O Ministério Público Estadual se manifestou contra pedido de revogação da prisão preventiva de três dos cinco acusados de matarem a facadas Hélio Teixeira da Costa, durante ritual em terreiro de Umbanda no dia 29 de janeiro do ano passado. A vítima teria encarnado espírito violento chamado “Sete Facadas” e atacou a mãe de Santo.
Ana Maria Calixto, Arislan Rios da Silva e Lucas Rodrigues de Almeida, por meio da Defensoria Pública, ingressaram com recurso solicitando substituição da custódia por medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica e comparecimento periódico em juízo.
Além disso, a defesa sustenta que a primeira fase da instrução processual foi finalizada, todas as provas testemunhais já foram produzidas e que não haveria risco de ameaças contra testemunhas, como alegado pela acusação.
No entanto, o entendimento da promotora de justiça Lívia Carla Guadanhim Bariani é de que a prisão foi representada a fim de que eles “não pratiquem outros delitos contra a sociedade, bem como para que não se afastem do distrito da culpa, impedindo a execução da pena imposta em eventual sentença condenatória, assegurando assim a garantiada aplicação da lei penal”.
A promotora ressalvou ainda que tal medida cautelar é “perfeitamente cabível”, visto que não há possibilidade de substituição por outra medida que não seja a prisão, justificando-se pelo fato de que a liberdade poderá prejudicar a continuidade e eficácia do andamento do processo. O recurso está sob análise judicial.
A MORTE
Hélio Teixeira da Costa foi morto com facada no pescoço depois de incorporar espírito e tentar matar mãe de santo de terreiro Umbanda localizado no Bairro Tijuca, em Campo Grande. O caso foi investigado pelo delegado Márcio Shiro Obara da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio (DEH).
Com base nos relatos, Obara descobriu que no dia 29 de janeiro de 2017 a vítima participava de festa no terreiro, onde Ana Maria Calixto era mãe de santo. Durante a festa, regada a bebidas alcoólicas, Teixeira teria incorporado entidade conhecida como “Sete Facadas”, com a indicação de matar a mãe de santo que estava tomada por outro espírito.
Teixeira, que estava com faca na cintura, foi contido e espancado por outros quatro frequentadores do terreiro: Arislan Rios da Silva, Gleibson José de Lira, José Glebson de Lira, e Lucas Rodrigues de Almeida, 18.
Ele foi obrigado a entrar em veículo com os suspeitos e, nas proximidades do Bairro Aeroporto, teve a cabeça colocada para fora do carro e o pescoço cortado por Rodrigues. O corpo de Teixeira foi abandonado no local.
Policiais da DEH, Polinter e Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (Deops) deram início a investigações e conseguiram encontrar os suspeitos.
Os homens confessaram o crime e isentaram a mãe de santo de qualquer responsabilidade. Ela disse não se lembrar se foi ou não mandante do crime porque fica inconsciente quando está incorporada. Todos eles serão indiciados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa.