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Ladrão descarregou arma contra comerciante e diz que foi "fatalidade"

"Irmão Baleado" do PCC fugiu para São Paulo, mas foi preso lá

RENAN NUCCI

20/11/2018 - 10h00
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A Polícia Civil prendeu Douglas Aparecido Cardoso, de 30 anos, suspeito de ter descarregado revólver contra o comerciante Fernando Alle dos Santos, de 53 anos, em conveniência localizada na Vila Morumbi, em Campo Grande. O homem morreu no local e o criminoso, mais conhecido como "Irmão Baleado" do Primeiro Comando da Capital (PCC), disse que os tiros foram uma "fatalidade", pois a arma teria disparado sozinha quando a vítima reagiu.

Durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, o delegado Fábio Brandalise, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf), explicou que Douglas é de São Paulo e teria vindo a Mato Grosso do Sul para fugir da polícia de, chegando ao estado, continuou com outras práticas criminosas. "Ele responde por homicídio, tráfico e roubo lá e disse que veio embora porque a polícia não dava sossego, por causa das várias passagens".

Conforme apurado, no dia 20 de maio, Douglas e um adolescente de 16 anos foram à conveniência localizada no cruzamento da Rua Assunção com a Rua Campo Belo, onde anunciaram assalto. O delegado pontuou que, na ocasião, o menor teria exigido ao comerciante que ele entregasse objetos que estavam em seu bolso. A vítima, tensa, não obedeceu e o garoto então pediu para que Douglas, armado, viesse para intimidá-la.

O criminoso então atirou várias vezes contra Fernando. O comerciante foi atingido por dois disparos e não resistiu. As imagens das câmeras de segurança não mostram com detalhe se de fato a vítima reagiu, como alegado pelo assaltante. No entanto, a perícia aponta que foram dados seis disparos no local. "Ao que tudo indica, ele atirou contra a vítima, descarregando a arma. Não sabemos se a vítima reagiu, por exemplo, após início dos tiros", afirmou o delegado. O revólver usado na ação, de calibre 38 ou 357, não foi encontrado.

Apresentado à imprensa, o ladrão assumiu o roubo, mas negou que tenha puxado o gatilho para matar. "Ele pulou em cima de mim e ela [a arma] disparou sozinha", disse ele que foi indiciado pelo roubo de uma farmácia na Avenida Guaicurus e é investigado pela 7ª Delegacia de Polícia da Capital por envolvimento na morte de Jhenifer de Almeida, de 25 anos, espancada até a morte no Nova Campo Grande. A suspeita é de que Douglas veio para Campo Grande com a intenção de montar boca de fumo.

FUGA

Após o crime, Douglas voltou para Itaí, onde reside no interior de São Paulo. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio da Derf, assumiu as investigações, conseguiu identificá-lo, localizá-lo e solicitou a prisão. No último dia 22 de outubro, ele foi preso pela Polícia Civil de São Paulo e foi trazido pelos investigadores da Derf na semana passada. "Ele está sendo indiciado por nós e o adolescente por ato infracional junto à Deaij [Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude], mas não foi preso", pontuou Brandalise.
 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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