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Investigada por pirâmide financeira, Minerworld diz que teve conta invadida

Hackers teriam desviado cerca de R$ 56,7 milhões da empresa nos EUA

RENAN NUCCI

27/04/2018 - 10h50
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Investigada por formar pirâmide financeira com a mineração de bitcoins (criptomoedas), a Minerworld, multinacional com sede em Campo Grande, alega que entrou em declínio financeiro depois de suposto crime virtual. Em comunicado, a empresa afirma que teve sua conta invadida na corretora norte-americana Poloniex, sofrendo prejuízo de aproximadamente US$ 16,3 milhões de dólares, cerca de R$ 56,7 milhões, conforme cotação atual. 

O desfalque levou à instabilidade econômica, culminando em dificuldades para pagamento de investidores. Entretanto, segundo ação coletiva de consumo proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso do Sul, até o início das investigações, a Minerwolrd não dispunha de aparato tecnológico para mineração da moeda virtual e  dependia exclusivamente da pirâmide, motivo pelo qual o modelo de negócio se tornou insustentável.

Por meio de nota, a multinacional afirma que no dia 29 de outubro do ano passado, ao consultar a conta na página da Poloniex, tomou conhecimento de fraudes. Ou seja, hackers teriam desviado 851 bitcoins para contas de terceiros, levando ao prejuízo de US$ 16,3 milhões de dólares. A plataforma de transações financeiras teria duplicado páginas da empresa e usuários, o que levou ao desvio de aplicações e consequente bloqueio de contas.

"Imediatamente, a Minerworld acionou seus advogados no Brasil e constituiu advogados nos Estados Unidos na tentativa de reverter a situação com a maior brevidade possível. Ao mesmo tempo, a empresa contratou profissionais para uma análise detalhada sobre o caso, no sentido de auxiliar na solução do problema. Infelizmente, até o momento, a Minerworld não recebeu oficialmente qualquer informação", consta no comunicado oficial.

A Minerworld sustenta que pretende pagar todos os investidores por meio de fontes próprias de recursos e com a entrada de grupo internacional de investidores. A ação judicial bloqueou R$ 300 milhões em bens dos investigados, e a defesa pretende firmar Termo de Ajustamento de Conduto (TAC) junto ao Ministério Público, para negociar retorno dos investimentos. A expectativa é de que os termos do TAC sejam divulgados semana que vem.

AÇÃO JUDICIAL

Ainda de acordo com as investigações do MPE, a apresentação dos negócios deixa as criptomoedas como pano de fundo, fazendo com que o assunto passe despercebido. As peças publicitárias têm como maior preocupação detalhar as variadas formas de ganhos daqueles que aderirem aos planos, o que se dá pela captação de novos “afiliados”, “empreendedores” e afins. 

Toda a publicidade da empresa é feita no sentido de sempre atrair mais pessoas. "O interesse da empresa é apenas e tão somente que seus afiliados busquem outros afiliados, o que, por evidente, implica em manter a atividade de mineração apenas como mera alegação. A famigerada 'mineração de bitcoin', assim, trata-se apenas de engodo, de artifício, que nada mais visa do que mascarar a característica piramidal do esquema".

Na semana passada, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual deflagrou a Operação Lucro Fácil, para combater esquema de pirâmide desenvolvido pela Minerworld e associados. Na ocasião foram apreendidos documentos e computadores que serão periciados.
 

OPERAÇÃO DA PF

Fraude em ponto eletrônico da saúde na Prefeitura de Corumbá gera prejuízo de R$ 6 milhões

Polícia Federal deflagrou operação para combater crime e identificou servidor que ficava 5 minutos no expediente

19/04/2024 12h30

Polícia Federal deflagrou operação contra fraude do ponto em Corumbá Foto: Divulgação

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Esculápio nesta sexta-feira (19) para combater prejuízo milionário que servidores da saúde em corumbá estavam causando no serviço público com fraudes em ponto eletrônico.

Segundo as investigações, 11 servidores públicos da área de saúde da Prefeitura de Corumbá reiteradamente fraudavam seus pontos eletrônicos, não cumprindo a carga horária contratada, mas recebendo o salário integral. 

