal.

O governador Eduardo Riedel enfatizou a importância da cooperação entre os estados, destacando que a união de esforços permitirá uma resposta mais rápida e eficaz no combate a incêndios. Ele ressaltou o alinhamento de satélites, videomonitoramento e inteligência entre os dois estados para a preservação do bioma Pantanal.

*Colaborou Naiara Camargo

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