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Ministério Público Estadual avalia o novo Plano Diretor de Campo Grande

Audiência pública foi realizada pra debater o plano antes da votação

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Ontem ocorreu a terceira audiência pública para debater o Plano Diretor de Campo Grande, na Câmara de Vereadores, antes da votação do projeto. A promotora do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual (MPE), Andréia Cristina Peres da Silva, apresentou considerações sobre a proposta.

Ela afirmou que o projeto precisa sofrer alterações para efetivamente garantir proteção ambiental para a cidade. Ela também observou que o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Orçamento Anual devem prever as diretrizes e prioridades eleitas pelo Plano Diretor.

A principal crítica exposta pela representante do MP foi em relação a distribuição desigual de serviços oferecidos pelo Poder Público em diferentes regiões da cidade. “A periferia sofre escassez de serviços públicos. Algumas modificações no projeto podem tornar a cidade mais homogênea. São necessárias correções para o plano ser aprimorado. Também há deficiência na previsão de áreas de lazer e de proteção ambiental, especialmente dos córregos que cortam a cidade e de mata para preservação permanente”, explicou a promotora.

O presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul), Adão Castilho, confirmou os problemas no texto do projeto e também pontuou algumas mudanças necessárias. “O Ministério das Cidades recomenda coeficiente de aproveitamento para toda cidade, em um, porém atualmente vai até seis e com a revisão passa para cinco. Mesmo assim não é ideal, pois o município deixa de receber pela outorga onerosa, por exemplo.

Atualmente a Capital tem coeficientes que vão de um a seis para diferentes regiões, com o novo Plano Diretor o coeficinte deverá variar de um a cinco. Na prática o coeficiente estabelece a capacidade máxima de construção no terreno. E a outorga diz respeito ao pagamento para obter autorização de construção acima do que a lei permite. O recomendado é que o coeficiente seja um para toda a cidade, garantindo assim benefícios em infraestrutura para bairros periféricos. “Isso poderia fazer com que o abismo existente entre as diferentes regiões cidade pudesse diminuir”, esclareceu a promotora Andréia da Silva. 

Outra situação ainda deficiente no projeto, de acordo com ela, é a exclusão de habitações de interesse social que poderiam reduzir o deficit habitacional. “A lei prevê que 1% do orçamento, apenas isso, seja para estas moradias. Mas no ano passado não havia nenhum recursos paras as habitações e também não tinha de onde dirar”, disse.

A Câmara fez a primeira audiência pública sobre o Plano Diretor no dia 4 de abril. No evento o Poder Executivo apresentou o projeto e instituições já se manifestaram sobre alguns temas como acessibilidade, vazios urbanos e setor da construção. No dia 11 outra audiência teve como tema mobilidade urbana. A previsão é de que o projeto seja votado somente em maio, em data ainda não divulgada.

O projeto de lei da revisão do Plano está no Legislativo desde novembro de 2017 o e o atraso atrapalha investimentos na cidade, como já foi mostrado pelo Correio do Estado em reportagem publicada no dia 5 de abril, pelo menos 3 mil empregos deixaram de ser criados por conta do entrave na aprovação já que empresas não conseguem se instalar na cidade.

Atualmente o projeto de lei tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) com avaliação também nas comissões permanentes de Finanças e Orçamento e Meio Ambiente. Nas audiências realizadas pela Câmara em abril serão analisados todas as sugestões propostas pela sociedade e avaliadas possibilidades de emendas ao texto original. Após a votação o texto, prevista para fim de maio ou começo de junho, retorna ao Executivo que tem a prerrogativa de acatar as emendas ou vetá-las.

CONTRÁRIO

Para o presidente do Sindicato da Habitação, Marcos Augusto Netto, o novo PD está dentro do esperado no que se refere ao coeficiente de construção e à outorga, uma vez que garante maiores chances de investimentos em habitação e instalação de novas lojas em Campo Grande.

"A outorga nada mais é do que uma punição ao investidor", sustenta, alegando que é um instrumento que tenta forçar o empresário a pagar a prefeitura por construções que ele vier a fazer. "Mas com outros tributos (ISS, ITBI e IPTU) a prefeitura recebe muito mais do que com a outorga".

Para ele, caso o Plano Diretor incluísse esses dois aspectos - coeficiente único e outorga -, isso afastaria investimentos e puniria quem quisesse investir. "Em todo Brasil, somente três cidades têm esse sistema. Por que Campo Grande teria que ser a quinta a adotá-lo de forma experimental, sabendo que não está dando certo nas outras?", comentou. 

Sobre a orientação do Ministério das Cidades, o sindicalista comenta que é apenas uma "recomendação" e não uma obrigação.
 