Ao longo da investigação, a Polícia Federal em Corumbá identificou que houve casos em que a permanência do profissional na unidade de saúde do Centro Municipal de Especialidade Odontológica (CEO) foi de apenas 5 minutos. O foco da operação nesta sexta-feira foi concentrado nessa unidade especializada, que fica no bairro Universitário.

Além do prejuízo indireto causado pelo retardamento no atendimento à população local, estima-se que o prejuízo direto aos cofres seja da ordem de R$ 6.000.000,00.

Esse cálculo foi obtido a partir da apuração dos salários pagos aos profissionais de saúde em valor integral, porém sem que eles cumprissem a carga horária. A Polícia Federal não detalhou há quanto tempo essa fraude vinha sendo praticada e como houve a denúncia.

Na ação, cujos mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá, foram sequestrados bens móveis avaliados em R$ 1.500.00,00 e bens imóveis avaliados em R$ 5.000.000,00 dos servidores públicos.

Dentro do Centro Municipal de Especialidade Odontológica trabalham principalmente dentistas e os serviços prestados são de cirurgia, endodontia, prótese dentária, radiologia, periodontia e odontopediatria. Os investigados poderão responder por estelionato, peculato e peculato eletrônico.

A Prefeitura de Corumbá divulgou nota e sugeriu que não foi a responsável pela denúncia. Conforme apurado, o governo municipal não teria conhecimento oficial dessa fraude até que ocorresse a operação.

"Com relação a Operação Esculápio, realizada nesta sexta-feira, pela Polícia Federal, a Prefeitura de Corumbá esclarece que não foi alvo da ação e que até o momento não foi formalmente informada sobre o teor das investigações. A Secretaria Municipal de Saúde está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for necessário", divulgou.

Ainda não há confirmação se os servidores investigados pela Polícia Federal também vão passar por processo administrativo.

"GUERRA CIVIL"

Maior ameaça à democracia no mundo é a polarização, diz o ator Wagner Moura

Ator diz que filme"Guerra Civil" soa um importante alarme sobre esses riscos

19/04/2024 10h30

Wagner Moura em "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana Foto: Divulgação

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Para Wagner Moura, "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana, soa um importante alarme sobre os riscos da polarização que assombra países como Estados Unidos e Brasil nos últimos anos.

"Este é um filme que mostra que a polarização é a maior ameaça à democracia no mundo moderno", diz ele sobre o longa dirigido por Alex Garland, um blockbuster americano que acena também para a realidade política brasileira, em sua opinião.

"Guerra Civil" conta a história de um grupo de jornalistas, do qual Moura faz parte, que tenta chegar a Washington para entrevistar o presidente dos Estados Unidos, um líder do qual não sabemos muito, mas que pelas dicas do roteiro é claramente fascista, nas palavras do ator baiano.

"Mas eu acho, sinceramente, que ligar esse personagem a figuras reais é um desserviço ao filme. Não há na trama uma agenda ideológica. E você sabe que eu sou uma pessoa que não tem medo de falar as coisas", diz Moura ao ser questionado sobre a proximidade do personagem com líderes que acirraram a era de polarização em que vivemos, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

O filme é uma distopia política cheia de imagens do que poderia ser os Estados Unidos caso o racha entre democratas e republicanos, ou liberais e conservadores, se acentue. Na trama, forças favoráveis e contrárias ao presidente vivido por Nick Offerman se enfrentam e destroem a nação. São várias as imagens de pontos icônicos do nacionalismo americano bombardeados, como a Casa Branca.

"A gente sabe muito bem o que é a polarização. O mundo todo sabe. E para os americanos o filme gera uma dissonância cognitiva, porque eles estão acostumados a ver essas cenas em filmes sobre guerras no Oriente Médio. Agora estão vendo em Washington", diz ainda Moura.

GUERRA CIVIL

- Quando Estreia nesta quinta (18), nos cinemas
- Classificação 18 anos
- Elenco Wagner Moura, Kirsten Dunst e Cailee Spaeny
- Produção EUA, Reino Unido, 2024
- Direção Alex Garland

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