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ELEIÇÕES 2018

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Médica de post polêmico pede desculpas e diz que tudo não passou de brincadeira

Médica disse que só daria alta para paciente que votasse no Bolsonaro

RENATA VOLPE HADDAD

29/10/2018 - 16h59
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A médica Beatriz Padovan Vilela, clínica geral da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campo Grande, que postou no Facebook no sábado (27) que só daria alta para paciente se votasse no candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), pediu desculpas e disse que tudo não passou de uma brincadeira.

Beatriz afirma que o texto postado na rede social, estava circulando pelo aplicativo WhatsApp desde o primeiro turno. Ela apenas copiou e colou o texto, no Facebook, segundo ela, "no calor da emoção".

A repercussão foi grande e virou notícia na imprensa sul-mato-grossense, no domingo, dia da eleição. A médica diz ter sido ameaçada e muito xingada, até excluir sua página da rede social. “Eu estava trabalhando no dia, um plantão de seis horas e atendendo fichas de pacientes da área verde, azul e amarela. Não fui nem na enfermaria, então não tinha como dar alta para qualquer paciente”.

A médica afirmou também não ter tido a intenção de atingir a população e não faria nada para prejudicar qualquer paciente. “Ainda mais colocando política no meio, isso infringe a ética médica. Muitas pessoas interpretaram ao pé da letra”.

Beatriz comentou que o Conselho Regional de Medicina (CRM) vai abrir sindicância, assim como a secretaria de Saúde. “Vai abrir sindicância porque é um processo burocrático, já que teve denúncia do Ministério Público. Vou responder esse processo pela secretaria de Saúde e CRM. Não estou com medo porque nunca prejudiquei nenhum paciente e vou poder me defender. É desagradável o que está acontecendo. Estou sendo ameaçada de apanhar na rua, me falaram também que quando o Bolsonaro legalizar a arma, serei a primeira a levar um tiro”.

Ainda segundo a médica, ela não responde por nenhum processo administrativo. “Trato meus pacientes com empatia e respeito, exerço minha profissão com orgulho, por isso me preocupo com o estado que a política se encontra. Trabalho em UPA e as condições são difíceis. Por conta disso, me posicionei”.

Outro ponto levantado por Beatriz, é de que descobriram que ela se formou com ajuda do FIES (Financiamento Estudantil). “Estão dizendo que sou falsa moralista, porque descobriram que eu tinha FIES, que é programa do Lula. Mas muitos não sabem que o FIES foi criado pelo Fernando Henrique Cardoso e foi colocado em prática no governo do Lula. Não foi ele que criou isso, muita gente desinformada querendo me atacar de várias formas”, ponderou.

A lição que ficou, segundo a médica, é que ela não vai mais se posicionar. “Não vou me manifestar mais sobre política, porque sou responsável pelo que falo e não pelo o que os outros entendem. Serviu para diminuir essa manifestação, às vezes queremos ajudar os outros, mas acabamos mal interpretadas”.

Abaixo, segue uma retratação escrita pela própria médica.

RETRATACAO PÚBLICA.

Eu, BEATRIZ PADOVAN VILELA, MÉDICA, venho me retratar perante a população,

DIANTE DA REPERCUSSÃO SOBRE UM POST PUBLICADO em minhas REDES SOCIAS.

Através deste VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO, esclarecer a TODAS PESSOAS QUE SE SENTIRAM ATINGIDAS QUE, EM NENHUM MOMENTO PENSEI EM PREJUDICAR A VIDA DE QUALQUER PACIENTE POR CAUSA DE POLÍTICA.

FOI UMA PUBLICAÇÃO COM TOM DE BRINCADEIRA, NO QUAL AS PESSOAS SE SENTIRAM ATINGIDAS E POR CONSEQUÊNCIA NÃO MEDIRAM PALAVRAS PARA ATINGIR MINHA HONRA, REPUTAÇÃO E INTEGRIDADE moral como profissional e PESSOA HUMANA.DIANTE DOS FATOS PROCUREI OS ÓRGÃOS COMPETENTES PARA ME EXPLICAR E TOMEI MEDIDAS JUDICIAIS EM DEFESA DA MINHA INTEGRIDADE FISICA E PROFISSIONAL, PORQUE ESTOU SENDO AMEAÇADA DE TODAS AS FORMAS EM RAZAO DO OCORRIDO

Portanto, peço desculpas pelo mal entendido, não deixei de dar alta para paciente nenhum por conta de sua opção de voto, inclusive peço para que haja uma investigação sobre para que a Verdade prevaleça. Quero a verdade, apenas. Justiça seja feita.

 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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