Cidades

PANDEMIA

A+ A-

Instituições vão agir se prefeituras falharem

Programa criado em parceria entre governo e Opas estabelece orientações para municípios

Continue lendo...

O programa Prosseguir, que foi instituído na terça-feira (30) em Mato Grosso do Sul, tem o objetivo de nortear prefeitos a tomarem decisões de restrições ou flexibilizações em função do avanço do novo coronavírus. A ferramenta detalha os tipos de atividades que podem ou não estar em funcionamento. Porém, segundo o secretário de Estado de Governo, Eduardo Riedel, caso as administrações municipais falhem na execução dessas tarefas, outras instituições poderão agir.

“Em primeiro lugar, é o diálogo, nada substitui a decisão conjunta. O jogo de acusação, nestas horas, é sempre mais fácil para quem quer dar um tiro e apontar o dedo. Mas o caminho mais consistente é o de resultado, por meio do diálogo entre os entes estaduais, municipais. É claro que nesta mesa de diálogo, se houver uma dissonância muito grande, as instituições terão de agir para evitar o pior”, explicou o secretário em entrevista ao Correio do Estado.

Hoje, conforme os dados apresentados pelo Prosseguir, pelos menos duas macrorregiões de Mato Grosso do Sul deveriam adotar medidas mais restritivas para impedir a mobilidade de sua população e, assim, a maior propagação da Covid-19.

As macrorregiões de Dourados e Corumbá se encontram em “alto risco”, por este motivo, o recomendado é que apenas estabelecimentos comerciais tidos como essenciais – como supermercados, postos de gasolina e farmácias – continuem abertos, além de atividades consideradas de baixo risco (como imobiliárias, agências bancárias e construção civil).

“Em primeiro lugar, a classificação de determinado município está diretamente relacionada aos seus indicadores de saúde. Dá uma prioridade, uma dimensão para essa ação do poder público na busca de pessoas pela cura. São todos indicadores de saúde e, a partir deles, teremos um grau de risco para os municípios que, a partir daí, serão feitas as recomendações”, afirmou Riedel.

Na semana passada, a prefeitura de Dourados anunciou que adotaria medidas mais rígidas. Ela reduziu o horário de funcionamento do comércio e proibiu a abertura de igrejas e templos religiosos. Entretanto, de acordo com a situação atual apontada pela plataforma, medidas mais duras deveriam ser aplicadas.

Para o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda, a cidade já deveria estar em quarentena. Segundo ele, alguns dados usados estão um pouco desatualizados. “No indicador de Dourados, está dando 44,1%, por isso não está preto, mas, se atualizar, vai para preto. O município de Dourados deveria entrar em lockdown”.

A reportagem tentou contato com a Secretaria de Saúde do município e com o comitê responsável pelos encaminhamentos da Covid-19 na cidade, mas ninguém atendeu às solicitações. Pelas redes sociais, a prefeitura apenas afirmou que suspenderá, por sete dias, a validade de alvarás de empreendimentos que não estiverem de acordo com as medidas decretadas pela prefeitura para conter o avanço da doença. Na cidade, que somava ontem 2.670 casos confirmados e 26 mortes, com taxa de ocupação superior a 80%, conforme informações obtidas pela reportagem, o comércio continuava aberto, inclusive as atividades consideradas de médio e alto risco de contágio pelo Prosseguir.

Sobre Corumbá, a reportagem entrou em contato com o prefeito da cidade, Marcelo Iunes (PSDB), mas até o fechamento desta edição não recebeu retorno sobre as medidas que seriam adotadas.

CAMPO GRANDE

Nesta quarta-feira, Campo Grande registrou o maior número diário de confirmações de toda a pandemia até agora. Foram 323 conformações da doença em 24 horas. Agora, a cidade já contabiliza 2.491 episódios e 11 mortes pela Covid-19.

Mesmo com esse aumento, a cidade ainda pode manter mais setores abertos, como os de baixo e médio risco. Para Croda, a cidade ainda não necessita do fechamento completo, mas ele estima que, caso os casos continuem aumentando desta forma e refletindo na ocupação de leitos, ainda este mês a Capital poderá ter de tomar medidas mais duras.

“Durante o mês de julho, vai precisar [fechar o comércio]. Tudo depende da ocupação dos leitos de terapia intensiva. A partir da semana que vem, vai começar a aumentar o número de internações, assim como ocorreu em Dourados, depois vêm os óbitos. É preocupante [o aumento], sim, estamos em crescimento exponencial”, avaliou.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a ocupação global de leitos em Campo Grande, com pacientes do novo coronavírus e de outras comorbidades, está em torno de 60% e ainda há a possibilidade e aumentar essas vagas.

Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

Continue Lendo...

O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

Continue Lendo...

A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).