OPERAÇÃO DA PF

Fraude em ponto eletrônico da saúde na Prefeitura de Corumbá gera prejuízo de R$ 6 milhões

Polícia Federal deflagrou operação para combater crime e identificou servidor que ficava 5 minutos no expediente

19/04/2024 12h30

Polícia Federal deflagrou operação contra fraude do ponto em Corumbá Foto: Divulgação

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Esculápio nesta sexta-feira (19) para combater prejuízo milionário que servidores da saúde em corumbá estavam causando no serviço público com fraudes em ponto eletrônico.

Segundo as investigações, 11 servidores públicos da área de saúde da Prefeitura de Corumbá reiteradamente fraudavam seus pontos eletrônicos, não cumprindo a carga horária contratada, mas recebendo o salário integral. 

Ao longo da investigação, a Polícia Federal em Corumbá identificou que houve casos em que a permanência do profissional na unidade de saúde do Centro Municipal de Especialidade Odontológica (CEO) foi de apenas 5 minutos. O foco da operação nesta sexta-feira foi concentrado nessa unidade especializada, que fica no bairro Universitário.

Além do prejuízo indireto causado pelo retardamento no atendimento à população local, estima-se que o prejuízo direto aos cofres seja da ordem de R$ 6.000.000,00.

Esse cálculo foi obtido a partir da apuração dos salários pagos aos profissionais de saúde em valor integral, porém sem que eles cumprissem a carga horária. A Polícia Federal não detalhou há quanto tempo essa fraude vinha sendo praticada e como houve a denúncia.

Na ação, cujos mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá, foram sequestrados bens móveis avaliados em R$ 1.500.00,00 e bens imóveis avaliados em R$ 5.000.000,00 dos servidores públicos.

Dentro do Centro Municipal de Especialidade Odontológica trabalham principalmente dentistas e os serviços prestados são de cirurgia, endodontia, prótese dentária, radiologia, periodontia e odontopediatria. Os investigados poderão responder por estelionato, peculato e peculato eletrônico.

A Prefeitura de Corumbá divulgou nota e sugeriu que não foi a responsável pela denúncia. Conforme apurado, o governo municipal não teria conhecimento oficial dessa fraude até que ocorresse a operação.

"Com relação a Operação Esculápio, realizada nesta sexta-feira, pela Polícia Federal, a Prefeitura de Corumbá esclarece que não foi alvo da ação e que até o momento não foi formalmente informada sobre o teor das investigações. A Secretaria Municipal de Saúde está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for necessário", divulgou.

Ainda não há confirmação se os servidores investigados pela Polícia Federal também vão passar por processo administrativo.

"GUERRA CIVIL"

Maior ameaça à democracia no mundo é a polarização, diz o ator Wagner Moura

Ator diz que filme"Guerra Civil" soa um importante alarme sobre esses riscos

19/04/2024 10h30

Wagner Moura em "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana Foto: Divulgação

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Para Wagner Moura, "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana, soa um importante alarme sobre os riscos da polarização que assombra países como Estados Unidos e Brasil nos últimos anos.

"Este é um filme que mostra que a polarização é a maior ameaça à democracia no mundo moderno", diz ele sobre o longa dirigido por Alex Garland, um blockbuster americano que acena também para a realidade política brasileira, em sua opinião.

"Guerra Civil" conta a história de um grupo de jornalistas, do qual Moura faz parte, que tenta chegar a Washington para entrevistar o presidente dos Estados Unidos, um líder do qual não sabemos muito, mas que pelas dicas do roteiro é claramente fascista, nas palavras do ator baiano.

"Mas eu acho, sinceramente, que ligar esse personagem a figuras reais é um desserviço ao filme. Não há na trama uma agenda ideológica. E você sabe que eu sou uma pessoa que não tem medo de falar as coisas", diz Moura ao ser questionado sobre a proximidade do personagem com líderes que acirraram a era de polarização em que vivemos, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

O filme é uma distopia política cheia de imagens do que poderia ser os Estados Unidos caso o racha entre democratas e republicanos, ou liberais e conservadores, se acentue. Na trama, forças favoráveis e contrárias ao presidente vivido por Nick Offerman se enfrentam e destroem a nação. São várias as imagens de pontos icônicos do nacionalismo americano bombardeados, como a Casa Branca.

"A gente sabe muito bem o que é a polarização. O mundo todo sabe. E para os americanos o filme gera uma dissonância cognitiva, porque eles estão acostumados a ver essas cenas em filmes sobre guerras no Oriente Médio. Agora estão vendo em Washington", diz ainda Moura.

GUERRA CIVIL

- Quando Estreia nesta quinta (18), nos cinemas
- Classificação 18 anos
- Elenco Wagner Moura, Kirsten Dunst e Cailee Spaeny
- Produção EUA, Reino Unido, 2024
- Direção Alex Garland

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